Capítulo 7

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Maitê começa a rir.

Maitê: Declarar o seu amor por mim agora, não te vai ajudar em nada. 

Estou me sentindo acuado.

Eu: Pensa na parte boa.

Maitê: Existe uma parte boa?

Eu: Sim... Eu disse merda e não caralho.

Maitê para de andar e segura o riso. 

Eu: Merda é fofo e quando ele diz, nem se percebe o que é. Você mesma achou que era medo.

Maitê: Você não entendeu o problema todo aqui né?

Ela diz e suspira, parando na minha frente.

Maitê: Não estou brava por queimar a carne ou ensinar ao nosso filho uma palavra feia.

Maitê cruza os braços.

Maitê: Eu estou brava pela mentira. Estou brava por ter-me deixado eu me sentir péssima, achando que o nosso filho tinha medo de mim.

Eu: Sinto muito! 

Digo sincero.

Maitê: Eu não gosto de mentiras e se vais começar a mentir para mim, eu perderei a confiança em você e eu não acho que um casamento sobreviva sem confiança.

Eu: Não... Prometo não mentir mais. 

Ando em direção a ela que recua. Odeio quando ela se afasta de mim.

Eu: Não pensei direito. Na hora em que vi a carne queimada veio logo à minha mente a nossa conversa. 

Maitê olha para mim atenta.

Eu: Quero ter mais um filho contigo, mesmo correndo o risco de ensinar a ele a falar merda, também. 

Ela dá um pequeno sorriso.

Eu: Valorizo o que você faz por nós. 

Sussurro e tento mais uma vez aproximar-me dela. Graças a Deus, não recua.

Eu: Você poderia deixar a empregada cozinhar. 

Ergo a minha mão e toco o seu rosto.

Eu: Já que passa a noite toda cozinhando no restaurante. 

Passo o meu dedo no seu lábio inferior.

Eu: Mas você sabe que eu amo a sua comida e o quanto eu sou viciado nela. Você se esforça e todas as noites, deixa algo especial para mim. 

Com calma, desço as minhas mãos e abraço a sua cintura.

Eu: Não queimei apenas uma carne, queimei o seu carinho e o seu cuidado comigo. Cozinhar é o que você ama fazer e eu queimei isso hoje.

Aproximo o meu rosto e colo a minha testa na dela.

Eu: Menti, porque eu não queria que soubesse que não valorizei o que fez. Valorizo e amo o amor e cuidado que tem por mim e pelo nosso filho. 

Fico em silêncio, olhando para ela.

Maitê: Continua...

Ela sussurra fazendo-me sorrir.

Eu: Desculpa por queimar a carne e mentir. 

Beijo a ponta do seu nariz.

Eu: Desculpa-me por ter ensinado o nosso filho a falar merda. 

Abaixo um pouco a cabeça e beijo o seu pescoço.

Eu: Desculpa-me por ter deixado se sentir mal, achando que ele tem medo de você. 

O amor vence barreirasOnde histórias criam vida. Descubra agora