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CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
MÚSICA TEMA: TRAIN WRECK — JAMES ARTHUR
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ELIZABETH ESTAVA SEMPRE nervosa. Seu coração batia rápido, sua boca secava constantemente e suas mãos tremiam esporadicamente. A mulher da sua vida estava sendo procurada pelo país inteiro, por ter feito absolutamente nada.

Faziam alguns dias e Washington estava um caos pela televisão. Instruída a não sair da Torre, Elizabeth se trancava no quarto pela maior parte do dia, não querendo ver ou falar com ninguém. O medo corroía suas entranhas, a preocupação martelava em seu coração como o próprio martelo de Thor.

Natasha havia informado que a S.H.I.E.L.D. estava fora da jogada, que a Hidra estava infiltrada lá e que ninguém era confiável. Elizabeth não podia desfazer sua promessa de manter-se quieta e segura, já que não sabia com o que estava lidando.

Semanas se passaram e haviam cartazes espalhados a pelas cidades do país inteiro, além da internet, com o rosto da ruiva e do Steve Rogers. Tony via sua filha andando de maneira tensa todos os dias, sentindo um amargo desagradável ao vê-la daquela maneira. Ele entendia, buscava entender, mas não dava mais para tolerar.

— Bombom? Abre pra mim, filha. Vamos conversar. — O Stark apareceu no andar dos quartos e bateu na porta, com as sobrancelhas franzidas em preocupação e coração na mão.

— Eu estou bem, pai. — Elizabeth responde, vazia.

— E eu não sou idiota. Sei quando minha filha não está bem, e você me puxou na teimosia. — Ele rebate, mantendo-se natural.

O silêncio foi dado como resposta. Tony Stark não era conhecido por desistir fácil das coisas, e de sua garotinha, ele jamais a deixaria na mão. Sendo dono do prédio, ele sacou um pequeno aparelho e digitou alguns códigos, destravando a porta por fora.

— Eu disse que estou bem! — A Stark se vira, vestindo moletom da cabeça aos pés e possuindo fundas olheiras debaixo dos olhos constantemente avermelhados.

— Não, você não está! — Tony volta a fechar a porta. — Elizabeth, você anda pela Torre o tempo todo, como um saco vazio que mal consegue parar em pé! A impotência, a culpa de não poder fazer nada... eu entendo tudo isso, e não tive ajuda porque assim como você, eu não disse a ninguém. Você é tudo o que tenho de mais importante nessa vida, e se minha filha não está bem, eu estou pior! — O homem se aproxima, com a voz firme tanto quanto os passos.

Elizabeth segurava o choro com tudo o que tinha. As emoções e sentimentos que vinha suprimindo vieram à tona de uma vez só, como um soco no estômago.

— Se quiser que eu vá embora, eu vou e te deixo em paz. Você é adulta, mas é minha filha. Minha Lizzie. Sempre foi, e sempre será. — Tony finaliza, torcendo para que a mulher se abrisse, finalmente.

A morena havia mantido os punhos cerrados, o queixo pro alto e a barreira erguida, mas não aguentava mais. Seu pai estava ali, de braços abertos — literalmente — e era isso que ela queria no momento, sem Natasha ali.

Ela suspirou e deixou as lágrimas rolarem, caminhando com passos vacilantes até o pai e circulando seus braços no tronco do mais velho, sendo prontamente retribuída. Tony queria protegê-la, colocá-la numa bolha longe de toda a dor e preocupação que a assombrava desde que Natasha a ligou.

— Não é apenas um grupo de pessoas, pai. Nat está na mira de uma agência inteira e sob invasores, que dominaram tudo. Eu tô com medo, medo o tempo todo, de cada pessoa que não conheço, de tudo o que não vejo. — Elizabeth desaba, tentando manter-se pelo ou menos com a voz normal. — Eu amo aquela mulher com todas as minhas forças, e se algo pior acontecer e eu não ter dito isso a ela?

✓ ORLON ── NATASHA ROMANOFFOnde histórias criam vida. Descubra agora