Capítulo 40

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Narração William 

Termino de assinar a última folha do contrato. Solto a caneta e está feito. 

Andrea: Ainda dá tempo de desistir.

Andrea sussurra perto do meu ouvido e todos estão a olhar para nós.

Eu: Não! Tenho certeza que é a coisa certa. 

Sr. Lemos sorri para mim e tenho a certeza que fizemos um bom acordo. Estou vendendo a minha empresa para ele, que unirá a dele e se tornará algo muito grande e rentável. Ao invés de fundir as empresas, agora é tudo dele. Mas me manterá como consultor e uma vez por mês serei obrigado a comparecer na empresa para verificar se tudo está bem. Isso porque ele aparentemente não cofia na sua filha safada, que por sinal olha para mim como uma vadia rica. Não acredito que fui obrigado a jantar com essa louca para finalizar essa venda. Maitê me mataria se soubesse disso. Maitê! O meu corpo arrepia de saudades dela. Saudades do seu cheiro, do seu toque, do seu calor. Balanço a minha cabeça para afasta-la e não causar uma ereção. Duas semanas! Faz duas semanas que venho me afastando dela para esconder a surpresa. Paris! Chegou a hora de viver o sonho dela e que o mundo conheça a minha mulher. 

Eu: Obrigado a todos que fizeram parte deste processo de compra e venda da minha empresa. Agradeço ao Sr. Lemos por me manter num cargo.

Sr.Lemos: Nós vamos precisar muito de você.

Ele diz rindo e a sua filha não gosta nada disso. Sim... ele te chamou de incompetente. 

Eu: Estarei aqui sempre que precisar, se Paris e a minha mulher deixar. 

Todos riem na sala, menos Paula. 

Eu: A minha vinda será uma vez por mês, mas o que precisar, estarei à disposição por telemóvel e email. Imagino que não será complicado ter a minha assessoria de longe. Basta seguir as minhas orientações. 

Digo focando os meus olhos na safada cara de bunda à minha frente. 

Eu: Agora se me dão licença! Preciso avisar a minha mulher que vamos nos mudar para Paris. 

Despeço-me de todos e saio da sala com Andrea. 

Eu: A compra da casa deu certo? 

Andrea: Sim senhor! O vendedor está aguardando a sua chegada em Paris para assinar o contrato. 

Eu: Imóvel estará pronto para morar quando? 

Andrea: Em duas semanas. 

Eu: Ótimo! 

Paro perto do elevador e aperto o botão. Viro-me e olho para tudo que estou deixando para trás.

Andrea: Tem certeza que fez a coisa certa? 

Andrea pergunta com um olhar triste. 

Eu: Tenho! Por incrível que pareça não esta me doendo deixar tudo isso aqui. Claro que vou sentir falta da correria e das reuniões chatas. 

Ela ri e vejo lágrimas nos seus olhos. 

Eu: Mas eu tive o meu sonho realizado. Isso aqui já me rendeu o que tinha que render. Chegou a hora de ser a base do sonho da minha mulher. De ser a sua segurança na escalada. A minha mãe sempre disse que na vida de um casal, é preciso saber a hora de ser o degrau para a subida do sucesso e a hora de ser a pessoa que vai subir para o sucesso. 

Quando ouvi o que Oliver conversou com a Maitê, decidi que chegou a minha hora de ser o degrau para a subida dela. 

Eu: Já atingi o topo do sucesso. Agora é a vez da mulher que amo atingir o topo dela. 

Andrea: Vai conseguir ficar sem fazer nada e só cuidar do Junior?

Eu: Não disse que ficaria sem fazer nada. Serei consultor aqui e Paris existe tanta coisa para investir. Tenho bilhões na minha conta agora, que podem me ajudar a passar o tempo. 

As portas do elevador se abrem e Andrea se joga em meu corpo, abraçando-me forte.

Andrea: Obrigada pela oportunidade e por me ensinar tantas coisas. 

Eu: Se ficar muito difícil com a riquinha mimada, vai para Paris que terei algo para você por lá. 

Ri e me solta. 

Andrea: Mês que vem estarei por lá. Não vou suportar aquilo. 

Entro no elevador e pela última vez despeço-me da minha secretária. Entro no meu carro e ligo para a Maitê. Está na hora de contar os meus planos, de voltar para a minha mulher. Tive que me manter longe para não abrir a minha boca e estragar a surpresa. Só espero que a minha demónia me perdoe por isso. Receberei uma bela punição, mas nada que eu não aguente. A chamada cai direto na caixa postal. Ligo para casa e toca sem parar. 

Babá: Residência dos Levy!

Eu: Chame a Maitê, por favor! 

Peço para a babá que fica muda. 

Eu: Você me ouviu?

Babá: Sim, Sr. Levy! Mas a Sra. Maitê não está. 

Eu: Saiu com o Junior? 

Babá: Sim senhor! 

Eu: Disse para onde foi?

Babá: Ela disse Paris, enquanto falava com o filho. 

O meu coração parece que vai sair pela boca. 

Eu: Paris? 

Babá: Sim senhor! Pegou todas as roupas dela e do Junior e saiu. 

Eu: Quanto tempo faz isso? 

Babá: Umas quatro horas! 

Eu: Merda! 

Solto socando o volante. 

Eu: Por que não me avisou que ela estava indo embora? 

Babá: Não sabia que a Sra. Maitê estava indo embora. Achei que estava indo viajar. Desculpe-me, Sr. Levy. 

Eu: Inferno! 

Desligo e ligo para o meu piloto particular. Chama algumas vezes e cai no voice-mail. Ligo de novo e as minhas mãos tremem. Ela não pode me deixar. A minha demónia não pode me abandonar assim. Foi viver o sonho dela sem mim? Não acredito que me deixou assim! 

xX: Sr. Levy! 

Eu: Não me interessa como vai fazer isso, mas quero o jatinho pronto para voar para Paris ainda hoje! 

xX: Senhor... 

Eu: Se vira! Tem meia hora para me dar retorno. 

Desligo e pelo telemóvel procuro na internet passagens para Paris com saída imediata. Preciso ter outra opção caso o jatinho não saia hoje. Não vou deixar a minha mulher e o meu filho escaparem de mim. O meu telemóvel começa a tocar e eu atendo. 

xX: Consegue chegar ao aeroporto em meia hora?


Continua....

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