✓ ORLON ── NATASHA ROMANOFF

4.03

CAPÍTULO TRINTA E CINCO
MÚSICA TEMA: WHAT A TIME — JULIA MICHAELS
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HAVIA ACABADO, FINALMENTE. A S.H.I.E.L.D. deixou de existir, mas caiu com a Hidra. Todos os dados dos agentes da ex agência de logística e espionagem foram expostos, inclusive os de Natasha Romanoff.

Cada informação de sua vida, datada e detalhada em todo lugar. Elizabeth tentou não ler, tentou ignorar, mas foi impossível. Quase 3 meses sem notícias da pessoa que ama não é algo que possa ser esquecido facilmente, então a Stark leu. Cada página do arquivo, toda a história de Natalia Alianovna "Natasha" Romanoff.

Sinceramente? Após ler tudo, decidiu simplesmente que o passado devia ficar em um só lugar: no passado. Ela era mais que uma assassina que programaram na Sala Vermelha. Natasha apareceu diante de uma subcomissão do Senado, no qual ela defendeu o desmantelamento da S.H.I.E.L.D. Quando questionada por oficiais militares a respeito do porquê eles não deveriam prendê-la pelos crimes recém-revelados que havia cometidos contra os EUA, ela respondeu que pessoas como ela eram necessárias para defender o mundo, tudo sendo transmitido pela televisão, e óbvio que, Elizabeth assistiu.

A mulher não tinha tido contato com a namorada desde que tudo acabou, e aguardava ansiosamente o momento certo. Antony se manteve ao lado da filha, a mandando ter calma, dizendo que tudo estava bem. Mas será que estava mesmo?

Elizabeth se encontrava num dos laboratórios que dividia com o pai, revendo alguns dados técnicos da Torre dos Vingadores, quando seu telefone vibra no bolso de sua calça. Ela pega o aparelho e vê uma nova mensagem, de seu contato da lista dos "mais importantes".

— Pole oduvanchikov, Germaniya. Dom. (Campo dos Dentes-De-Leão, Alemanha. Lar.) — Natasha disse numa única mensagem, com tantos significados por trás.

Uma gota de suor frio escorreu pelas costas da Stark, que guardou o aparelho no bolso e olhou para o nada por alguns instantes. Tony notou a drástica mudança de comportamento, então largou o que estava fazendo e caminhou até a filha.

— Bombom? O que houve?

— A Nat, ela... ela está em casa. Na Alemanha. — Elizabeth revela, sentindo um misto confuso de emoções que não sabia descrever.

Elizabeth não sabia como reagir. Esteve por meses tão concentrada na tristeza, preocupação e saudade, que não imaginou o que aconteceria quando tivesse Natasha de volta, e aquilo formou um nó estranho em sua garganta.

— Vá atrás dela, eu cuido de tudo aqui. — O Stark sorri, deixando um beijo na testa da mais baixa, que correu até o andar de sua armadura.

Ela entrou no traje e programou a rota mais curta para o outro país, saindo da Torre o mais rápido possível. Quase 8.000 quilômetros menos de 20 minutos, graças aos super propulsores da Orlon. Elizabeth avistou sua casa com Natasha, a ignorando e indo direto para o Campo de Dentes-de-Leão.

A morena pousou com um dos joelhos flexionados no chão, causando uma explosão graciosa de flocos macios das pequenas plantas aos montes. C.A.T. abriu a parte da frente do traje, dando abertura para Elizabeth sair, a mesma que olhou quase desesperada para os lados.

A Stark se sentia levemente nauseada, suas mãos quase tremiam e seus pés estavam gelados. Curiosamente, ela gostou de sentir aquilo. Significava que Natasha estava perto. De repente, Elizabeth avista uma cabeleira ruiva em pé, rodeada do branco dos dentes-de-leão.

Tudo ficou lento ao redor. Uma brisa passou por elas, separadas apenas por alguns metros. Romanoff assistia a mulher que ama, com as mãos espremidas em punhos de hesitação ao lado do corpo. Os cabelos cor de mel voando com a fresca, os olhos úmidos e esverdeados sob a luz de um final de tarde de outono, e as partículas das plantas que desfez ao chegar flutuando ao seu redor. Nunca se tornaria banal, definitivamente.