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— Uuh Woo, vai sair? — Jaehee aparece na porta do meu quarto devorando um pote de sorvete. Com a mão. Que menina nojenta.

Faço minha melhor cara de deboche e me viro para ela colocando as duas mãos na cintura e respondendo imediatamente:

— Não, eu tô me arrumando assim pra ir num enterro.

E no fundo eu estava mesmo. O enterro da minha dignidade, Seonghwa me encheu com aquele papo de dar mais tempo para mim sendo que eu não tenho outro destino a não ser cuidar das minhas mulheres. Deus me deu essa missão e eu tenho que cumpri-la. De qualquer forma eu não poderia voltar atrás e dizer que não iria, primeiro porque não queria decepcionar Lia e o tal amigo dela e segundo porque se eu dissesse que estava furando com eles Seong iria me encher pelo resto da minha vida.

— Quantos dedos eu tenho nas mãos, Wooyoung?

— Dez?

— Necessário. Não tem necessidade de você ser essa pedra de gelo ambulante 24/7.— Jae coloca o pote de sorvete em cima da minha escrivaninha e abre meu closet vasculhando por algo.  Se ela bagunçar eu faço ela repôr peça por peça com os dentes.

Segundos depois ela tira minha jaqueta jeans de dentro do closet e estende para mim. A olho confuso, Jaehee sabe que eu não uso esse casaco porque foi o meu pai quem me deu e como eu não gosto de dar a minha mãe vagas lembranças sobre Yiang, não costumo usar, mesmo que seja um dos casacos mais bonitos que tenho.

— Por favor. Use ele. Sei que pra você pode não ter valor algum, mas ele fica muito lindo em ti. Acredite.— Jae diz com os olhinhos pidões que só ela sabe fazer e eu assinto pegando a peça de roupa e jogando por cima da minha camisa preta e lisa.— Você tá menos feio que o normal agora, Jung.

Ambos gargalhamos e eu puxo ela para um abraço. E eu sentia falta dela, sentia falta de abraçar a verdadeira Jaehee, não a que chegava tarde da noite e me dava problema, mas a Jae que a minha mãe deu duro para educar e que entende que nós só temos uns aos outros e temos que cuidar de cada um com amor.

— Tenho muito orgulho de você sabia? Tipo, eu tenho orgulho de dizer que sou sua irmã. Mesmo que eu saiba que você não sente o mesmo por mim.— a colorida deu de ombros e eu nego com a cabeça várias vezes.

— Não pense assim. E não diga uma coisa dessas nunca mais! Claro que eu não tenho orgulho de alguns atos que você cometeu e ainda comete...— me refiro a última noite com o tal do San.— Mas eu te amo Jaehee e me orgulho de você atualmente por ter mudado tanto e estar se tornando uma pessoa melhor e mais responsável.

Se eu ficasse por ali mais algum tempo juro que cairia no choro junto com ela, mas eu precisava ir.

— Tchau anjo, cuide de todos por aqui, ok? — beijo sua testa e pego meu celular saindo em disparado de casa.

Respondo uma mensagem de Hongjoong perguntando se eu já havia tirado a minha 'bunda grande e gorda' do sofá e já estava a caminho da festa e entro no carro dando partida.

𝐈𝐍𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍. Onde histórias criam vida. Descubra agora