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Pov Ana

- Amor! - Vitória falou alto, ao meu lado e só então eu percebi que estava distraída. Ela estava falando sobre a viagem e eu acabei me perdendo em pensamentos. Não sei como começar a contar sobre meus sentimentos reais para ela. - Ana, você está bem? Você está distante desde que eu cheguei. Está brava comigo ou algo do tipo?

- Não, Vi. não é nada com você.

- O que está te incomodando? Me fala, talvez eu consiga te ajudar ...

- Eu tentei pensar em um jeito menos rude possível de dizer, mas não tem como...

- Dizer o que?

- E-Eu acho que .... - Droga, eu não quero magoar ela.

- Que...? Termina a frase Ana Clara, está me deixando nervosa. - Ela levantou do sofá e começou a andar de um lado pro outro.

- Eu acho que não gosto de você ... romanticamente falando. - Falei e ela parou em frente do sofá bruscamente, ela abria e fechava a boca mas nada saia, até que ela se sentou ao meu lado novamente.

- Uh.

- V-Você está bem? - Perguntei receosa.

- Se eu falasse que sim, eu estaria mentindo. - Ela falou e suspirou triste. - Eu gosto de você, Ana, mas não quero forçar nada contigo, se não gosta de mim fico aliviada que confiou em mim o suficiente para me falar isso, caso contrário me sentiria te usando.

- Desculpe não corresponder aos seus sentimentos. - Pedi de cabeça baixa, mas ela ergueu meu queixo, me fazendo olhar diretamente em seus olhos.

- Não se culpe por isso, Cae. Eu só quero lhe ver bem, okay? Comigo, sozinha ou com outro alguém. Se você estiver feliz, tudo vai estar bem.

- M-Mas e você?

- Eu o que? Não posso te obrigar a gostar de mim e nem vou fazer aqueles clichês de "eu consigo te fazer mudar de ideia", porque sei que não é possível.

- Não queria te deixar triste.

- Vai passar, okay?

- Tem mais uma coisa..

- Está gostando de alguém? - Ela perguntou e eu neguei.

- Não, mas me sinto atraída por ela.

- Eu conheço?

- Não, eu conheci ela antes de ontem, lembra que te falei que eu ia em um bar aqui perto?

- Lembro.

- Então, eu conheci ela lá.

- E a alma gêmea dela?

- Ela e a alma gêmea se comportam mais como irmãos do que como casados. - Eu suspirei. - Eu conversei com ela sobre o que eu sentia em relação a nós duas. Ela me falou que se sentiu exatamente do mesmo jeito e que tentou ficar com ele como se realmente gostasse dele. - Eu comecei a me desesperar ao lembrar do que ela me contou. - Ela contou que eles brigavam direto e era um inferno a relação deles e eu fiquei apavorada, eu gosto muito de você para ficar brigando com você, Vi.

- Eu sei, vem cá. Não precisa chorar. - Ela me puxou para seu colo e eu desabei em um choro intenso.

Não queria que fosse assim!

Queria amar ela.

Depois de alguns minutos Vitória conseguiu me acalmar e sugeriu que eu tomasse um banho e assim eu fiz. Quando sai do banho ela já estava fazendo nosso almoço.

- Quer ajuda?

- Não precisa, fica tranquila.

- Obrigada por tudo, Vi.

- É só um almoço. - Ela se fez de sonsa e eu ri.

- Você entendeu.

- Entendi?

- Você é muito idiota, sabia?

- Sabia sim! - Ela mostrou a língua e voltou a prestar atenção nas panelas.

Earphone - Au DayRol | Concluída |Onde histórias criam vida. Descubra agora