𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍.

011

Adoro hospitais há algo neles que me atrai e com certeza não são os enfermeiros atraentes que sempre me arrumam mais saquinhos de açúcar pra eu pôr em meu café.

— Querido como você está se sentindo? — Minha mãe perguntou alisando meus cabelos.

— Estou bem. E Yeonjun? Como ele está? — Perguntei com o mínimo de vergonha na cara que me ainda me sobrava.

— Ele está bem. Aliás eles estão bem, Yeonjun teve um corte superficial na testa e San, bem, ele quase sofreu uma hemorragia mas já está melhor, ele está sendo medicado e tá lá em casa.

Então eles estão bem. Isso era a única coisa que me importava naquele momento.

— Vou chamar o doutor não aguento ficar nesse hospital nem mais um minuto eu ainda nem tomei banho.— E a senhora Jung saiu do quarto resmungando outras coisas mais enquanto procurava pelo doutor.

Alguns minutos depois eles apareceram o doutor fez uns exames de nervos sensoriais e vendo que eu estava perfeitamente bem e sem sequela nenhuma fui liberado junto com a minha mãe. Ser hematofobico não é nada fácil já que sentir cheiro ou até mesmo ver qualquer coisa que se assemelhe a sangue me deixa completamente enjoado, me traz uma breve sensação de pânico e muitas vezes eu acabo desmaiando.

Ao chegarmos em casa Yeonjun e minhas irmãs mais novas estavam espalhados pelo tapete jogando Monopoly o coitadinho deve estar sendo roubado de todas as formas possíveis pela Suri e por Haerin já conheço as táticas dessas pilantras.

— Babe! — Ele se levantou e veio correndo até mim, me abraçou e me deu um beijo caloroso seguido por vários beijos ao redor do rosto, eu sorria envergonhado e também porque estava fazendo cócegas.— Fiquei preocupado.

Sim, tão preocupado que preferiu ficar em casa jogando Monopoly do que ter ido lá com a minha mãe. Relevamos Choi Yeonjun.

— San e Jaehee, aonde estão? — Perguntei me jogando largando no sofá. Yeonjun deitou por cima de mim e eu estava me perguntando se ele esqueceu que minhas irmãs mais novas estavam ali também. O que porra ele estava fazendo?

— Jaehee saiu com a Yiren e as outras amigas da faculdade, foram a um restaurante disse que não vai voltar e que é pra ligar pra ela se caso o San esteja passando mal.

Há algo de muito estranho nesta casa. Yeonjun não foi me ver no hospital, Jaehee que até dias atrás não desgrudava do San nem pra ir ao banheiro aparentemente desapegou total e sumiu com as amigas?

— Vou tomar um banho.

— Ah babe! Quer que eu prepare o banho para você? — Yeonjun perguntou sobressaltando-se. Sim, ele está estranho.

— Não obrigado. Vou tomar um banho de ducha mesmo.— Comentei subindo as escadas correndo. Entrei em meu quarto e vi San descansando na cama com a cabeça enfaixada, ele estava dormindo tão angelicalmente. Caminhei devagar até a cama e me aproximei dele deixando um beijo rápido em sua bochecha, me virei para o guarda-roupa e senti um toque leve em meus dedos olhei para o moreno e ele engoliu em seco algumas vezes antes de abrir os olhos e pisca-los.

— Você está bem, Woo? — perguntou ele baixinho.

— Estou ótimo.— Disse me ajoelhando ao seu lado.— Você está péssimo.

Ele riu e levou uma das mãos até a cabeça gemendo.

— Desculpe.— Falei ajeitando seu cobertor.— Não quis te acordar, você precisa descansar, eu só vim tomar banho.— expliquei e ele concordou fechando os olhos e suspirando.

Peguei minhas coisas rapidamente e fui para o banheiro do quarto tomando meu banho. Quando saí San estava sentado na cama encostado na cabeceira.

— Pode me explicar como o senhor foi parar aí?

— Será que poderia ficar aqui? Eu não quero mais ficar sozinho.— Ele disse e eu não consegui recusar. Sentei na poltrona perto de minha cama e ele ficou me olhando.— Senta mais perto de mim.

— Melhor não, se alguém passa aí no corredor e vê a gente muito perto-

— Alguém é igual a Yeonjun.— San disse.— Ele parece ser tão seguro de si mesmo, não acho que ele se sentiria ameaçado só por estarmos sentados na mesma cama.— Ficamos calados por um tempo até ele voltar a falar: — Acho que ele fez de propósito.

— Como?

— Seu namorado. Estava de marcação comigo no jogo e foi em cima de mim na intenção de me machucar, mas ele acabou se dando tão mal quanto eu.

— Não. Ele não faria isso, o Yeonjun não é assim. Você tá delirando por causa dos remédios, você se alimentou pelo menos San, é isso precisa comer.— Me levantei e ele agarrou minha mão novamente.

— Sei do que estou falando. Conheço um namorado ciumento quando vejo um, e acho que deveria tomar cuidado com ele.— Disse o mais abaixo antes de largar minha mão.— E com Suri também.