Abraço em família

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Judy chegou em casa completamente chapada e ainda assim notou que estava sozinha, ela subiu as escadas até o seu quatro e se trancou ligando o rádio no último volume e dançou para tirar toda energia negativa de seu corpo mas logo ouviu o seu BlackBerry começou a tocar.

– Alô? – Ela gritou ao telefone e Felix gargalhou alto fazendo-a se espantar, tinha dado o seu número para o rapaz mas ele nunca tinha lhe ligado ou mandado um torpedo antes.

– Você tá numa festa?

– Não, hoje é segunda!

– E você se importa com isso? – Ela achou graça e sorriu maroto.

Felix do outro lado estava sentado à beira de sua cama perguntando a si mesmo o motivo de ter ligado para Judy, seria somente por ela ser sua amiga ou por tudo o que os rapazes haviam dito mais cedo? Ela era de fato... Um pouco esquisita e abusa um pouco do uso de drogas mas Felix gostava do seu jeito de ser, era engraçada, espontânea e muito, muito bonita.

– Você ainda tá aí? – Ela perguntou parecendo um pouco sonolenta e ele riu pelo nariz.

– Estou, por que você não dorme um pouco?

– Eu vou dormir então, você realmente não precisa de nada?

– Não mesmo, só queria saber se estava bem mas parece que você tá muito mais que bem.

– Isso foi bonitinho... Agora vou dormir, te vejo amanhã na aula. – Ela desligou e Felix deu-se um tapa no bochecha ao perceber o pequeno sorriso que mantia ali.

– Felix? – O seu pai o chamou e ele desceu as escadas rapidamente. – Pode tomar conta da Olivia? Vou sair com a sua mãe.

– Pode deixar!

As quatro da tarde Judy acordou com uma dor de cabeça terrível e depois de tomar uma aspirina e um belo banho ela desceu para a cozinha e viu o seu pai conversando com alguém que ela não fazia a mínima ideia de quem era.

– Volte para o quarto. – Ele disse assim que a garota pós os pés na cozinha.

– Eu acabei de descer. – Ela foi até a geladeira e pegou uma fatia de bolo de chocolate.

– Para o quarto Judith! – O seu tom autoritário foi o suficiente para deixar a garota irritada, ela enfiou toda fatia de bolo em sua boca e subiu para o seu quarto apenas para pegar sua bolsa e logo saiu pegando também a chave da igreja.

Minho estava conversando com a sua mãe sobre o seu relacionamento com Emily e sobre a banda da escola, por mais que para ela aquelas coisas não passassem de uma fase, era importante para ela saber sobre a vida de seu filho.

– Nós vamos nos apresentar quarta, você vai assistir?

– Vou tentar, pode ser? – Ele assentiu com um sorriso no rosto e a mulher voltou a dobrar as roupas lavadas. Assim que Minho ligou a televisão o seu celular tocou.

– Minho, tá ocupado hoje? – Felix disse.

– Nenhum pouco, o que aconteceu?

– Vamos ensaiar?

– Te encontro em vinte minutos. – Ele desligou a chamada e num pulo correu para calçar o seu all star preto.

Judy estava sentada no pequeno palco da igreja rabiscando seus sentimentos na folha de papel velha que achou dentro da bolsa e enquanto escrevia algumas lágrimas molhavam o papel borrando o que ela escrevia. Ela enxugou as lágrimas mesmo que voltassem a molhar o seu rosto, pegou a guitarra do pedestal e afinal para que pudesse tocar.

Ela respirou fundo assim que estava em frente ao microfone e por alguns segundos encarou o chão até finalmente tomar coragem para por toda sua raiva na ponta de seus dedos e começar a tocar.

– Oh i've been crying everyday... – Era uma letra triste mas você não perceberia aquilo com a forma com que Judy estava tocando, você poderia pular e dançar cantando aquela música. – Still waiting for you to come and dry my tears. – Ela continua deixando com que suas lágrimas rolassem por seu rosto e viu os seus amigos entrarem pela porta ao lado. – I try i try but my fears speak louder! – Ela gritou rouca com a voz embargada pelo choro e encerrou com: and I realize you can't save me from myself...

Ninguém sabia o que dizer depois daquilo, era Judy! Ela sempre estava com o astral lá no alto mas agora estava chorando feito uma criança, foi então que Felix tomou coragem e se achegou devagar abraçando Judy sem aviso.

– Tá tudo bem... – Ele sussurrou para ela e olhou para os três rapazes parados ainda na porta e fez um sinal com a cabeça os chamando para perto e então se sentaram ao redor de Judy. – Pronto, nada melhor do que um abraço em família. – Ela sorriu e enxugou os olhos.

Eu me lembro bem, Judy chorou apenas duas vezes em toda a sua vida e aquela havia sido a primeira.

Agora vamos ensaiar, temos que humilhar a banda do Christopher na quarta.

Os cinco levantassem e se posicionam atrás dos seus instrumentos, Minho pegou sua guitarra e olhou para a garota por alguns segundos até ela perceber e sorrir para ele.

– E-eu gostei da música. – Com o nervosismo ele acaba enrolando-se nas palavras e gagueja.

– Obrigada. – Mais uma vez ela sorriu e os cinco começaram a ensaiar. Aquele pequeno círculo de amizade que Judy havia formado lhe ajudou em muitas coisas, ela já não se sentia tão sozinha como antigamente, agora podia ligar para algum deles se não todos juntos e saírem para dar uma volta.

Go Go Judy! | Lee Know | Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora