3 anos depois
– Olhe... – Papai diz quando entro em casa e me entrega uma caixinha vermelha. – É para você, de alguém chamado... Gerard. – Ele vira o pequeno cartão diversas vezes tentando entender o que ali estava escrito.
Sentei-me no sofá da sala com a caixa sobre minha pernas e abri vendo o que estava ali dentro, eram diversas fotos daquele dia, nosso primeiro e único show de abertura, estávamos todos nós divertindo no palco e curtindo aquela grande noite, as lembranças fazem um frio na barriga surgir e eu me culpo imensamente por ter acabado com o sonho dos meus amigos.
Abaixo das fotos havia mais um pequeno bilhete e nele dizia:
Estamos felizes que você esteja bem e saudável novamente, nunca deixe morrer aquilo que nos uniu.
– Gerard x
Os meus olhos encheram de lágrimas, ele havia lembrado de mim, se preocupou comigo e enviou-me lembranças do dia mais especial da minha vida.
– Tudo bem? – Papai pergunta dando a volta no sofá e sentando-se ao meu lado no sofá e sentando-se ao meu lado. – Isso é daquele dia? – ele pega uma foto e analisa enquanto eu enxugo as lágrimas em meus olhos, papai mudou muito nos últimos anos, tem se mostrado mais preocupado e atencioso comigo sendo tudo o que eu sempre quis que fosse, um pai de verdade e eu precisei quase morrer por isso. – Eu me lembro, vocês estavam tão felizes.
– Estávamos... – Não vi Minho e nenhum dos outros rapazes, faz algumas semanas semanas que voltei a cidade e não procurei nenhum deles, já estraguei suas vidas o suficiente... – Vou subir para tomar um banho, você pede o jantar? – Ele assente e eu subi as escadas.
A casa estava igual e todos os móveis devidamente limpos já que nossa empregada limpou toda a casa antes de chegarmos e foi ao mercado. Mudei um pouco desde que saí da reabilitação, meus cabelos agora estão curtos acima dos ombros, não havia nenhuma maquiagem em meu rosto, minhas roupas eram mais claras e cumpridas. Foi bom mudar.
Depois do banho, deitei em minha cama e liguei o meu pequeno rádio que logo começou a tocar o novo álbum do My chemical romance.
Eu estava bem, estava saudável e de volta a minha casa com o meu pai mas conforme os dias passavam, mas sozinha eu me sentia, estava com saudades de Felix, saudades do meu melhor amigo! Papai percebia isso mas ainda tinha medo de algo ruim acontecer se eu voltasse a encontrar com eles e eu não o culpo depois do que aconteceu, eu entendo.
– Vou sair para correr, tudo bem? – Pergunto terminando de amarrar os meus tênis e o ouço murmurar que sim.
– Não demore muito e me ligue se algo acontecer.
Alonguei o meu corpo antes de sair de casa e começar a correr pela calçada, a música em meus ouvidos fazia com que eu esquecesse tudo a minha volta, vi as pessoas evaporarem de uma por uma deixando o caminho livre somente para mim, deixando todo o mundo somente para mim. Pela primeira vez em três anos eu realmente me sentia livre novamente, sentir o vento batendo contra o meu rosto enquanto eu corro freneticamente olhando somente para frente mas de repente eu paro, com os olhos arregalados e coração acelerado. Ao olhar para dentro da pequena cafeteria na esquina da rua, vejo Christopher e ao seu lado Felix, eles estavam sentados em banquinhos enquanto Christopher tocava violão e Felix cantava algo no microfone enquanto as pessoas que frequentavam o local e bebiam seus cafés os ouviam.
Meu melhor amigo estava bem ali do outro lado daquele vidro, ele estava tão bonito, os cabelos agora pretos aparados, as sardas muito mais aparentes e o largo sorriso quase rasgando as suas bochechas enquanto ele olhava para o rapaz ao seu lado que cantava junto a ele agora. O meu corpo congela quando o vejo olhar em minha direção e seus olhos se arregalam, eu estava diferente mas óbvio que ele me reconheceria. Ele levantasse do seu lugar e eu corro rapidamente percebendo que ele estava vindo em minha direção.
– Judith? – E novamente eu congelo, não me viro, não me movo, não respiro.
Ouço os seus passos vindo novamente em minha direção e os meus olhos se enchem de água, ele estava bem a minha frente mas eu não conseguia olhá-lo, a culpa e a vergonha que eu sentia de mim mesma eram muito maiores. Suas mãos geladas agarram minhas bochechas me fazendo olhar em seus olhos e eu vejo a tristeza em sua face.
– Judy... – Ele diz o meu nome e eu choro como uma criança perdida, seus braços me rodeiam e eu o abraço fortemente implorando aos deuses para que aquele momento durasse para sempre.
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Go Go Judy! | Lee Know | Stray Kids
FanfictionFormar uma banda de rock era moda nos anos 80 e os professores do colégio Easter tiveram a brilhante ideia de promover uma batalha das bandas trazendo essa moda de volta aos anos 2000, Minho e Felix formam uma banda mas ainda precisavam de mais inte...