O sucesso e morte prematura de Go Go Judy!

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Novamente era como se tivéssemos voltado a estaca zero, Judy estava para um lado e eu estava para o outro, hoje tínhamos o nosso grande show de abertura e por mais incrível que pareça, eu não estava animado, não queria entrar lá e tocar as nossas músicas fingindo algo que não estava rolando agora.

– Minho? – Molly chegou ao meu lado logo depois que os rapazes saíram do camarim para nos deixar a sós. – Eu sinto muito.

– Eu já ouvi isso.

– Eu parei, parei mesmo, eu juro! – Que tolice a minha acreditar naquilo, como se alguém com vício conseguisse largar as drogas depois de dois dias limpo, mas eu acreditei.

– Você jura? – Ela assentiu freneticamente. – Eu não quero passar por isso de novo.

– Você não vai, eu prometo! – Judy passou a mão pelo meu rosto e em seguida me beijou cheia de saudades.

O nosso primeiro show de abertura... Caramba eu não tenho como explicar aquele dia, foi tudo muito doido! – Risada. – Mas, depois que Judy e eu fizemos as pazes, os rapazes entraram e fizemos o nosso pequeno ritual de preparo para entrar no palco, Felix parecia estar ligado no 220 e Jisung... – Ele rir novamente. – Ele vomitou duas vezes antes de finalmente irmos para trás do grande palco. As luzes se apagaram e quando a fumaça subiu, era hora da Go Go Judy! Entrar no palco.

Juro que nunca antes ninguém havia gritado para nós como a plateia gritou naquele dia, senti vontade de chorar vendo que estavam cantando a nossa música.

Judy cantava, pulava, dançava como se fosse seu último dia na terra, Hyunjin suava e sorria enquanto tocava assim com Jisung, Hyunjin e eu. Na nossa última música, Gerard entrou no palco sozinho, conversou com a plateia um pouco, falou sobre nós e toda a My Chemical Romance entrou logo depois, tocamos com a porra do My Chemical Romance, dá para acreditar nisso? Parece a porra de um sonho mas não era!

Mas como eu já disse antes, nem tudo são flores.

Estávamos num ônibus com os nossos rostos estampados do lado de fora indo comemorar como sempre fazíamos mas Judy não parecia nada bem.

– Judy? – A chamei mas ela não ouviu, eu estava sentado em uma das camas em forma de beliche e Judy estava um pouco mais para a frente, na cozinha do ônibus.

– Ela não parece muito bem. – Felix comentou. chegando ao meu lado e sentou-se na cama a minha frente. – Não acha melhor falarmos com o pai dela? Olha o estado em que ela tá... Cara isso... Isso já passou e curtição a muito tempo.

– Tenho medo do que ele possa fazer com ela se descobrir sobre isso.

– Deveria temer o que pode acontecer se ela não procurar ajuda.

Felix estava certo, mesmo que seu pai ficasse furioso ou decepcionado, algo precisava ser feito antes que o pior acontecesse, mas aconteceu. Judy caiu no chão se debatendo e uma gosma começou a sair de sua boca.

E-eu não sabia o que fazer, ninguém sabia o que fazer porque nunca havíamos passado por algo assim antes e muito menos pesquisado sobre, eu fiquei tão desesperado e a única coisa que me lembro de fazer foi de gritar para o motorista correr para o hospital mais próximo e ter cuidado para que Judy não sufocasse, nunca serei capaz de apagar esse momento da minha mente, foi completo terror do início ao fim.

Quando chegamos ao hospital, os socorristas colocaram Judy em uma maca e a levaram para dentro.

O hospital ligou para o pai de Judy falando sobre o que havia acontecido, não pude deixar de lembrar que algumas horas mais cedo ele estava assistindo ao nosso show.

Judy teve uma overdose naquele dia. – Ele diz olhando para as mãos entrelaçadas e mordendo os lábios. – E descobrimos que graças a nossa agilidade e a do nosso motorista as coisas não ficaram piores, o tempo que uma vítima de overdose leva para receber ajuda é o fator decisivo na recuperação. Nós fomos proibidos pelo pai da Judy de vê-la por longos meses, perdemos o segundo show de abertura, o contato e tudo o que havíamos conquistado com a banda. Logo quando Judy foi liberada do hospital ela foi para uma clínica de reabilitação.

Tudo estava acabado então tivemos que seguir com as nossas vidas, Felix e eu fomos para a faculdade, Jisung foi trabalhar com o pai e Hyunjin saiu do país, nunca mais ouvimos falar dele ou de Judy. Ainda éramos reconhecidos nas ruas por alguns fãs, nos primeiros meses logo após o ocorrido estávamos em todos os lugares, youtube, jornais, revistas e até mesmo na televisão.

Era tão estranho, em todos os lugares éramos marcados como o sucesso e a morte prematura de Go Go Judy! As pessoas fizeram muito dinheiro usando o nome da nossa banda na época.

Go Go Judy! | Lee Know | Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora