Capítulo 16

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N/a: Surprise! Voltei na terça, mais infos no fim do capítulo, xerooo

Música sugerida: Locked Out Of Heaven - Bruno Mars

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- É hoje que você vai parar de me enrolar?

Essa, definitivamente, não era a frase que Benedict esperava ouvir ao abrir a porta de seu apartamento na noite do dia 25 de dezembro. Sabia que Sophie estava indo, já que tinham combinado isso, mas não esperava ouvir aquelas palavras saindo da boca dela no segundo em que abrisse a porta.

- O que você quer dizer? - Benedict perguntou, já se afastando um pouco para dar espaço para Sophie entrar.

- Desculpa. - ela disse, passando as mãos pelo rosto e já entrando no apartamento enquanto ele fechava a porta. - Acho que a essa altura, você já percebeu que eu sou bem direta, mas agora foi estranho e pareceu meio grosso.

- Eu gosto do seu jeitinho direto, mas agora ficou estranho, apesar de podermos consertar isso facilmente. Oi. - ele deu um passo, de forma a ficar de frente para ela, então levantou um pouco o queixo dela com dois dedos e a beijou. - Feliz natal.

Ela não conseguiu evitar o sorriso quando ele disse "oi" como se tivesse todo o tempo do mundo. Aquela era uma das coisas mais contrastantes entre os dois: enquanto Sophie só faltava engolir as palavras para chegar mais rápido ao ponto que queria fazer, Benedict levava seu tempo. Não era lento, mas também não era alvoroçado como Sophie acabava sendo em muitos momentos.

- Feliz natal. - ela disse, ecoando o cumprimento e já o abraçando.

- Agora, como eu estou te enrolando e como posso parar? - Benedict perguntou, se afastando um pouco para poder vê-la, mas mantendo ambas as mãos na cintura dela.

- Não, esquece. - ela disse, apoiando ambas as mãos no peito dele. - Você tá aqui todo fofo me dizendo "oi" e desejando feliz natal e eu vindo reclamar porque você está sendo paciente.

Eles já tinham se encontrado mais duas vezes desde o dia em que tinham ido no cinema, uma delas na casa de Sophie, mas nada tinha acontecido ainda. Benedict tinha dito que ela parecia muito preocupada com a situação dos seus amigos e ele sentiria como se estivesse se aproveitando do momento de fragilidade dela. Não queria que ela decidisse ficar com ele e depois mudasse de ideia, dizendo que tinha sido uma escolha ruim.

- Fofo? Ok, acho que passamos de um limite aqui.

- Sério?

- Sim. Eu estou a um passo da friendzone com "fofo".

- Você está o mais longe possível da friendzone, acredite, mas eu estava com medo de estar entrando nesse limbo. E eu sei que você estava esperando porque eu não estava bem -o que é bem fofo, pra falar a verdade-, mas agora eu tô bem. O problema todo que eu tinha comentado se resolveu.

- Sério?

- Umhum.

E era mesmo. No dia 22, tinham finalmente conseguido encontrar quem seriam os responsáveis por detonar as bombas, que já tinham sido instaladas, mas só foram desativadas na madrugada do dia 24, que foi quando o time tático finalmente conseguiu terminar de encontrar todas, já com a rainha na propriedade. Ela tinha, obviamente, sido informada da situação, mas disse que não daria aos rebeldes a satisfação de tirá-la de sua programação normal. Além disso, nas palavras dela, mudar a programação só serviria para alertar a população de que alguma coisa estava acontecendo.

E ela jamais daria ao Sturoyal o benefício da especulação pública sobre o que a teria feito mudar de ideia tão em cima da hora.

Já bastavam os dois suspeitos responderem todas as perguntas com "vida longa ao rei James Stuart III" em frente a vários agentes do MI6 e da polícia local, que, como 99,9% da população da Inglaterra, não fazia ideia de que havia uma organização articulando um golpe contra a Coroa. Conrad tinha reclamado um pouco da burocracia e de todo o esquema que estavam organizando para isolar os suspeitos (agora em prisão preventiva) dos outros presos porque eles podiam fazer propaganda a favor do Sturoyal e, novamente, não era bom que soubessem do que estava acontecendo.

She • AU BenophieOnde histórias criam vida. Descubra agora