Alguém viu a Judy?

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– Alguém viu a Judy? – Minho perguntou quando chegou na escola na manhã de segunda-feira, no sábado logo que havia chegado em casa, Judy avisou  que estava bem e que iria dormir, mas não falou nada sobre não vir a escola.

– Não vi não, ela não respondeu nenhum dos meus torpedos. – Felix comentou enquanto comia os seus salgadinhos. – Vai ver ela depois da aula...

– Não sei se o pai dela ia gostar de me conhecer assim. – Ele murmura envergonhado e senta-se na cadeira logo atrás de Felix.

– Você não conhece o pai dela? Cara, vocês ao menos já transaram? – Jisung abriu a boca e quase se arrependeu no mesmo instante com o olhar ameaçador que recebia de Hyunjin.

– Não que seja da sua conta mas não.

– Estamos falando da mesma Judy? Por quê a Judy que eu conheço já ficou com mais caras do que...

– Tá chega, ninguém quer saber disso! – Irritado, Minho grita interrompendo Jisung e o chamando atenção de todos na sala sem querer, mas aquela era uma péssima hora para fazer piadas.

Ele não conseguia se concentrar nas aulas, tudo o que pensava era em onde Judy estava, quem era aquele cara e por que ainda não haviam transado, já estavam juntos a semanas e nada além de mão boba havia rolado entre eles. Quando o sinal toca indicando o fim das aulas, Minho diz que encontra os rapazes mais tarde e corre para fora da escola, tinha que ver se Judy estava bem já que ela não respondia nenhum dos seus torpedos a sua única solução era ir até a casa dela.

No caminho, ele ensaiava como devia perguntar por ela e como se apresentar ao seu pai afinal de contas, ele era pastor o que para ele já era intimidador demais, suas mãos começam a suar quando ele avista a casa de Judy assim que vira a esquina da rua. Minho atravessa para o outro lado e sobe os pequenos degraus da enorme casa, seu indicador trêmulo tocou a campainha dourada e alguns segundos depois um homem de cabelos cacheados muito bem aparados e pele chocolate abre a porta, ele empurra os seus óculos para trás na tentativa de reconhecer o rapaz a sua frente mas é uma tentativa falha, Minho só conseguia pensar em como ele parecia surreal de tão bonito.

– Pois não?

– A Judy está em casa? – Minho tentava parecer o mais gentil possível mas com aquele homem de um metro e noventa e dois para a sua frente de braços cruzados era impossível.

– O que você deseja, rapaz? – Ele da um passo para frente na direção de Minho e ele engole em seco.

– Ela não foi para a escola hoje então queria saber se está tudo bem com ela.

– Minho? – Judy o chama vindo logo atrás do homem alto, ela estava um pouco pálida e usava roupas muito largas.

– Você tá bem? Não foi para a aula.

– Entra, papai este é Minho, meu namorado.

Ela diz com tanta naturalidade que até Minho se assusta e começa a se perguntar se Judy já havia falado sobre ele para o seu pai. O homem assente com as sobrancelhas erguidas, não achou que sua filha realmente tinha um namorado e ainda mais que o tal rapaz fosse parecer tão"direito". Judy segura a mão de Minho e o puxa para subirem as escadas até o seu quarto. Zona, era o que definia aquele lugar, Judy tinha um incenso acesso, luzes piscando no canto das paredes, posters do My Chemical Romance por todos os lados e uma pilha de CDs que parecia não ter fim, para cada lado que Minho olhava, puft, lá estava mais uma pilha.

– Não repara na bagunça. – Ela disse mas já era um pouco tarde, minha estava zonzo pela fumaça e aroma do incenso. – Meu pai assustou você?

– Um pouco... – Enquanto Judy já estava sentada na cama, Minho andava lentamente pelo quarto ainda reparando na bagunça. – Você me deixou tão preocupado que eu tive que conhecer o seu pai. – Ela sorriu de ele virou-se para admira-la. – Por que não foi hoje?

– Estou me sentindo muito cansada... – Ele senta ao seu lado na cama colocando a mão em sua costa e acariciando lentamente, queria que sua namorada se sentisse confortável para desabafar com ele. – Eu estou sóbria desde sábado a noite e me sinto péssima, exausta, como se um caminhão de mudança tivesse passado por cima de mim, dado a ré e passado mais uma vez.

– Já tentou tomar um chá para dormir?

– Não, tomei leite quente mas acho que não funciona.

– Não mesmo. – Ele rir e inclina-se para beijar os lábios pálidos de Judy, sorrindo contra os lábios do rapaz ela retribuiu o beijo e colocou a mão em sua nuca. Havia tantas coisas que Minho queria saber mas pergunta-las agora não parecia ser uma boa ideia. Ele deita-se na cama e ela monta sobre o seu colo ainda entre beijos.

– Eu senti a sua falta. – Judy murmurou contra os lábios rosados do rapaz preenchidos com um largo sorriso, o sorriso mais lindo que ela já viu em toda a sua vida.

– Sentiu é? E por que não respondeu às minhas mensagens? – Eles invertem a posição e Minho agora estava por cima dela entre suas lindas coxas.

– Não pego no meu celular tem um tempo já. – Ofegantes e completamente apaixonados um pelo outro, Minho num movimento rápido abre o casaco de Judy e se depara com algo assustador, os seus olhos tentam focar nos machucados espalhados por entre os seus seios e irritado ele puxa ainda mais o casaco para baixo rasgando-o e observa os braços de Judy completamente roxos, ela parecia ter sido espancada. Ele salta para fora da cama ainda a olhando incrédulo tentando raciocinar o que estava acontecendo e ela tenta se esconder dentro do casaco rasgado mas já era tarde.

– Que porra é essa? – Ele gesticula as palavras cheio de ódio apontando com a mão de cima a baixo para o corpo dela, quem diabos havia feito aquilo com a sua namorada? – Judith eu juro que venho tentando ser paciente com você durante muito tempo, mas não vou ignorar o fato de você está completamente roxa, quem fez isso com você? – Ela puxa as pernas para cima as abraçando e se encolhe ainda mais tentando acordar daquele pesadelo. – Quer que eu desça e chame o seu pai?

– N-não. – Entre gaguejo ela o responde, sua voz estava fraca e trêmula, exalando medo por todo o quarto.

– Tira a roupa. – Ele ordenou e ela obedeceu com medo do que poderia acontecer se seu pai descobrisse o estado em que sua única filha se encontrava. Agora apenas de calcinha e sutiã, Minho observa ainda incrédulo o corpo de sua namorada, não conseguia nem admira-la por debaixo de todas aquelas coisas, com os olhos arregalados cheios de pavor e angústia, ele passa as mãos por entre os cabelos, passa as mãos sobre o rosto, as pousas em seus quadris voltando a perguntar: Quem fez isso com você?

– Minho por favor... – Ela engole o choro que ameaçava querer descer. – Eu não quero falar sobre isso, por favor não... Não me obrigue a falar sobre isso.

– Como eu vou ajudar você se não confia em mim?

– Eu confio, mas tudo o que eu peço a você e que não insista para que eu fale sobre isso, eu não quero ter que me lembrar. – Num movimento rápido ela estava abraçando o corpo do rapaz, podia sentir o seu coração saltitando freneticamente contra o seu peito.

Go Go Judy! | Lee Know | Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora