As pessoas ficaram imóveis na sala enquanto absorviam a bomba que Christopher havia acabado de soltar, até mesmo Minho, seu melhor amigo estava de olhos arregalados olhando para Felix a espera de alguma resposta, mas ele não o fez. Havia sido desrespeitado dentro de sua própria casa e as pessoas gravavam em suas câmeras e celulares, estava tudo arruinado, sua vida, sua reputação e a banda...
Felix saiu correndo pela porta da frente bufando de raiva contendo toda a sua vontade absurda de chorar e só parou quando ouviu Minho gritando por seu nome, quando ele virou-se na direção do rapaz, Felix chorou e Minho aproximou-se desajeitado e abraçou o amigo.
– Vai ficar tudo bem.
– Não precisa me dizer essas coisas.
– Você poderia ter me contado que era... Sei lá, gay? Achei que fôssemos amigos. – Minho arrancou uma risada do amigo e sorriu vitorioso.
Porra óbvio que eu fui pego de surpresa, Felix era muito macho e naquele tempo a gente tinha em mente que ser gay era ter um jeitinho mais afeminado, sabe? Fiquei surpreso só que muito mais puto do que surpreso, eu deveria saber disso, ele estava sempre dando duro pela banda e tentando ser um bom amigo para todos nós.
– É bom você ficar paradinho aí por que eu não aguento mais correr! – Jisung disse aproximando-se junto de Hyunjin e Judy.
– A gente vai derrotar aquele filho da puta, agora é questão de honra! – Hyunjin prosseguiu. – Quem ele acha que é para inventar essas coisas sobre você?
– Ele não inventou... – Aquilo era tão constrangedor para ele que nem conseguia olhar para os amigos em sua frente. Judy deu uma cotovelada no amigo o repreendendo e ele resmungou baixinho.
– É como o ele disse antes, vamos acabar com eles no palco! – Judy disse abraçou o amigo. – Mandei todo mundo embora, provavelmente amanhã vai ser um caos mas estamos todos do seu lado.
Os cinco deram um abraço em grupo e Felix sentiu-se acolhido, seu maior medo era ser julgado pelos melhores amigos mas quando viu que tinha as melhores pessoas do mundo ao seu lado, sentiu-se capaz de fazer qualquer coisa, contanto que eles estivessem juntos.
A banda limpou toda a casa enquanto ouviam MCR, Judy e Minho não haviam trocado uma palavra se quer desde o body shot, não por falta de oportunidade mas sim porque nenhum deles sabia o que deveria ser dito, tinha uma tensão sexual entre eles, desejo e paixão árduos mas como fazer para que tomassem iniciativa? Minho tinha medo de ter o seu coração rejeitado por ela, ela era tão... Descolada e começou a pensar que seria impossível ter uma relação ainda mais profunda com ela e Judy tinha medo de não ser boa o suficiente para ele, sabia que ele precisava de alguém sã ao seu lado, alguém capaz de entendê-lo e estar disposto a ter um futuro, mas ela não via futuro para si.
– Tudo bem? – Minho perguntou chegando ao seu lado na pia e ela sorriu assentindo que sim. – Você ficou tão quieta depois de tudo o que rolou hoje...
– Só estou tentando assimilar tudo, sabe?
– Sei... – Minho percebeu aquilo como o seu segundo sinal vermelho, talvez ela não quisesse nada com ele e sim apenas se divertir, afinal era isso o que ela estava sempre fazendo, não é?
– E você? Tá bem?
– Estou eu acho. – Ele tenta sorrir e olha para o outro lado. – Fodi toda minha relação com a Emily e minha mãe já deve saber de tudo.
– Eu sinto muito eu não fazia ideia de que ela estaria lá... – As suas lamentações eram sinceras, por mais que Emily não gostasse tanto assim de Judy, ela jamais faria algo assim de propósito e sabendo que ela poderia ver. – Espero que vocês dois se acertem.
– Como é? – Minho arqueou a sobrancelha deveras confuso.
– Eu falei algo errado?
Os dois estavam se encarando a bastante tempo enquanto tentavam arrumar algo para dizer e quebrar o gelo daquela confusão, mas tudo só parecia piora quando ele percebe que Judy estava falando sério.
– Não. – ele mente. – Vou tentar conversar com ela mais tarde. – Minho forçou um sorriso falso sentindo seu coração palpitar ainda mais rápido e largou o que estava fazendo, já havia ajudado os amigos o suficiente então decidiu ir para casa. Todas as vezes que Judy confirmava que ele estava certo sobre pensar que ela não via nenhum tipo de relação com ele, uma parte de si se enchia de ódio e ele sentia ainda mais raiva de si próprio por ter criado tanta expectativa.
– Já tá indo? – Felix perguntou quando viu o amigo quase saindo pela porta da frente e ele assentiu. – E você e a Judy?
– Ao que parece não tem eu e a Judy. – Ele rir de sua ingenuidade e brinca com os anéis em seus dedos. – Era só eu e a Judy se divertindo.
– Ela é que nem você, não sabe lidar com os sentimentos, isso não significa que ela não sinta nada por você, porque ela sente e deixou isso bem claro.
– Ela acabou de dizer que espera que eu e a Emily nos resolvamos, isso não parece fala de alguém que sente algo por mim Felix. – Minho suspirou irritado e o amigo lhe acompanhou para o lado de fora de sua casa. – Eu estava esperando por um próximo passo, não sei.
– Então você quer namorar com ela?
– Não, sim... Eu não sei, eu queria uma relação normal, duas pessoas saindo para jantar e conversar enquanto conhecem uma a outra e no fim da noite quem sabe eu possa roubar um beijo. Mas isso não vai acontecer com ela.
– Cara você já idealizou uma relação mas não pensando nela, você mesmo sabe que nada disso vai acontecer com ela, ela não é assim. Porque não sair para beber? Comer numa lanchonete vagabunda e depois dar uns amassos? – Minho rio. – Você quer pular para a parte do amasso não é?
– Eu quero ela, quero muito e tentei negar isso mas como você pode ver não deu muito certo, mas ela é tão errada... – Ele nega com a cabeça.
– Vai para casa e descansa um pouco, eu vou falar com ela e tentar descobrir alguma coisa.
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Go Go Judy! | Lee Know | Stray Kids
FanfictionFormar uma banda de rock era moda nos anos 80 e os professores do colégio Easter tiveram a brilhante ideia de promover uma batalha das bandas trazendo essa moda de volta aos anos 2000, Minho e Felix formam uma banda mas ainda precisavam de mais inte...