[História inspirada no livro A Seleção - escrita sob o céu no hemisfério sul - e baseada no que foi vivido em um rpg durante a quarentena.]
Ellen é uma jovem que tem seu planos mudados quando a seleção de um príncipe se torna uma alternativa para es...
Acordo com batidas insistentes que me fazem bater os pés com força até a porta depois de ter me obrigado a levantar da cama irritada. Eu juro que se for a Sra. Marta... Mas ao abrir me deparo com um funcionário do palácio e meus planos de vingança são interrompidos, ele segurava uma bandeja de prata com tampa escondendo o seu conteúdo. E só então eu percebo que o encarava em silêncio ainda com a mão na maçaneta.
- Hm.. pois não? Bom dia? - tento ao máximo mas minha voz ainda estava rouca por ter acabado de acordar.
- Perdão, Srta. Hunfrey. Mas a princesa Charlotte pediu que isto fosse entregue para a senhorita.
Ele estica seus braços oferecendo a bandeja e eu a retiro de suas mãos, dou mais uma olhada nela antes de voltar para o rapaz a minha frente.
- Sinto muito por tê-la acordado mas tinha que obedecer ordens e... - seu pedido de desculpas desajeitado seria fofo se não estivesse tão cedo.
- Tudo bem, não tem problemas! - interrompo tentando aliviar sua culpa lhe dando um sorriso fraco - Não se preocupe, já estava acordada.
Uma mentira, é claro. Ele me encara por alguns segundos, primeiro meu cabelo, depois desce para meu rosto e por fim meu pijama de cetim. Estava claro pelo seu olhar que não tinha acreditado. Mas não parecia o tipo de pessoa que iria discordar de uma dama. Ele faz uma rápida reverência e mais uma vez se desculpa para então se despedir. Adorável. Fecho a porta e sigo até a cama apoiando a bandeja sobre a mesa e curiosa tiro a tampa para ver o que Charlotte tinha mandando: uma xícara de café, um pequeno buquê de lírios e um pedaço de papel com o que deveria ser sua caligrafia, que por sinal era linda.
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Sorrio por sua delicadeza, a princesa era incrivelmente gentil. O sorriso não abandona meus lábios agora pensando no desfecho de seu encontro, estava realmente feliz por ela. Charlotte merecia um lindo conto de fadas. Pego o meu celular para lhe mandar uma foto segurando o buquê avisando que iria encontrar com ela em alguns minutos. Tínhamos trocado nossos números ontem em meio a nossa conversa - assim como nossas redes sociais onde agora nos seguíamos - e penso que ela poderia ter simplesmente enviado uma mensagem em agradecimento. Mas não seria Charlotte se fizesse isso. O horário no celular chama minha atenção. Eram oito horas da manhã. Como ser adorável tão cedo, princesa?
Reviro os olhos e faço como ela tinha sugerido, me encosto na cabeceira da cama com meus pés esticados e enquanto tomava minha dose de cafeína no dia eu resolvo olhar sua rede social, já que não tive chance de fazer isso antes. Charlotte definitivamente era uma pessoa matinal pela quantidade de fotos que ela postava de seu café da manhã; Paris, Nova York, Londres eram alguns dos lugares que ela havia marcado em suas fotos além do palácio. Tinham outras de seus trabalhos com música, com sua família e amigos. Clico em uma onde ela posava ao lado de seu irmão.
Ryan Herondale era bem parecido com a irmã, ou o contrário já que ela era a mais nova dos dois. Os rostos eram semelhantes apesar de ter percebido um maxilar marcado em Ryan, os olhos de ambos eram claros mas o cabelo de Charlotte tinha um tom mais escuro. Já de seu irmão era claro e dourado. Os Herondale eram lindos, sem dúvida. Ainda deslumbrada com ele, clico em seu perfil e analiso as fotos postadas. Ele era bem sociável e também gostava de uma festa, as palavras usadas pelo jornal sobre ele pareciam estar certas afinal. Em muitas ele estava acompanhado de sua prima, a princesa Sofia. As mais recentes eram com selecionadas, ele as havia marcado e nos comentários elas agradeciam pela tarde agradável que passaram juntos.
