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WOOYOUNG

Mais um período de aulas se encerra neste local infernal que eu normalmente chamo de universidade, não entendo porque todo mundo aqui é tão falso e supérfluo. Felizmente nem todos são assim e eu achei amigos com os quais posso contar para coisas pequenas como sentar na mesa do refeitório, dividir o fone de ouvido, estudar no campus e falar da vida dos outros.

- Bro, você não vai acreditar no que eu tive que fazer pra conseguir esse graphic novel.- Hongjoong diz visivelmente empolgado enquanto eu devoro mais um livro do sobre socialismo.

- Depois que você dançou a macarena apenas pra conseguir a edição noventa do graphic novel do Capitão América eu não duvido de mais nada, Joong! - dou de ombros ainda focado no livro.

- Bem, eu estava bêbado naquele dia e você disse que nunca mais iria me fazer lembrar deste momento de tamanho constrangimento.- ele protesta e eu rio baixinho.- De qualquer forma eu disse que sairia com o filho do bibliotecário hoje a noite e ele me deu o graphic novel na hora.

O Hongjoong costuma vender o corpo dele por quadrinhos, essa é a nova modalidade no mercado da prostituição? Por quê se for assim vou começar a me vender apenas para ganhar dinheiro e poder levar a Jaehee para terapia toda quarta-feira.

- Às vezes você se presta a papéis desnecessários mate. Seonghwa por acaso sabe disso? - pergunto procurando por meu maço de cigarros no bolso de minha mochila.

- O que o Hwa tem a ver com a minha vida? Não é só porque vivemos grudados que ele tem que saber todos os lugares que eu vou e com quais pessoas eu vou.- Ele reclama e eu dou de ombros acendendo o cigarro.- Você não vai mesmo parar com isso, Wooyoung?

- Com o quê?

- Cigarro. Você fuma um a cada 5 minutos.- afirma ele e eu nego com a cabeça por se tratar de um exagero da parte dele.- Está sendo um falso moralista, quer que a Jae pare de se drogar mas não consegue parar de fumar nem por um mísero segundo.

Descarto o cigarro no lixo perto de onde estávamos e olho para Hongjoong como se estivesse dizendo "satisfeito"? E ele me lança um olhar de satisfação, fico feliz em ver que ele parou de reclamar em meu ouvido.

- Sabe. Existe uma grande diferença entre as pessoas que fumam para se acalmarem e as que querem pagar de fodonas do rolê e acabam se drogando demais.- digo colocando o livro dentro da mochila.- Eu faço parte da minoria que fuma para se acalmar e a minha idiota e promíscua irmã faz parte dos que são estupidamente jovens demais para entender que usar drogas não fazem bem.

Ajudo ele a se levantar e deixamos o campus da universidade andando até o estacionamento. Lá encontramos Ryujin, sendo abraçada por uma garota morena e menor que ela, Jisu ou Lia como ela prefere, se eu não me engano, resolvemos ir até lá para ver o que estava acontecendo.

- Ryu, o que houve? Vai repetir de novo ou o quê? - Joong pergunta e eu dou uma cotovelada forte nele.

- A cadelinha dela morreu.- Lia explica e meu coração dói.

Pobre Daesun. Pobre Ryujin.

Todos nós do círculo de amigos dela sabemos o quão especial a Lola é para a Ryu e eu tenho certeza que isso não mudará mesmo com a partida dela. Acho que perder um animalzinho de estimação dói mais do que perder um parente ainda mais quando se trata da Irene que não tem uma base familiar das melhores, mas quem sou eu para falar sobre bases familiares.

- Hey, vai ficar tudo bem! Você é a garota mais forte que eu já conheci, tu já passou por muita merda e eu tenho certeza que você vai conseguir superar isso também, ok? Mesmo que a Lola seja muito importante para você, eu vou estar do seu lado sempre que precisar.- Lia diz segurando as mãos da mais alta e se colocando na pontinha dos pés para beijar sua testa.

É errado shippar elas duas?

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora