– Judy... – Felix resmungou. – Você não precisa ligar para eles, vamos cantar você e eu.
– Não. – Ela disse firme com a feição zangada agora olhando para Minho que ainda estava sobre o púlpito. – Você sempre age assim feito um idiota comigo, estou cansada, eu também faço parte dessa banda e mereço ser respeitada como você respeita eles.
– Ela tá certa. – Jisung murmurou dando de ombros e Hyunjin assentiu concordando.
Felix virou-se para olhar o amigo e suplicou por tudo o que é mais sagrado que ele se desculpasse o mais rápido possível.
– Você rasgou a letra porque não queria cantar comigo, isso é tão... – Havia uma confusão enorme na mente de Anne porque ela acreditou que eles passariam a se dar bem dali em diante mas tudo retrocedeu tão, tão depressa que ela não teve tempo de assimilar nada.
– Me desculpa. – Minho disse suspirando como se fosse um grande sacrifício para ele dizer aquilo. – Eu não quis magoar você.
Felix virou-se imediatamente para Judy com o seu maior sorriso nos lábios e com as mãos juntas em súplica para que ela aceitasse as desculpas do rapaz. Judy largou a bolsa no banco ao seu lado e voltou a subir no púlpito ficando atrás do microfone, Minho abaixou a cabeça e pegou a guitarra.
– Vamos ensaiar Blood, Sex and Booze? – Felix perguntou quando se posicionou atrás do microfone ao lado de Judy.
– Green Day? – Jisung perguntou e Felix assentiu.
Os cinco toparam ensaiar Green Day naquela noite mas as ações de Minho não saiam da mente de Judy e a letra que ele havia rasgado para que não cantassem, foi uma cena tão tosca que ela sentiu repulsa ao lembrar. Na quinta-feira cantariam mais um cover, alguns dias atrás queriam cantar a música de Judy mas como Minho estava dando chilique por tudo, era melhor que cantassem músicas já prontas.
– É, ficou bom. – Felix comentou quando terminarem de ensaiar pela terceira vez a mesma música.
– Tenho quer ir agora. – Judy desceu apressada e os rapazes a olharam curiosos, para onde ela estava indo a essa hora? – Toma. – Ela arremessa a chave da igreja para Felix. – Tranca tudo quando saírem, vejo vocês amanhã.
– Se ela decidir pular fora da banda, eu juro que arrebento você! – Felix diz furioso olhando no fundo dos olhos de Minho e volta a arrumar os instrumentos.
Ele sabia bem o tamanho da culpa que estava carregando, mas como eu disse antes, era mais fácil tratá-la mau do que lidar com o que estava sentindo. Minho ajudou os rapazes a arrumar tudo e admitiu ser estranho o silêncio impregnado entre eles, Judy dava vida a banda e jamais seriam tão bons assim sem ela.
Quando ele chegou em casa exausto, viu sua namorada e sua mãe conversando animadas sobre algo que assistiam na televisão, Emily o acompanhou para o seu quarto e começou a falar sobre o quanto a sua primeira vez com ele havia sido incrível, mas é claro que fora incrível, ele estava imaginando Judy no lugar dela. Minho estava sem um pingo de paciência e quando ela sentou-se ao seu lado na cama, passando a mão por dentro de sua blusa, ele agarrou firmemente sua mão e pediu para que ela parasse.
– Por favor vai para casa, eu não estou com cabeça para isso agora. – Emily franziu o cenho e retirou suas mãos do rapaz.
– Você está chateado, o que aconteceu? – Ela se colocou de por em frente a ele.
– Emily por favor... – Repetiu impaciente.
– Eu sou sua namorada, quero ajudar você.
– Me ajudaria muito se você me deixasse em paz. – Emily sentiu uma pontada no peito com as rudes palavras do rapaz e um nó formou-se em sua garganta no mesmo instante, tudo bem que ele estava chateado, mas ela não havia feito nada para que merecesse essa raiva jogada sobre si dessa forma. Ela engoliu a vontade de chorar e saiu do quarto do rapaz pisando forte. – Você é tão filho da puta. – Minho falou para si mesmo quando percebeu o que havia feito, estava começando começando a concordar com Judy sobre o quão idiota era. Decidiu tomar um banho para esfriar a cabeça e tudo o que conseguia pensar era na letra que havia estragado, era tão verdadeira e cheia dos seus verdadeiros sentimentos, como pode estragar algo assim?
Ele pensou e repensou várias vezes se deveria ir até a casa dela para se desculpar mais uma vez e a resposta já era sim pois estava vestindo sua calça novamente.
– Onde você tá indo? A Emily saiu daqui chorando. – Sua mãe estava fula da vida.
– Estou indo resolver isso... – Ele mente e sai correndo para fora de casa.
Se eu tivesse ganho um dólar para cada merda que falei naquele dia... E quando eu menti para a minha mãe dizendo que estava indo me desculpar com Emily, perdi uma grande chance de ter ficado calado.
Estava nervoso e suas mãos suavam mais do que o normal, quando viu o que estava próximo a casa de Judy, decidiu que era melhor lhe avisar que estava indo, sabe-se lá o que o seu pai pensaria ao ver um rapaz em sua porta, ainda mais aquele horário.
– Oi, é o Minho... – Ele enfia a mão no bolso da calça envergonhado e chuta pedrinhas no chão enquanto a ouvia falar.
– Minho, o babaca. – Sua voz sai embargada, com certeza ela estava bebendo. – Eu sai com muitos caras, mas nenhum deles me trata tãoooo mau quanto você me trata e olha que eu nunca os vejo e você... – Ela soluçou. – Infelizmente eu te vejo todos os dias. – Judy deixa uma risadinha escapar. – Eu achava você super interessante quando entrei na banda, até perguntei ao Lix se você estava com alguém. Ops! – Minho escuta algo de vidro se partindo do outro lado da linha. – Eu nunca, nunca, nunca, nunca, nunca, nunca... Fico bebada, mas você me deixou tão puta que eu bebi sem contar as garrafas. – Ele sentiu o seu estômago embrulhar ao saber que era o motivo daquela bebedeira. – Achei que estávamos nos dando bem, eu até reprimi todo o tesão que eu sinto por você para não estragar nossa amizade que nem existe... – Ela rir e um soluço a acompanha mais uma vez. Minho passou a mão por seus cabelos ainda molhados e sentiu o seu coração bombear sangue muito mais rápido do que o normal, saber que ela estava se reprimindo para não estragar a relação dos dois o deixou com um sentimento de culpa, não queria que as coisas saíssem desse jeito.
– Onde você está? – Perguntou impaciente.
– Não vou contar, vai que você é um assassino.
– Estou falando sério Judy, me diz onde você está que eu vou buscá-la.
– Se você insiste... Estou no beco da... Qual o nome dessa rua? – Ela pergunta para alguém próximo de si. – Avenida Castaneda! – Gritou.
– Não sai daí, estou indo buscar você.
– Ok chefe...
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Go Go Judy! | Lee Know | Stray Kids
FanfictionFormar uma banda de rock era moda nos anos 80 e os professores do colégio Easter tiveram a brilhante ideia de promover uma batalha das bandas trazendo essa moda de volta aos anos 2000, Minho e Felix formam uma banda mas ainda precisavam de mais inte...