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Uma semana que San não vem aqui em casa ou deu algum sinal de vida, Jaehee parece mais desanimada a cada dia e eu estou com medo de que ela acabe tendo uma recaída a qualquer momento. Estou até ficando mais em casa esses dias e evitando sair para correr ou coisa parecida.

Se for o que eu estou pensando espero que ela entenda que foi o melhor para os dois, para ela que não merecia ser enganada e para San que não gostava dela como Jae desejava.

Mas minhas expectativas em relação ao possível 'término' diminuíram 90% quando eu vi o ruivo entrando em minha casa, a mochila pendurada no ombro prestes a cair, o cabelo não estava tão arrumado quanto antes, em seu pescoço uma bela marca de batom vermelho, Jaehee está com a boca toda vermelha e não é de batom, a mão dos dois estão entrelaçadas e por um momento meu coração congela.

— Hey Woo! — Jaehee vem me abraçar. Um sorriso radiante como eu jamais havia visto antes.

— San! Que bom te ver por aqui querido, chegou bem na hora do jantar, venha, sente-se a mesa conosco.— Minha mãe vem andando da cozinha e o abraça. Jaehee parece feliz com o entrosamento dos dois e por um momento eu também.

Às vezes eu me sinto envergonhado por nunca ter trazido ninguém aqui para a minha mãe conhecer, não porque eu tenho vergonha mas sim porque ninguém nunca se interessa o suficiente por mim para que eu o traga para conhecer minha família.

— Ah não, senhora Jung! Eu não quero incomodar e só vim deixar a Jae mesmo.— San fala com um tom simpático fazendo o coração bobo da minha mãe se derreter. Eu conheço Jung Hyemin, bem até demais.

— Mas que besteira! Claro que não está incomodando, venha.— mamãe dá um tapinha em seu ombro e San olha para mim. Ele estava me pedindo permissão para ficar na minha casa ou eu estou entendendo errado?

Dou de ombros e sigo para a mesa me sentando ao lado de Haru e começando a fazer uma trança embutida em seu cabelo. Suri reclama que vai cair cabelo na comida e nós dois começamos uma discussão boba, como sempre.

Os três demoram mais um pouco na porta e então reaparecem super sorridentes sentando-se um ao lado do outro. Minha mãe ora rapidamente antes que eu posso ao menos tocar no garfo e então eu finalmente posso comer.

Noto que San fica mexendo no frango que Jaehee colocou com toda a delicadeza em seu prato, nojo, era o que a feição dele expressava.

— O que houve, amor? — minha irmã  pergunta ao mais alto e eu faço cara de deboche olhando para ela. Às gêmeas me imitam.

— É que...eu...sou vegetariano.— San diz e eu me seguro para não soltar uma risada cínica, que na verdade carregava uma grande quantidade de raiva.

— Oh, não tem problema, querido. Wooyoung vá até a cozinha e prepare um prato "vegetariano" para o San, sim? — minha mãe pede e eu nego com a cabeça.

— Ele vem para a casa dos outros e ainda quer escolher o que comer? Isso é completamente anti-ético, se você não quer comer a comida que está no prato não precisa ficar inventando desculpa.— bato na mesa e encaro os pequenos olhos escuros de San.

— Wooyoung, garoto, deixa de ser chato e vai lá fazer um favor...— Jaehee diz e eu bufo me levantando da mesa.

●●●

Termino de lavar os pratos e volto para a sala vendo San abaixado enquanto cata pedaços de vidro. Mamãe estava sentada no sofá com as mãos na boca, Suri e as gêmeas abraçavam ela fortemente.

— Que merda aconteceu aqui?

— O San derrubou o marinheiro de vidro que o papai deu para a mamãe antes de ele viajar e....você sabe né...— Suri diz desconfortável.

Respiro fundo e conto de um até dez, não perca o controle Wooyoung, não perca o controle Wooyoung!

— Aonde eu jogo isso? — San levanta e com a mão cheia de cacos de vidro se volta para mim.

— Abre essa lata de lixo que você chama de boca e enfia bem fundo, seu arrombado! — grunho o empurrando e saindo de casa sem nem mesmo pegar meu casaco.

Faz frio aqui fora. Meu Deus do céu.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora