Capítulo 6

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Puta que pariu! Agora fodeu de vez. Quero soltar um sonoro caralho, mas tenho medo do meu filho repetir e ficar ainda pior. Ele repetir merda, ela ainda pode achar fofo, mas caralho é de arrancar de vez as minhas bolas. Maitê arregala os olhos e já sei que a demónia vai surtar. A sua boca se abre um pouco como se fosse dizer algo, mas logo se fecha e suspira.

Maitê: Ele está com medo de mim? 

Ela pergunta e eu olho para ela sem entender. 

Maitê: Ele disse: "mama... meda". 

Vem se aproximando com calma, como se não quisesse assustar o nosso filho. 

Maitê: Ele ainda não sabe os géneros da palavra, mas acho que ele queria dizer: "mamãe...medo". Que está com medo de mim. 

Opa! Ela não entendeu que é merda. Pelo menos ela não vai arrancar as minhas bolas por isso. 

Maitê: Vem aqui, meu amor! 

Maitê estica os braços para pegar o nosso filho. 

Maitê: Não precisa ter medo da mamãe. Ela não vai magoar você.

Eu: E nem o papai. 

Completo e vejo que ela me lança um olhar bravo. 

Maitê: Isso eu não posso prometer. 

Junior foge dos braços da mãe, permanecendo no meu colo. Estica o bracinho e aponta com o dedinho a carne. 

Junior: Meda! 

Rapidamente puxo o seu braço e abraço ele. 

Eu: Papai também está assustado e com medo dessa carne, com a faca cravada. Não precisa ter "meda".

Maitê: Mamãe vai tirar a faca e jogar fora a carne. Não precisa mais ter medo. 

Junior e eu acompanhamos com os olhos ela levar a carne para o lixo e jogar a faca na pia. Ele ergue as mãozinhas. 

Junior: Miu... Meda...

Maitê: Isso meu bem. O medo sumiu. 

A demónia mãe diz com um sorriso doce e acho que estou a salvo da vingança dela.

Maitê: Vem comigo! Não precisa ter medo da mamãe. 

Certo! Agora estou me sentindo culpado. Maitê pega nele e abraça-o. Estou livre da ira dela, mas ela sente-se péssima pelo nosso filho, achando que ele tem medo. 

Maitê: Vamos subir. Mamãe quer te dar muito amor para afastar ainda mais esse medo. 

Segue para fora da cozinha e eu vou atrás deles. Junior balbucia algumas coisas e Maitê ri. 

Maitê: Está difícil de te entender, querido. 

Junior: Meda... Meda... Meda... 

Começa a repetir sem parar a palavra e Maitê fica ainda mais triste e eu culpado. 

Maitê: O que você quer fazer com a mamãe? Quer brincar? 

Junior abre um enorme sorriso e logo entramos no quarto dele. Senta-se com ele no chão do quarto e vira o seu cesto de brinquedos, espalhando todos. Ele escolhe um carrinho e começa a empurra-lo, fazendo um biquinho fofo imitando o som. Maitê passa a mão na cabeça dele e suspira.

Eu: Desculpa-me pela carne. 

Peço e ela olha para mim. 

Maitê: Tudo bem! 

Diz com um sorriso torto. 

Eu: Achei que arrancaria as minhas bolas e depois as comeria assadas. 

O amor vence barreirasOnde histórias criam vida. Descubra agora