CAPÍTULO VINTE E NOVE
─────── ✵ ───────APÓS PASSAR POR 3 paramédicos diferentes, Elizabeth se obrigou a caminhar até seu quarto. A mulher tomou uma ducha rápida e gelada, vestindo o uniforme simples que a S.H.I.E.L.D. disponibilizou. Ela deitou de lado na cama, fechou os olhos e se permitiu absorver por alguns minutos a morte de Phil. O homem enfrentou Loki sozinho, com uma arma diferente e instável, obviamente na desvantagem. Elizabeth sentia raiva, queria vingança, e ela a teria.
Natasha por sua vez, desviou de cada agente a chamando, cada ordem de verificação perimetral ou compromisso pelos 10 minutos seguintes, caminhando em passos largos até o alojamento de Elizabeth. Ela não conseguia parar de pensar em como a companheira estava com tudo isso, e não tardou a se livrar de qualquer empecilho para ir vê-la.
— Entra. — A voz da Stark foi escutada do outro lado da porta, ao Natasha ter dado algumas batidas.
— Trouxe bolinhos. — A Romanoff levanta um saco marrom com dois muffins de framboesa dentro, os favoritos de Elizabeth.
A morena levantou o olhar e sorriu. Um "sorriso sol", capaz de iluminar pelo ou menos todo o aeroporta-aviões onde estavam — se isso não estivesse apenas na cabeça de Natasha —
— Onde conseguiu? Tá tudo um caos lá fora. — A Stark comenta, se sentando na cama e abrindo espaço para a ruiva sentar-se também.
— Tenho alguns contatos. Qualquer coisa para ver seu sorriso. — Ela responde, sentindo o coração bater mais rápido ao proferir tais palavras.
— Obrigada por estar aqui. E também pelos bolinhos. — Lizzie responde a olhando com tanto carinho, que podiam ter corações em suas iris esverdeadas.
— Você está bem? Sinto muito pela morte do Phil. — A ruiva se inclina, colocando a mão na coxa da outra como forma de conforta-la.
— Estou bem, Nat. Ele foi um bom homem. — Ela responde, sorrindo levemente após ter mordido um dos muffins. — E como está o Clint?
— Ele está bem. Ficou na ala médica, descansando. — Ela responde, sentindo seu interior se aquecer ao perceber que o que era importante para si, também era para Elizabeth.
Romanoff notou migalhas no canto da boca da companheira, limpando com o polegar, se aproximando perigosamente. A tentação era muita, o desejo maior que qualquer coisa, então as juntou num beijo terno, porém quente. Os lábios úmidos e macios da Stark nunca deixavam de ser mágicos, e os da Romanoff, eram um alento para quaisquer males. Elas se separaram e juntaram as testas, num momento só delas.
— Eu não pude salvá-lo, Nat. Mas eu o vingarei, e a todos que Loki já machucou. — Elizabeth se afasta um pouco, fitando intensamente as esmeraldas que tanto gosta.
— E eu estarei lá com você, Lizzie. Não vai fazer isso sozinha. Você nunca vai estar sozinha. — Natasha responde, acariciando a bochecha da mais nova com uma das mãos, devolvendo o olhar.
— Stark, reunião em 3 minutos. — A voz de Nick Fury é escutada pelo intercomunicador deixado na cabeceira da cama da mulher.
— Também preciso ir. Vai ficar bem? — Natasha se adianta.
— Vou. Você vai?
— Sim. Já tenho tudo o que preciso pra isso. — A ruiva sorri abertamente, deixando um selar nos lábios da companheira e saindo do quarto de volta a seus afazeres como agente da S.H.I.E.L.D.
Elizabeth respirou fundo e saiu também, caminhando em passos largos até a sala de reuniões. Tony e Steve estavam lá, sentados em cadeiras afastadas com expressões magoadas no rosto. Ela se sentou na cadeira ao lado do pai, cruzando os braços e olhando fixamente para um ponto qualquer na mesa.
— Isso estava no bolso Phil Coulson. Acho que ele não conseguiu seu autógrafo. — Nick começa, jogando as cartas do Capitão América para o próprio, as mesmas sujas de sangue. — Estamos paralisados aqui em cima. Nossa comunicação, localização do cubo... Banner, Thor. Não tenho nada para vocês. Perdi aquele que era meu único olho bom. — Ele continua, quando Elizabeth percebe o olhar triste do pai, fixo ao chão.
Ela estendeu sua mão a ele, discretamente, sentindo os dedos do pai se entrelaçarem aos seus, num gesto confortável e amoroso de apoio.
— Talvez eu merecesse isso. É... nós íamos construir um arsenal com o Tesseract. Mas eu nunca apostei tudo nisso, pois apostava em uma coisa mais arriscada. Havia uma ideia, os Stark sabem disso... chamada Iniciativa Vingadores. A ideia era reunir um grupo de pessoas extraordinárias, ver se elas podiam se tornar algo mais. — Fury prosseguiu, causando um desconforto no peito de Elizabeth. — Ver se podiam trabalhar juntas quando precisássemos delas. Para travar as batalhas que não conseguíssemos. Phil Coulson morreu ainda acreditando nesta ideia. Em heróis. — Ele finaliza, irritando Elizabeth.
Heróis? Eles não eram heróis. A mulher não sentia nada além de culpa e remorso pela morte de Phil. O homem acreditava na Iniciativa, mas ela não mais, não por hora. Aquela noção antiquada e quase desonrosa, fez o estômago de Elizabeth revirar-se. Ela se levantou em silêncio, sentindo um misto de sentimentos ruins. Com os olhos marejados, ela ergueu o indicador para Fury, visando descontar tudo nele por palavras, mas não tinha forças para tal.
A mulher se virou e saiu daquela sala, sentindo o pai segui-la segundos depois. Ela enxugou uma lágrima solitária do rosto a apenas caminhou sem destino, chegando onde costumava ficar a cela de Loki. Elizabeth se escorou nas grades, em um silêncio barulhento, observando fixamente o buraco fundo que restou no lugar.
O que estão achando? comentem!
Tô meio sem tempo de comentários pós capítulos, mas enfim.
Até a próxima!
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✓ ORLON ── NATASHA ROMANOFF
FanficORLON ── Homens e armas não são a solução. Mas uma mulher numa armadura pode fazer milagres. A GENIAL ELIZABETH Stark quer levar ao mundo seu projeto. ORLON pode ser a solução para encerrar de vez a produção de armas da empresa do pai, mas tudo muda...