Capitulo 1

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Cruella Cruel! Cruella Cruel!
É mais traiçoeira , do que uma cascavel!
Em suas veias só circulam, Fel!
Cruella! Cruella! Cruel!
Disney.

Londres. 1969
1:30 da manhã

O som da maquina de costura corta o som do lugar. A mulher concentrada na roupa não se dar conta que alguém a observa. O homem se aproxima lentamente colocando uma xícara perto da mulher que olha rapidamente para frente.

— Oi. — O homem fala ao se sentar na poltrona que tinha ali. O som do fogo da lareira queimando a madeira faz o ambiente ficar mais confortável.

— Oi. Porque está acordado a essa hora? — A mulher olha o relógio e se impressiona pelo horário.

— Porque eu sabia que você estaria acordada ainda, então fiz esse chá pra você. — A mulher pega a xícara e bebê um pouco do chá. — Não acha que por hoje está bom Estella?

— Preciso terminar isso Jasper. Faltam só 15 dias para o desfile de outono, e só falta esse look. — Estella ergue a peça de roupa olhando atentamente a linha de costura.

— Sabe, eu tenho muito orgulho de você. — Jasper se levanta caminhando em direção a janela. — Nunca se deixou abater por nada. — Observa a paisagem. — O que não te mata te faz mais forte.

— Pensei que era difícil pra você ajudar a Cruella. — Estella olha para Jasper que se vira calmamente.

— Aprendi a amar todas as suas versões. — Jasper coloca as mãos no bolso da calça.

Os dois se olham intensamente até que Estella quebra o contato olhando para a peça a sua frente. Jasper engole em seco e caminha para a porta de saída.

— Se agasalhe, a noite está fria hoje. — Jasper fala ao tocar na maçaneta.

— Jasper! — O mesmo se vira. — Obrigada. — Estella agradece.

— Não precisa agradecer. — Jasper sorrir e sai. Estella olha novamente para a peça. Decide então seguir o conselho do amigo, ainda faltava 15 dias para o desfile e tudo já estava pronto, só faltava esse look.

Estella desliga as luzes e caminha para o seu quarto mas para ao ver Jasper caminhando para fora de casa. Franze o rosto. Jasper não era de sair no meio da madrugada. Decide então segui lo. Pega um casaco e caminha para fora da mansão.

Estremece ao sentir o vento gelado em seu rosto. Com certeza absoluta o inverno não seria brincadeira este ano. Ver Jasper caminhando para o parapeito do precipício. O ver colocando duas xícaras. Estella olha confusa a cena mas aguarda. Ver seu cachorro Buddy, se aproximando de seu amigo. O mesmo pega o cachorro e o acaricia levemente.

Estella decide se aproximar. Ver o homem estremecer de frio. Então coloca um cachecol nele que se assusta ao ver a mulher parada em sua frente.

— O que você está fazendo aqui fora? — Jasper pergunta confuso.

— Eu que deveria falar isso não? — Estella pergunta sorrindo para Jasper que confirma. — Bem?

— Venho aqui quando sinto falta dela. — Jasper abaixa a cabeça suspirando. — E também para homenagear a mãe dela.

Estella não precisa perguntar de quem ele estava falando. Já sabia dentro de si. Com delicadeza pega a xícara. Bebi um pouco do conteúdo que há ali.

— Acho que isso da pra resolver. — Estella olha para o mar lá embaixo.

— Não. Você nasceu para ser a Cruella, Brilhante. Um pouquinho má, e um tanto louca. — Rir consigo mesmo. — Mas a questão é eu sempre vou amar a doce e atenciosa Estella.

— Jasper. Eu nasci para ser as duas. Tanto a Cruella como a Estella. Agora eu entendo isso. Com você eu sempre serei a Estella, mas com o mundo.. — Estella para de falar.

— Eu sei. — Jasper suspira. Estella pega na mão do amigo e o olha com ternura.

— Lembra daquela vez em que eu ainda estava chorando por conta da morte da minha mãe? — Jasper assente. — Então você me levou para ver as estrelas. Então você me abraçou naquela noite e disse que eu era uma estrela. Uma estrela que nasceu para brilhar.

— Você dormiu nos meus braços naquela noite. — Jasper olha para frente. — E depois disso você não chorou mais pela morte da sua mãe.

— Porque eu tinha você e Horácio. — Estella sorrir tímida para Jasper.

— E você sempre terá. — Beija a mão da mesma.

Estella olha para Jasper. Os dois estavam em uma bolha só deles. Era como se nada importasse mais. Só eles dois. Lentamente, os dois se aproximam um do outro. Encostam suas testas e com delicadeza, Jasper beija Estella. O beijo calmo, fazendo os dois sentirem todas as sensações.

O beijo termina por conta da falta de ar. Mas os dois continuam com os rostos encostados. Estella fecha os olhos. Jasper abre os olhos e sorrir. Com calma pega a mão da mulher e a direciona até a mansão. Os dois chegam na sala onde a lareira está acessa. O ambiente e calmo e confortável.

Os dois se sentam ali. Estella, encostada no peito de Jasper. E Jasper fazendo um cafuné nos cabelos de Estella. Um nos braços do outro. Há um encaixe perfeito. Os dálmatas se sentam perto dos pés da dona e buddy dorme calmamente em sua caminha.

De vez em quando, olham para o outro e se beijam. Passam a madrugada um nos braços do outro. Sem nenhuma malícia. Só o amor estampados em seus rostos.

O dia amanhece. Estella já está de pé. Encontra Artie no ateliê. Estava feliz naquele dia. Havia dormido super bem. Como nunca havia dormido antes.

— Acho que alguém viu um passarinho verde. Porque essa alegria toda minha cara? — Artie estranha a alegria da amiga.

— Acordei bem hoje, não posso? — Estella cruza os bracos.

— Poder pode né? Mas quando isso vem de alguém chamado Cruella Devill, é estranho. — Artie começa a rir quando Estella taca uma almofada nele. — Aí bixa! Só tava brincando, eu ein! Já voltou a ser a Cruella Cruel?

— Cruella Cruel? — Estella pergunta confusa.

— Aquele namorado da sua amiga, Roger, fez uma música sobre você. — Artie começa a dançar. — Cruella Cruel! Cruella Cruel! É mais traiçoeira, do que uma cascavel!

— Aquele imbecil não fez isso. — Estella tira os óculos olhando para Artie dançando.

— Em sua veias só circula, Fel! Cruella, Cruella, Cruel. — E faz uma reverencia. Minutos depois os dois começam a rir.

— Haha. Essa gente inventa cada coisa. — Estella fala negando.

Filha da Cruella DevillOnde histórias criam vida. Descubra agora