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O dia da provação dos vestidos deveria ser um dia especial e exclusivo para a noiva. Minha mãe arrastou as meninas junto com ela para o outro lado de Gangnam para escolherem os vestidos delas e em compensação Hyeongsuk arrastou a gente — eu, San e Yeonjun — com ele.

— Já pensou em casar de azul? — Yeon sugeriu.

— Não seja idiota aqui na Coreia nós não casamos com qualquer cor de terno. É o tradicional e pronto.— San bateu o pé e os dois ficaram se estranhando.

Estão assim desde o dia em que Yeonjun acidentalmente, ou não, deu uma cabeçada nele. Eles estavam indo tão bem como amigos e de repente estão desse jeito, vai ver eles nunca foram amigos e só estavam fingindo para manter as aparências e não me magoar ou sei lá.

— Tradicional pra mim é sabor de bolo e se o Hyeongsuk quiser casar de azul ele pode sim.— Yeonjun retrucou virando o rosto.

— Já chega, por quê não vão escolher a roupa de vocês? — Bufei tentando manter a calma para no chocar a cabeça daqueles dois idiotas novamente.

Os meninos saem em direções opostas e Hyeongsuk ri ladino olhando pra mim e em seguida pegando um terno verde escuro.

— O quê foi?

— Como você suporta? — Ele perguntou avaliando o tecido com leves puxões.

— Suportar o que exatamente?

— Essa situação toda. Seu ex e seu atual namorado querendo se matar a cada 5 minutos.— Respondeu.

— É o preço que se paga por querer um e não conseguir dispensar o outro.— respondi dando de ombros e indo na mesma direção que Yeonjun. Os ternos por lá eram de um valor um tanto elevado, mas pra ele não seria problema, só não sei pra quê tanta vontade de ostentar.

— Babe-ah, olhe que terno lindo! — Yeonjun veio até mim com um terno azul escuro, coberto por um fino tecido de cetim de mesma cor nas lapelas. Detalhes em strass na parte lateral e nos braços também.

— Ah sim meu amor, vai ficar perfeito em você.— Concordei rindo simpático.

— Não seja bobo, ele é pra você. Vai ficar perfeito, ande, vá até o provador e experimente.— O moreno me entrega o terno e me dá um tapinha na bunda, passo pela parte onde Hyeonsuk estava ainda escolhendo sua roupa, e vejo os provadores no final de um extenso corredor.

Sento-me no sofá gigante que existia lá e fico a observar aquele terno, eu não me via nele, e também não me via entrando na igreja junto com Yeonjun nele.

— Woo, oh! Que terno bonito! — San saiu de um dos provadores. Ele estava tão estonteante, embora seu terno fosse o tradicional preto com gravata borboleta estava fenomenal. Meus olhos se encheram de lágrima na hora e eu nem mesmo sabia por quê.

— É...o Yeonjun escolheu pra mim.

— O quê foi? Você pareceu não gostar.

— Ele é lindo mas...mas...não é pra mim.

— O Yeonjun ou o terno? — Ele brincou e eu revirei os olhos. San então, sentou de frente pra mim e levou sua mão até o lado direito do meu rosto, eu esfreguei a pele exposta de minha bochecha mais a sua mão e gemi manhoso.— Woo?

— Desculpa. Sua mão é macia.

— Quer ajuda para escolher o terno?

— Sim, por favor.

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No final acabei por escolher um terno melhor e mais simples que aquele, inclusive o terno era o olho da cara e nem se a rainha da Inglaterra me oferecesse de presente eu aceitaria. Afinal, é algo que eu só usaria uma vez.

— Seu terno é engraçado Yeonjun, parece que queimaram a lapela com água sanitária.— San provocou e eu bato em minha testa involuntariamente.

— Pelo menos eu não vou parecendo um garçom de aniversário de debutante.— Rebateu o garoto ao meu lado.

— Vocês são patéticos puta que me pariu! — Saio do carro e bato a porta com força.

— O quê foi que você disse, Jung Wooyoung? — Minha mãe disse assim que abriu a porta de casa.

— Cheiro de biscoitos mãe devem estar deliciosos.— beijei sua bochecha e subi para meu quarto correndo.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora