Capitulo 20

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Abro os olhos e vejo dois pares de olhos castanhos preocupados. Olho ao redor e vejo que estou em uma casa, segura, salva e não queimada. Aqueles olhos castanhos com as bochechas cheias de sardas me fazem gerar água em meus olhos.

Pulo em seus braços sentindo o cheirinho de perfume amadeirado que tanto senti falta. O abraço forte beijando seus cabelos brancos. Como eu senti falta daquele abraço. Choro compulsivamente nos seus braços, tudo me atinge como uma avalanche.

— Meu irmãozinho. Você está bem? Se machucou? — Pergunta inspecionando Carlos que rir de mim.

— Acho que eu deveria está dizendo isso né Hannah, ou melhor, Estella. — Rio nasalmente tocando em seu rosto. Buddy pula na cama colocando a cabeça em meu colo.

— Onde está o papai? E o tio John, tio Horácio? Ah meu Deus! E meus amigos? — Pergunta me levantando desesperada correndo porta a fora escutando os chamados de Carlos. Desço as escadas rapidamente e para bruscamente ao ver a mulher em minha frente.

Cruella está conversando, de costas para mim, com tio John que sorrir para mim. Ela vira lentamente e nossos olhos se encontram. Seus olhos estão inchados, parece que havia chorado muito, não havia um pingo de maquiagem em seu rosto. Seus cabelos, rebeldes assim como eu me lembro, me fazem aproximar lentamente da mulher.

— Mamãe. — Digo olhando em seus olhos verdes perfeitos.

A próxima coisa que eu sinto são braços em volta de mim me abraçando fortemente. Abraço minha mãe. Minha mãe, que eu pensava está morta, seu cheiro leve de lavanda me faz lembrar do dia em que ela me levou a seu ateliê. O seu abraço e caloroso, eu finalmente me sinto em casa.

— Minha filhinha. Meu bebê. — Minha mãe beija meus cabelos e depois meu rosto me arrancando uma gargalhada. — Como eu senti sua falta meu amor. Senti tanta, tanta sua falta. — Novamente me abraça.

— Mamãe, me desculpa. Acho que causei muitos problemas a sua empresa. — Murmuro no seu ouvido e escuto sua risada.

— Tal mãe tal filha. Eu sabia que você havia nascido para ser grande. Você conseguiu iniciar uma nova era. Você tem noção do quanto eu estou orgulhosa de você? Eu que preciso te pedir perdão. Sua suposta morte me fez perder todo o eixo da minha vida. Então quando eu vi você pela primeira vez, eu tentava desesperadamente te afastar por conta da dor que habitava em meu peito. — Mamãe coloca suas mãos em meu rosto.

— ONDE ELA ESTÁ? — Escutamos um grito e olho para trás. Vejo meu pai me olhando emocionado. — Princesa? É você?

— Uma vez Budan, sempre Budan papai. — Fala dando de ombros. O mesmo me abraça fortemente beijando minha testa.

— SAIEM DA FRENTE QUE EU PRECISO VER MINHA AFILHADA! — Olho para trás e vejo tio Artie olhando para os lados até que seus olhos pousam em mim. — Pequena Estilista! — Sou novamente abraçada. Até que sinto lambidas em minhas mãos.

Olho para baixo e vejo os cachorros. Abraço Gengis que em lambe toda. Budy pula em cima de mim me fazendo gargalhar. Os outros dálmatas latem animados e Dude cheira bem rosto com delicadeza.

— Carlos? — Olho para trás e vejo meu irmãozinho crescido. — Tenho um presente para te dar. — Me levanto pegando Dude nos meus braços. — Esse é Dude, meu mascote. Ele é seu companheiro fiel agora. — Vejo Carlos olhar com os olhos brilhantes para o cachorrinho que ao se colocado em seu colo, lambe se rosto com alegria. — Ele amou você.

— Obrigada Nana. — Carlos me olha doce e eu bagunço seu cabelo. — Ei, quem chegar por último lá no precipício...

— É uma maçã podre! — Grito correndo a sua frente sendo seguida animadamente por Budy. Escuto os protestos da mamãe e do papai e as risadas estridentes de Carlos.

Bato no parapeito e começo a rir da cara do meu irmão. O mesmo fica emburrado e cruza os braços revirando os olhos. Dude brinca com Budy pulando um em cima do outro. Bato no braço de Carlos que resmunga.

— Aí Estella! — Olho indicativa para Carlos que revira os olhos. — A qual é? Eu me acostumei, e você combina com o nome.

— Valeu projeto de dálmata. — Olho para trás e vejo o mar batendo nas rochas. — Precisamos acabar com a Baronesa, Carlos.

— Eu sei. Já ia falar isso para você. Se ela tentou nos matar uma vez, com certeza vai tentar de novo. — Carlos chega perto de mim.

— Vamos terminar isso de uma vez por todas. Porque somos..— Batemos nossos punhos. — Os Devilles! — Falamos juntos até que escutamos a voz de mamãe nos chamando para jantar.

Caminhamos até a mansão zoando um com a cara do outro. Quando entro na sala vejo Lucas, Samantha, Annie, Amy e Noah. Corro até eles os abraçando fortemente. Sinto beijos serem depositados em meu cabelo e olho para Noah que me olha aliviado.

— Bebê! — Escuto a voz de tio Artie.

— Pai! Já falei pra não me chamar assim em público! — Annie cruza os braços sendo abraçada pelo pai. O homem beija o rosto da filha me fazendo achar fofo.

— Que orgulho de você. Arrasou no desfile cantando, tal pai tal filha. — Artie fala entusiasmado.

— Mãe? Deixe me apresentar, os meus cúmplices. Lucas e Noah na parte visual, Samantha na parte da fuga, Amy era a vigia, sempre me trazia notícias de onde você estava e publicava tudo. Annie me ajudava a fazer os looks. — Apresento cada um fazendo John e Horácio rirem.

— Porém que era a mente genial do grupo era a Estella tia. Ela que dava as instruções e fazia os looks mais incríveis. — Annie fala olhando para as unhas.

John, Artie e Horácio explodem nas gargalhadas fazendo minha mãe os olhar seria. Papai tenta segurar a risada porém não consegue. Minha mãe se vira e encara o papai que engole em seco rindo nervoso.

— Mãe. Não fica brava, em nem me lembrava de você. — Me aproxima da mesma que sorrir para mim negando.

— Não estou brava nem chateada, na verdade estou orgulhosa. Jasper a gente deveria ter feito um plano de fuga na época não era? — Mamãe olha para o mesma pensativa.

— Sim, acabamos esquecendo dessa parte. Tudo estava acontecendo tão rápido. — Papai pega na mão de mamãe que beija seu rosto, fazendo eu e Carlos franzi o rosto. — Vamos jantar?

Todos concordam e vamos para a sala de jantar. Me sento perto de Noah e beijo seu rosto. Todos olham confusos para mim. Olho para Annie e Amy que tentam prender o riso. Lucas olha divertido para mim e Samantha me olha maliciosa.

— Que? Vocês já sabem que nós estamos namorando. — Meu pai cospe toda a água na mesma e meu irmão segura firme o garfo, minha mãe fuzila Noah com os olhos. — Ah droga.

— Como é? Acho que eu não escutei direito. — Meu pai pergunta se recuperando do breve engasgo.

— Gente, esse aqui é o Noah, ele que me salvou quando eu perdi a memória, meu melhor amigo e agora, meu namorado. — Falo hesitante e meu pai olha para Noah que engole em seco.

— Namorado. Que ótima notícia. — Mamãe fala olhando maldosa para Noah que sorrir nervoso.

Fudeu.

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Aqui estou. Não me matem.

Filha da Cruella DevillOnde histórias criam vida. Descubra agora