A verdadeira Judy

485 64 14
                                    

– Você tá tão linda. – Felix diz ainda segurando o rosto de Judy com as duas mãos. – Por que estava fingindo de mim? Quando você voltou?

– E-eu cheguei a algumas semanas.

– Por que estava fugindo? – Ele insiste e Judy suspira soltando tudo o ar que nem havia notado que estava segurando.

– Preciso ir Felix. – Ela diz passando pelo rapaz e volta a correr em direção a sua casa, foi uma péssima ideia ter saído, agora Felix sabe que ela voltou e com certeza os outros também vão saber. Judy os amava mais do que tudo, mas não queria estragar a vida dos amigos mais uma vez, era melhor que ficasse distante de tudo isso.

Mais tarde no mesmo dia, Felix bateu na porta da casa de Minho depois de mandar várias mensagens e o rapaz não responder.

– Felix? – Minho coça os olhos e tenta olhar para o amigo novamente. – O que faz aqui? Você me acordou.

– São só nove da noite, você virou um velho? – Ele cedeu a passagem para o amigo entrar em sua casa e fechou a porta atrás de si em seguida. – Você não respondeu nenhuma das minhas mensagens e eu precisava falar com você.

– Bom agora que já me acordou, pode falar.

– Vi a Judy hoje de manhã, ela voltou para a cidade.

Minho que estava de pé se sentou no mesmo instante que ouviu "Judy" e "voltou" na mesma frase. O pior sempre passou pela sua cabeça desde o dia em que ela foi levada embora, se não havia voltado ou dado notícias ainda era porque estava morta, mas agora. É como se um fantasma tivesse saído do túmulo.

– Ela tá bem, tá saudável e ainda mais bonita.

– C-como você encontrou ela? – As mãos de Minho que estavam entrelaçadas uma a outra agora tremiam por conta da sua perna que parecia ter vida própria.

– Acho que ela estava correndo, vi ela na frente do café onde eu estava, quando eu a vi, ela saiu correndo.

– Saiu correndo? Porque diabos ela fugiria de você? – Minho franziu o cenho olhando para Felix como se ele tivesse a resposta, mas não tinha. Na sua cabeça Judy deveria estar feliz por ver o melhor amigo.

– Não tenho ideia, devemos contar aos outros?

– Faz um tempão que não tenho contato com o Hyunjin e o Jisung.

– Eu vou até a casa dela. – Felix com pressa andou reportamento até a porta da frente e olhou para o amigo que agora estava de pé atrás dele. – Você quer vir comigo?

Queria, óbvio que queria. Mas o que diria a ela depois de tanto tempo? Saber que ela estava viva e bem preencheu uma parte do seu coração que ele não tinha ideia que precisava ser preenchida. As incertezas dominaram a sua mente e ele começou a se perguntar se ela iria querer vê-lo.

– Acha que é uma boa ideia? Faz tanto tempo, não acho queira me ver, você sabe. – Ele suspirou. – Não tivemos contato depois que ela foi embora, e se estiver brava comigo por eu não ter ido atrás dela?

– E como você iria atrás dela sem saber one ela estava?

– Ela podes achar que eu desisti dela, que não quis lutar por ela.

– Minho... – Felix vira para o melhor amigo e coloca as mãos sobre os ombros do rapaz. – Não tinha nada que a gente pudesse fazer para ajudá-la, tenho certeza de que ela sabe disso, você conheceu uma versão da Judy poluída por drogas e mentiras, quando você a ver vai se perguntar "Onde está Judy?" e vai perceber que foi melhor para a vida dela todos esses anos em que ela esteve fora, vai conhecer a verdadeira Judy, a garota que esteve acorrentada debaixo de uma nuvem escura, com pensamentos e atitudes que não eram dela. – Felix suspira e continua ainda olhando no fundo dos olhos do amigo. – Ela não tá brava com você e você não fez nada de errado. Judy precisava ir pela vida dela e nós deixamos porque a amamos e queremos o que é melhor para ela, mesmo que o melhor inclua se afastar da gente.

O rapaz de cabelos pretos da um longo suspira e concorda com o amigo, não havia motivos para Judy estar brava com ele.

– Eu vou com você. – Felix abriu um grande sorriso para o rapaz e os dois saíram de casa.

Já se passavam das dez horas da noite, Minho e Felix caminhavam e conversavam sobre os tempos de banda, sobre o quanto eram bons e as pessoas ainda os reconheciam por isso. Nunca se esquece uma banda de adolescentes que lhe deu voz e força para viver.

Ao parar em frente a grande casa de Judy, os dois soltam o ar dos pulmões que não sabiam estar segurando e olham um para o outro. Seria apenas uma visita para que Minho pudesse ver Judy e conversassem sobre quaisquer coisa que ela quisesse falar. Depois que Judy foi embora, Minho teve medo de se envolver com qualquer outra pessoa depois dela, tinha medo das mentiras, das possíveis brigas e da parte em que nenhuma garota fazia o seu coração bater tão desesperadamente como Judy fazia.

Felix bateu na porta ao invés de tocar a campainha e Minho sentiu o estômago revirar, Judy estava do outro lado daquela porta, sua Judy, uma mulher agora pronta para retomar a vida que as drogas tentaram tirar dela.

Quando a porta de abre, ela primeiro olha para Felix com a face tomada por carinho e admiração que sentia pelo melhor amigo, ele ainda estava ali depois de tanto tempo. Em seguida os seus olhos percebem Minho do outro lado cabisbaixo, quando o olhar dele se conectou aos dela, sentiu o sangue em suas veias apostando uma corrida e o seu coração parecendo querer rasgar o peito.

– Quem está na porta Judith? – O seu pai pergunta vindo logo atrás dela e os dois rapazes avançam em sua direção abraçando a amiga, a boca de Judy se entreabe mas as palavras não saem ou apenas não tinha realmente o que dizer agora. Ela suspira aliviada ao sentir-se finalmente em casa e retribuo o abraços dos rapazes.

Go Go Judy! | Lee Know | Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora