34 - Um pro outro

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    Adrien ficou na sala ouvindo a música. Prestou atenção na letra e sentiu seu rosto aquecer.

"Difícil demais
Te amar assim
Minha timidez
Tem que ter um fim
Preciso perder
O medo de falar
Pra não te perder
Vou me declarar

Morro de saudade
Quando você some
Dá uma vontade
De gritar seu nome
Quase uma loucura
Uma obsessão

Pra me sentir feliz
Só tem uma saída
Fazer você ficar
De vez na minha vida
Perto dos meus olhos
E do coração

Eu te amo
Eu preciso te dizer
Todo dia toda noite
O meu sonho é você

Eu te amo
É paixão que não tem fim
Dou a vida por um beijo
Quero ter você pra mim"


    O Agreste se sentiu exatamente como na música. Não queria admitir, mas já não conseguia ficar longe da sua cuidadora, da garota com cheirinho de flor de cerejeiras. Estaria apaixonado? Mas como, se mal a conhecia? Sequer sabia como era o seu rosto! Tudo foi tão rápido! Ele precisava ter certeza, não podia arriscar um envolvimento assim. E se ela não o correspondesse? Mesmo falando que não tinha nada com o Luka...isso não significava que fosse ter alguma coisa com ele! Sua mente estava confusa e seu corpo dava sinais que ele preferia ignorar, mas que ficava cada vez mais difícil. E então ele sentiu. Era outro cheiro, mas tão delicioso quanto àquele que ele se lembrava.

Marinette:—Demorei?

Adrien:—O tempo de uma música.

Marinette:—Nem prestei atenção! Qual música tocou?

Adrien:—Não sei o nome - mentiu. Então você gosta de sertanejo?

Marinette:—Gosto muito!

Adrien:—Gosta de sofrência? - riu debochado 

Marinette:—Gosto de música boa, de letras românticas, mesmo que falem de sofrer.

Adrien:—Você está com outro cheiro...

Marinette:—Nossa, você está demais, ein? Não gostou?

Adrien:—Pode chegar mais perto?

    Marinette chegou perto dele que estava sentado no sofá. Ela parou na sua frente enquanto ele tinha as mãos levantadas aguardando para tocá-la.

Marinette:—Estou aqui - disse enquanto colocava as mãos nos fios loiros do Agreste

    Ele então tateou até encontrar sua cintura. Segurou-a com certa firmeza, o bastante para que ela prendesse o ar sem saber como agir. Chegou seu rosto perto de sua barriga e sentiu a fina malha de sua blusa.

Adrien:—Posso? - perguntou baixinho

Marinette:—Po-pode - respondeu sem mesmo saber o que ele queria fazer

    Adrien então levantou um pouquinho  a blusa do pijama da garota, só o suficiente para que seu nariz tocasse a pele de sua barriga. Inspirou fundo e aproveitou para roçar sua bochecha na pele quente, arrancando um suspiro da mestiça. Sorriu tendo certeza da reação que provocara nela e disse baixinho com a voz rouca

Adrien:—Jasmin!

Marinette:—S-sim, é da minha mãe. O meu está na sua casa - respondeu com a voz falha e as pernas bambas.

    Se com um leve toque ele já causava tudo aquilo na garota, céus, um beijo a mataria com certeza! Ainda bem que ele não podia ver suas reações - pensava inocentemente. Adrien não via, mas sentia tudo, inclusive a temperatura do corpo da Cheng subir alguns graus por conta daquela aproximação. Ciente do que lhe provocava, começou a sentir que seu próprio corpo iniciou um processo que seria difícil de desfazer ou explicar...

De olhos fechadosOnde histórias criam vida. Descubra agora