𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍.

15

— Wooyoung? Eu te fiz uma pergunta.— Jae estala os dedos próximo aos meus olhos e eu acordo dos meus devaneios.

— Oh me desculpe love, o que você estava dizendo mesmo? — encaro a menina que tinha dois vestidos pendurados nos ombros.

— Qual dos dois você acha que é mais bonito? — Jaehee joga um vestido de mangas longas e cheio de lantejoulas em cima da cama e em seguida joga um vermelho de cetim que continha alsas.

Olho para eles. Ela ficaria linda com os dois, independente da ocasião para a qual nós iríamos todas as roupas que a Jaehee tem ficariam perfeitas nela. Mesmo assim aponto para o vestido vermelho.

— Sabia que você iria escolher esse! Também é o meu favorito! — ela diz erguendo o vestido no ar.— E você já decidiu com qual roupa você irá?

— Eu...não vou.— digo já esperando a pior reação da parte dela.

— Como assim não vai? É o casamento da tia Xinya. A mamãe vai ficar uma fera se você não for...— ela cruza os braços e se joga do meu lado na cama.

— Mamãe vai estar muito ocupada falando com os nossos outros familiares sobre o quanto você mudou e essas coisas...— dou de ombros e continuo segurando a vontade de chorar que eu estava prendendo.

— Woo. Diga a verdade ok? — minha irmã segura minha mão.— Você não quer ir por quê as nossas tias disseram que não te consideram mais parte da família não é?

Abaixo a cabeça e assinto. Eu odeio mentir para as pessoas, ainda mais para a minha irmã. Não estava nem aí para as minhas tias me considerarem ou não, elas sempre foram homofóbicas então eu não me importo com isso, o real motivo de eu estar assim é a culpa que eu estou sentindo por ter beijado San ontem.

Foi tão bom e ao mesmo tempo tão errado.

Agora Jaehee está aqui me aconselhando, eu estou olhando nos olhos dela e estou mentindo sendo que a minha irmã não merece nada do que eu estou fazendo com ela.

Preciso encontrar ele e dar um fim nisso antes mesmo que comece e se transforme em algo grande e sério demais.

— Bem, se você insiste em não ir, não vejo o porquê de te forçar. Mas o que eu digo se a mamãe der pela sua falta?— Ela pergunta.

— Diz a ela que eu estou com uma enxaqueca fodida e que não aguento nem abrir os olhos...— falo mas ela nega.

— Mamãe te viu dançando Red Velvet mais cedo Wooyoung, ela não vai acreditar.
— A menor  gargalha alto e eu coro por me lembrar do momento.— Relaxa, eu digo que você se sentiu indisposto de última hora, ela vai vir aqui te trazer um remédio para ver se é verdade mesmo e aí você vai ter que tomar...

Se for preciso tomar um remédio ruim a beça apenas para ficar em casa e fugir das perguntas idiotas dos parentes e de me sentir mal e culpado em meio a tantas pessoas. Que assim seja.

●●●

— Fique bem, ok querido? — minha mãe beija minha testa e sobe mais o cobertor até meu queixo.

Eu solto um sorriso falso de doente e ela sorri inocente também saindo do quarto. Não demorou muito até eu ouvir o barulho das portas do carro sendo fechadas de forma brusca. Essas mulheres são tão...grossas.

Tiro o cobertor de cima de mim e desço as escadas indo até a cozinha preparar um chá para mim. Já chorei bastante essa manhã, minha cabeça está doendo um pouco e se eu tomar algum chá acho que minha mente vai ficar mais calma.

Meu celular vibra em meu bolso e eu pego vendo a foto de San no ecrã, penso duas vezes antes de atender mas eu tinha que dar um jeito naquilo.

— Oi.

— Hey babyboy, não quer dar um pulo aqui no meu apartamento? Mingi e Lia saíram com os teus amigos.— diz ele com uma voz rouca. Aparentemente acabou de acordar.

— Não me chame assim, nós sabemos que sou eu quem comanda as coisas e não posso ir aí porque eu estou indisposto. Tô até de cama, nossa.— finjo uma tosse e ele ri.

— Você é um péssimo mentiroso, amor.— San comenta. Espera "amor"? — Bem, já que você não está se sentindo bem, eu vou aí...

— As meninas estão aí?

— Não e não. Elas não estão aqui mas você também não pode vir.— digo curto e grosso.

— Por que não?

— Porque eu não quero San, mas que saco.— desligo na cara dele e me bato mentalmente mil vezes por ter feito. Porra Wooyoung.