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As portas do elevador abrem e Taehyung, vagarosamente, percorre o corredor iluminado apenas com as luzes do amplo estacionamento. O caminho o faz lembrar de frases baratas sobre como sempre há uma luz no fim do túnel, mas V tem certeza que essa luz vem de um trem desgovernado pronto para abate-lo.

A cada passo se torna mais ansioso, seus batimentos aceleram à medida que se aproxima do estacionamento. O local está amontoado de veículos, o que dificulta sua procura pelo carro de Yoongi.

- Aqui Taehyung. - Suga o chama, percebendo que V estava prestes a passar pela segunda vez por ele e não o tinha visto. -Entre. - Yoongi abre a porta do passageiro gesticulando com a mão.

Tae entra no carro sem dizer nada com sua cabeça baixa e a franja cobrindo seus olhos. Todo o seu corpo transpira nervosismo, suas mãos mexem constantemente nas pulseiras de um de seus pulsos e seus olhos nunca encontram os de Suga.

- Ficará calado por todo o caminho? - Suga pergunta ao dar partida em seu carro e sair do estacionamento.

O ruivo suspira vagarosamente para então se direcionar a Yoongi. - Eu não tenho o que dizer, então sim. - O rosto de Taehyung é inexpressivo e seu olhar é direcionado para além da janela, perdido em pensamento que nem mesmo ele consegue pôr em ordem.

Para Yoongi, seu silêncio é como um castigo, afinal, ele adora a voz grossa e rouca, e a forma animada com que V costuma interagir. O clima se mantém calmo, o único barulho possível de se ouvir é o do motor do carro, que após algum tempo atravessa os portões da casa Min.

O imóvel é enorme e os olhos de Taehyung se arregalam, estupefatos pelo que está vendo. Os dois saem do carro lentamente, mas a expressão no rosto de V ainda é de indignação.

- V . . . - Suga o puxa de seus pensamentos. - Vamos entrar.

- É . . . Sua?! - Taehyung entorta o pescoço mostrando sua dúvida.

- Ah sim, eu nunca trouxe você até aqui. - Ele desvia o olhar. - Bom, eu nunca trouxe ninguém. - As palavras de Suga fazem V engolir em seco e suas mãos começam a suar.

Ao entrarem na casa, Tae avista uma grande sala com TV, vídeo games, aparelho de som e um bar ao canto.

- Sente-se, vou servir algo para bebermos. - Suga fala com uma falsa calma, a verdade é que está tão nervoso quanto Taehyung, se não mais.

Obedientemente, Tae senta-se em um divã próximo ao bar e Yoongi logo se aproxima com as bebidas em mãos, ainda sem conseguir um diálogo ou ao menos um olhar direto, ele entrega um dos copos para V, que vira toda a bebida em um único gole e se mantém mudo.

- Não sairemos daqui se você continuar de boca fechada. - Suga engole sua bebida da mesma forma e tenta fazer Tae se comunicar.

Taehyung respira fundo. - Yoon, eu não sei o que dizer.

As mãos de Yoongi tocam o belo rosto à sua frente de forma delicada fazendo o mesmo corar, antes de se aproximar e tocar seus lábios com um simples beijo.

- Isso não parece com você. - Taehyung coloca sua mão sobre a de Yoongi.

- Como assim?

- Hmm . . . Você não faz o tipo carinhoso.

- Estou me esforçando para que não fuja de novo. Pode olhar para mim? - A mão de Yoongi agora segura o queixo de V e pela primeira vez na noite, Suga vê aqueles olhos castanhos direcionados a ele fazendo-o desabafar. - Ultimamente tenho me sentido diferente. Não consigo me concentrar quando você está por perto e quando não está meus olhos te buscam por todos os lugares, fico incomodado com os olhares que recebe no bar e isso está me deixando louco. - Yoongi se levanta inquieto esfregando seu cabelo freneticamente enquanto anda de um lado para o outro e então continua. - Eu sabia que algo estava diferente entre nós, mas só tive certeza quando te liguei e você disse que já tinha alguém na sua cama. Eu . . . eu não consigo descrever como aquilo doeu, Taehyung.

Por Trás Do CassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora