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— Acredite no que eu digo querida, o Wooyoung pescou o polvo sozinho.— Hyeongsuk falou colocando o pedaço do polvo em sua boca e soltando um barulho de satisfação logo em seguida.

— Nunca duvidei do potencial do meu bebê.— disse ela dando um beijo em meu rosto e alisando meus cabelos. Eu sentia o olhar de todos sobre mim inclusive o de San que não parava de me fitar desde que chegou, aquilo estava me incomodando de certa forma.

— Duvidou quando eu disse que queria cursar advocacia.— Comentei tomando um pouco de vinho.

— Wooyoung você chorou quando perdeu uma dinâmica de tribunal na escola uma vez, como esperava que ela fosse acreditar nessa sua ideia doida? — Jaehee disse rindo da cara que fiz logo em seguida.

— Por falar nisso, como está a faculdade San? — Mamãe perguntou, ele ainda estava olhando para mim até Jaehee dar um encontrão de leve em seu ombro. Ele piscou e olhou em volta.

— Perdão?

— Perguntei como está indo a faculdade.

— Muito bem, obrigado. Só não sei se irei terminar esse semestre.— Disse o moreno e eu ergui meu olhar da comida para ele.— Vou trancar a faculdade e arrumar um emprego já que não posso me dar o luxo de continuar sendo sustentado por meus pais, mesmo tendo a minha casa, acho que um trabalho não faz mal a ninguém e eu ainda tenho muito tempo pra estudar.

Nesse momento todos ficamos calados. Ninguém ousou abrir a boca, nem mesmo Jaehee aliás ela parecia ter sido pega de surpresa, eu também.

— A gente pode conversar? — Perguntei para o Choi quando o jantar havia acabado e todos estavam dispersos no quintal. Ele arrumou a postura e olhou pra mim.— Você tem ideia do que está fazendo com a sua vida?

— Não começa Woo...

— Não começa Woo uma porra! — Esbravejei irritado.— Tem ideia da merda que você vai fazer trancando sua faculdade pra ir trabalhar? Merda San, eu sei que odeia depender dos outros ainda mais dos seus pais, mas se eles estão se oferecendo pra pagar os seus custos na faculdade, aceite! Você pode sim arrumar um emprego e pagar pelo menos as contas da sua casa, mas não pare de estudar!

— Por quê isso te importa tanto?

— Uma vez uma certa pessoa disse que deveríamos nos importar com quem amamos, mesmo que não possamos ficar com elas.— Disse e ele sorriu ladino.— Me sentiria péssimo se você fizesse isso consigo mesmo, então pare e pense que o seu futuro está comprometido se fizer isso. Se precisar de qualquer coisa...— Arrastei minha mão pelo tapete e coloquei ela por cima da sua.—...qualquer ajuda que seja, saiba que estarei aqui, mas não desperdice essa oportunidade, está bem?

Ele concordou me abraçando forte e eu me arrepiei como se tivesse acabado de levar um choque de alta voltagem. Sem medo de ser pego não hesitei em roçar meu nariz pela pele do pescoço dele, a porta de correr do lado de fora se abriu e eu me separei de San rapidamente.

— Amor, vamos? — Yeonjun perguntou pegando a chave do carro em cima da mesinha de centro. Eu assenti e olhei para San pela última vez e sorri sem mostrar os dentes, aquele era um sorriso que ele entendia bem. Significa "sinto muito mas preciso ir" e às vezes significava "eu te amo mas preciso ir com o meu namorado".— Tchau Sannie, a gente se vê amanhã no jogo!

Eles se cumprimentaram e eu deixei a casa junto com Yeonjun.

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Já disse que não sou a pessoa mais atlética do mundo? Pois eu não sou e mesmo assim tenho esse físico que os inglês adoram. Claro que depois que fui para a Inglaterra eu comecei a fazer alguns exercícios físicos já que é impossível namorar um quase atleta e não entrar no ritmo dele. Sou 80% sedentário e 20% um atleta de triatlo.

— Muito bem seus bunda moles! Cada um do seu lado.— Hyeongsuk mandou com aquele apito insuportável em seu pescoço.— San pare de encarar o Wooyoung isso daqui é uma quadra de basquete não um confronto pré-combate.— E dito isso ele corou abaixando a cabeça.— Quem for jogar do lado direito com camisa e lado esquerdo sem camisa por favor.

— Foi pra isso que eu vim! — Suri bradou com seu binóculo apontado na direção de Yeonjun, dei um tapa em sua mão e ela derrubou o objeto.— Jung Wooyoung-ah!

— Desiste Suri da uva que você gosta o Yeonjun chupa até o caroço.— Falei de braços cruzados grudado na grade na esperança de que o meu padrasto não lembre da minha existência e me mande para o meio do campo.

— WOOYOUNG VENHA CÁ! — Hyeongsuk gritou e eu abri a portinha entrando no campo e bufando.— Já para o lado esquerdo.

Quando eu tirei a camisa minhas irmãs começaram a me vaiar, menos a Haru é claro, aquela garotinha me adora e é minha única esperança nessa família.

— Quero uma partida limpa.

— Meio impossível já que o Yeonjun tá aqui.— Hongjoong resmungou de braços cruzados do outro lado do campo.

— E daí?

— Daí que ele é profissional.

— Ah é? Cadê a Carteira Nacional de Jogadores Profissionais da Inglaterra dizendo que ele é um jogador profissional e que joga na seleção do país dele? — Hye disse e Joong continuou resmungando dessa vez mais baixo.

— Isso existe mesmo? — Pergunto para o mais alto e ele nega sorridente.— O Joong é um bocó....

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San e Yeonjun corriam pela quadra como se a vida deles dependesse daquele jogo, eu ficava dando voltas pelo campo e chutava uma bola aqui e outra bola ali, por quê ainda não me mandaram cair fora?

— Ai merda o Yeonjun não desgruda do San.— Hongjoong comenta negando com a cabeça.

— Ele tá de marcação só pode.— Yunho comenta jogando os cabelos para trás e voltando a correr.

— Tiro de meta porra! Vai San! — grito correndo o mais rápido que posso para o meio do campo. Yeonjun vem correndo de lá da puta que pariu e os dois pulam para cabeçar a bola ao mesmo tempo, a bola passou raspando e eles cabecearam a cabeça um do outro.

Eu riria se San não tivesse caído no chão com tudo. Yeonjun caiu e deu uma cambalhota levando as duas mãos até a cabeça.

— YEONJUN! — Suri gritou entrando no campo e se jogando em cima do moreno.

— Sannie! Você tá bem amor? — Jaehee pergunta ajoelhado ao lado do moreno ele assente levemente e eu reviro os olhos quando eles se beijam. Me ajoelhei próximo a Yeonjun e ele se afastou de mim.

— Woo é melhor ficar longe.

— Não eu quero ver se você está bem.— Insisti chegando mais perto até ver o sangue escorrendo por sua testa.

— Droga.— A última coisa que escutei foram essas 5 letras antes de apagar completamente.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora