✓ ORLON ── NATASHA ROMANOFF

2.06

CAPÍTULO DEZESSEIS
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NA NOITE SEGUINTE haveria a festa de aniversário de Tony Stark. Seria inapropriado, inadequado, num péssimo momento. Mas o homem estava morrendo. O paládio em seu sangue estava o matando mais rápido do que dava para conter, então o mínimo que podia fazer é aproveitar seus últimos momentos grandiosos na Terra.

Elizabeth não entendia, porém não sabia de toda a verdade. Seu pai estava estranho, mais que o normal, e isso a preocupava. A sensação ruim era mínima, mas ainda estava lá, como uma intuição certeira, mas que gerava dúvidas sem todas as informações. A morena então, decidiu apenas apoiar o pai naquele momento.

Ela se encontrava em seu enorme closet, saindo do grande banheiro com saltos médios nos pés, em vermelho. Optou por um vestido preto simples, colado ao corpo com um zíper que se seguia por toda a linha da coluna, que estava aberto pela dificuldade de fechá-lo.

Havia pedido um martini para quem quer que seja que tenha recebido a ordem, quando Natalie entrou no recinto trazendo uma taça de cristal com a bebida. A ruiva usava um vestido justo, na cor verde desbotado com um cinto fino preto na cintura. Elizabeth precisava admitir: aquela mulher era a definição de perfeição. Parecia quase irreal se não estivesse bem na sua frente.

— Obrigada. — Ela pega a taça e dá um gole. — Fecha pra mim? — Pede, virando-se de costas para Natalie e afastando o cabelo.

A ruiva se aproximou e segurou no pequeno zíper, pousando a outra mão na cintura acentuada da morena, subindo lentamente e fechando a peça. Elizabeth conteve um suspiro ao sentir os dedos da mulher em contado com sua pele, como se houvesse marcado cada centímetro.

— Você está linda. — Natalie a elogia, quase inconscientemente. Não tinha como não reparar em como Elizabeth era bonita.

— Você também está linda, Rushman. — Ela responde.

Mesmo aquele não sendo o verdadeiro sobrenome da ruiva, soava extremamente bem na voz da morena, quase como se fosse real. Quase. "Missão, desempenho, relatório." Foi o que passou como um flash pela mente de Natalie, que foi facilmente ignorado por outra coisa: o pensamento de como seria provar dos lábios de Elizabeth. Ela se aproximou, ambas perdidas entre olhares e segurou no rosto da morena delicadamente com uma das mãos, ignorando todo o resto, toda a situação maior que a cercava... tudo.

Elizabeth não recuou. Estava longe de querer recuar. A altura igual de ambas facilitou quando Natalie as juntou num beijo. Foi como imaginou, até melhor. O sentimento era mútuo e prazeroso. A Stark apertou a cintura da ruiva e aprofundou o beijo, flutuando por finalmente estar fazendo aquilo que tanto imaginou. Era quente e ao mesmo tempo, delicado. Não conseguiram não pensar em morangos. O sabor delicioso de morangos em ambos os lábios era no mínimo inebriante.

Mas as coisas não eram tão fáceis como Natalie gostaria que fossem. Ela se separou de Elizabeth e por um segundo olhou nos olhos, sentindo-se diferente. Ela sorriu levemente ao notar as bochechas minimamente coradas da morena.

— Deystvitel'no ochen' krasivo. (Realmente muito linda) — Natalie diz quase como um sussurro e caminha pra fora do closet, em êxtase por muitos motivos.

Elizabeth se encostou na penteadeira e levou as pontas dos dedos nos lábios, podendo sentir — se mantivesse a concentração — Natalie ali novamente.

[...]

A festa corria bem. Elizabeth não estava muito no clima, mas mesmo assim ainda compareceu, ficando na sacada espaçosa com algumas pessoas e um drink em mãos. De repente, um alarme chega em seu relógio tecnologicamente modificado, a fazendo se afastar da multidão para um lugar mais silencioso.