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Existe milhões de locais para se ir quando está com raiva mas você se escolhe ir para um que te passe a sensação de calma e serenidade, mas quando se está disposto a procurar algum lugar bem longe para ir as opções são poucos. Pelo menos eu penso assim.

Optei por ir para o parquinho que meus pais me levavam quando eu estava no auge dos meus 6 anos e era um menino muito saudável e sem irmãs para me atasanar a mente. Lá eu posso pensar enquanto espero minha crise de raiva passar, eu ando me estressando muito ultimamente e isso desde que a Jaehee apareceu com aquele insuportável do San, fora que também tem o último bimestre do curso e eu estou uma pilha de nervos.

Lá sentado na grama verde e bem aparada eu me peguei formulando possíveis desculpas para quando eu voltasse pra casa, mas prefiro voltar quando elas já estiverem dormindo, não quero mais falar sobre o que aconteceu hoje com ninguém, muito menos com elas.

Fiquei tão perdido em meus pensamentos que eu quase não percebi a presença do encosto bronzeado ao meu lado. Não vou me estressar novamente, eu nem posso senão não tenho cabeça para nada amanhã.

— Fiz mal em ter lhe perguntando onde jogava os cacos de vidro? — se pronunciou e eu continuo olhando para as luzes da rua abaixo do parque.

— Você fez mal em entrar na vida da minha irmã, San.— digo seco.

— Tem razão, deveria ter esperado pela festa do Hansol e aproveitado a chance de ficar com você. — ele fala como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Dou a risada mais sarcástica possível e enterro minha cabeça entre meus joelhos, ele é tão inacreditável que chega a ser engraçado.

— Levanta a cabeça, eu quero ver você sorrindo para mim.— San ergue minha cabeça com a ponta dos dedos e eu afasto sua mão de mim.

— Se quer tanto me pegar porque continua usando a minha irmã, hein seu cafajeste? — questiono, essa questão estava martelando minha mente desde o dia da festa.

— Você é a coisa mais linda do mundo irritado.— disse ele com um sorriso de foder qualquer coração.

Mas o meu coração ele não vai foder, pelo menos não agora, não vou dizer que não sinto nenhum tipo de atração física por San, porque sim eu sinto, é impossível olhar para esse garoto e não sentir pelo menos uns arrepios. Até o homem mais hétero se sentiria intimidado com a presença dele. Mas não posso compactuar com isso, minha irmã ama ele.

— Só me dê uma chance de te mostrar que eu não sou esse cara tão ruim que você idealiza na sua cabeça.— o mais novo segura minha mão e eu acabo hipnotizado em seu olhar.

What a manipulator! But not today.

— Termine com a Jae ou sei lá o quê você tem com ela, eu só não quero ter que te desejar quando a minha irmã pode te ter por inteiro.— digo por fim e me levanto. Ele faz o mesmo e segura minha mão.

— Posso te levar pra casa pelo menos? Acho que elas se sentiriam mais aliviadas em saber que você não voltou sozinho...— coça a nuca e eu avalio a proposta por alguns segundos.

— Bem, eu aceito, mas é só porque eu sei que você só veio atrás de mim no propósito de me levar para casa.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora