𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍.

17

SAN

Decidido em descobrir o motivo de Wooyoung ter me tratado daquela forma mais cedo eu fui até a casa dos Jung. Toquei a campainha cerca de 10 vezes mas como o esperado, ele não foi abrir.

Fui até os fundos e notei que a janela da cozinha estava aberta e me joguei por lá mesmo. Seria uma aterrissagem perfeita se eu não tivesse caído na caixinha de areia do gato que eu não sabia que eles tinham. Felizmente não tinha nada com que eu pudesse me sujar ali, a não ser a areia.

Noto um barulho vindo de um dos quartos no andar de cima, como eu sei que ele está sozinho o som só pode estar vindo do quarto dele. Subo as escadas sem fazer barulho e bato na porta duas vezes. O som estava alto demais certeza que ele não escutaria.

Empurro a porta entreaberta e tenho a visão do garoto dançando If You do Bigbang. Quem dança ao som de If You? Tudo isso enquanto observa seu próprio reflexo no espelho do quarto. Fico atrás dele e o mesmo se assusta pegando a camisa em cima da cama.

— O que você está fazendo aqui? Como conseguiu entrar? — Wooyoung pergunta desesperadamente tentando enfiar os braços dentro da camiseta preta e eu a tomo de suas mãos jogando-a em cima da cama novamente.

— Eu quem vi saber respostas, porra. Não vou dizer nada até que você me explique o motivo de estar tão estranho comigo.— cruzo os braços e me encosto atrás da porta.

Ele coça a nuca e faz uma cara manhosa de quem não quer criar drama mas eu queria ouvir da boca dele os motivos do afastamento repentino.

— Nós não podemos mais...você sabe. Aconteceu uma vez e não pode mais acontecer.— diz sentando na ponta da cama.

— Não pode mais acontecer por quê você não quer ou por quê você está com medo? — sento do seu lado.

— Porque eu não quero.

— Você está mentindo. Pare com isso, já disse que você não precisa ter medo, é o seu sentimento, é a sua vida, quando vai parar de pensar em todo mundo e focar em você? — seguro a mão dele por alguns minutos e ele fica reflexivo.

Ele se levanta e começa a vagar pelo quarto. Minha mente está um caos, eu só quero que ele aceite o que nós estamos vivendo. Nem que seja apenas o momento.

— Porra, para de complicar as coisas San. Você não consegue mesmo aceitar que eu estou te dando um fora? — Woo para diante de mim e eu me levanto.

— Eu consigo aceitar um fora, quando ele é de pura e espontânea vontade da pessoa que está o dando. O que claramente não é o seu caso.— travo o maxilar e encolho os ombros dando as costas para ele.

Ambos ficando de costas um para o outro, ele se encarando novamente no espelho e eu vagando meu olhar pela parede azul marinho do quarto. Bela decoração, afinal.

— Só não quero magoar a minha irmã e fazer o resto da minha família sentir vergonha de mim...— comenta o acastanhado depois de alguns segundos calado.

— E quanto a você? Aos teus sentimentos? A sua vontade de estar comigo e vice-versa? Porra, será que você não percebe que eu estou interessado por esses olhinhos, essa perfeição esculpida por deuses  que você chama de boca e esse nariz de ratinho desde a primeira vez que eu te vi? — coloco o que tenho preso em mim por dias para fora. Wooyoung esconde o rosto com as mãos e eu continuo encarando ele.

Caminho até ele e delicadamente afasto suas mãos, levanto seu rosto e começo a fazer carinho no mesmo local. Woo leva sua mão direita até meus cabelos e seus dedos começam a dedilha-los, um por um, essa sensação é tão maravilhosa que chega a ser quase impossível de ser descrita.

— Você vai me beijar ou eu vou ter que fazer isso? — Wooyoung sussurra contra meus lábios e eu sorrio malicioso.

— Pode deixar que eu faço isso dessa vez.— afirmo e Woo agarra minha camiseta branca me colocando contra a parede de forma bruta e dando um sorriso maquiavélico logo em seguida. Jesus.

Passo a língua em seus lábios inferiores e logo depois a introduzi dentro da boca do mais velho, eu sei que ele não gosta quando eu faço isso e também sei que ele se sente desconfortável, mas a cara que ele faz antes de fechar os olhos e se entregar por completo ao momento é a melhor coisa do mundo.

— Você ainda me paga por beijar assim...— Jung resmunga e eu começo a rir.

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— Então, você acredita em vida após a morte? — pergunto a ele enquanto sinto a maravilhosa sensação que é Jung Wooyoung fazendo cafuné em meus cabelos.

— Bem, não exatamente. Eu acredito que todos nós vamos para algum lugar não tipo o céu e o inferno, mas um lugar de paz espiritual no qual nós iremos ser julgados pelos nossos pecados aqui na terra. Tipo...deitar com o namorado da irmã mais nova.— responde e eu reviro os olhos dando um tapa no mesmo.— Brincadeira, mas a primeira parte é verdade.

De repente nós ouvimos um barulho vindo do andar debaixo. Era a voz das gêmeas gritando pelo garoto ao meu lado, arregalo os olhos e pego minha camisa vestindo-a rapidamente.

— Woooooo, você não vai acreditar no que a...San? — Haru entra no quarto a todo vapor e se joga em cima de Wooyoung só então notando a minha presença.— Tá fazendo o quê no quarto do meu irmão?

— Hum...seu irmão estava me mostrando a coleção de hum...jogos que ele tem.— Digo um pouco envergonhado? Talvez.

— Ah sim. Mas voltando, a Suri caiu na Lagoa e aí um sapo pulou na cara dela, foi tão engraçado, eu deveria ter gravado para você. — a menina comenta rindo histericamente.

— Quantas vezes eu já disse que é errado rir da Suri, hein? Por mais que ela seja uma tremenda garota feia e que fala coisas feias perto de você e da Haerin é errado rir dela, sabia?

Estou presenciando a cena mais linda entre um irmão e uma irmã e digo isso com clareza.

— Você acha que eu deveria ir pedir desculpas para ela?

— Sim amor. Você e a Hae ok? Sei que as duas, principalmente ela, riram bastante da Suri.— Woo dá um beijo no nariz da menina e ela sai do quarto correndo.

— Você é fofo demais dando lição de moral na Haru.— comento e Wooyoung dá de ombros rindo.

Jaehee aparece na porta e dá o mesmo grito empolgado que ela sempre dá quando me vê. Wooyoung se encolhe no canto e fica calado.

— O que você tá fazendo aqui, amor? — ela senta em meu colo e me dá um selinho.

Engulo em seco e tiro ela de cima de mim devagar.

— Vim ver se você estava em casa mas mais uma vez você saiu...Estou de saída agora. Até mais Jaehee, até mais Woo...young.— me despeço rapidamente.