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No dia que sucedeu a festa fracassada a qual eu fui 'forçado' a ir, eu acordei cedo, fiz o que eu normalmente fazia em toda manhã de domingo e me arrumei para a igreja.

Sim, eu frequento a igreja, não é porque eu sou gay que eu vou repentinamente parar de acreditar em Deus. Existem várias coisas ruins acontecendo ao redor do mundo neste exato momento e as pessoas insistem em dizer que Deus odeia os gays, francamente homofóbicos, que se fodam. 

Terminei de arrumar a minha gravata e desço as escadas percebendo que Jaehee também estava devidamente arrumada.

— A aspirante a Paris Jackson também vai pra igreja, hoje? — Suri zoa Jaehee que mostra o dedo do meio para ela.

— Vai se foder Jung Suri.

— Suri sem provocações e Jaehee sem palavrões no dia de hoje, por favor! Wooyoung meu amor sua aparência melhora mais a cada dia.— mamãe me elogia e eu dou um sorriso envergonhado. As gêmeas reviram os olhos debochadas e eu mostro a língua para elas duas.

Essas meninas tem algum problema sério comigo. Deve ser todo esse lance de ninguém solta a mão de ninguém, elas quatro são como um grupo armado para me destruir a qualquer momento, elas defendem umas as outras e eu fico sozinho.

— Vamos, vamos logo, não podemos nos atrasar para o culto de hoje, a gente já se atrasou semana passada esperando a Suri escolher qual coturno ela iria usar.— mamãe foi guiando a fileira de filhos para fora de casa e de repente Jaehee dá um grito atraindo a atenção de todos nós.

O babaca que ela chama de namorado ou pelo menos acha que é o namorado dela estava parado no meio-fio com o terno igual ao meu. Reviro os olhos irritado por ele estar ali mesmo depois de tudo que aconteceu ontem a noite, com certeza ele vai agir como se nada tivesse acontecido e eu também, não quero causar discórdia justamente hoje.

— San querido! — Hyemin corre para abraca-lo e eu faço a mesma cara de deboche que as gêmeas.

— Aí Woo, esse é o nosso trabalho.— Haerin e Haru dizem em uníssono e eu não dou a mínima.

Minha mãe entra na Range Rover do San junto com Suri e as gêmeas, Jaehee já está no banco do carona e eu permaneço parado apenas observando a cena. Ele estava comprando as minhas mulheres, é isso mesmo?

O rato maligno vem até mim com um sorriso cínico e diz: — você disse que eu não deveria entrar na sua casa e eu estava aqui no meio-fio esperando, mas como eu sou educadissimo te convido para entrar no meu carro e irmos para essa humilde reunião espiritual.

Encaro o mesmo ainda com um pouquinho de ranço que acumulei na noite anterior, como ele consegue ser tão cínico e tão gostoso ao mesmo tempo? Deus que me perdoe, estou cobiçando o homem do próximo.

— Você é tão ridículo.

Passo por ele e entro na parte de trás do carro junto com as gêmeas, Suri e minha mãe, espero que a polícia nos pare que o policial não economize na multa.

— Próxima parada, igreja! — ele comenta já dentro do carro e o conjunto de desdentadas começam a rir que nem hienas. Não posso deixar de notar que ele me observava através do retrovisor.

Desafiador.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora