Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
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Sim, ela era tudo que eu precisava, ela era mágica. Molly, você estava lá por mim quando ninguém nem se importou comigo. Você tentou. Obrigado por me deixar chapado! Chase atlantic — Molly
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O problema das drogas, sejam elas remédios ou entorpecentes, é que elas param de funcionar. Seu corpo se acostuma e chega uma hora em que elas simplesmente não fazem mais efeito. E querendo ou não, isso te faz procurar coisas mais fortes. E você não nos as procura porque quer e sim porque precisa. Sou uma prova disso, por mais que eu não me orgulhe :
Aos cinco anos tive minha primeira psicóloga, ninguém entendia porque eu tinha tantos ataques de pânico.
Aos sete, eu já tomava a mesma quantidade de remédios de um velho de sessenta. Eu passava a maior parte do tempo chapado e a sensação era melhor do que ficar acordado e aguentar toda aquela merda. Não lembro muito das coisas que aconteceram nessa época.
Aos dez, me internaram em uma clínica psiquiatra. Minha depressão estava em um estado preocupante, eles disseram.
Aos 12 falaram que eu estava bem e que poderia sair. Fiquei feliz, poderia ver mamãe de novo. Minha felicidade durou uma hora e meia, o tempo total do trajeto entre a clínica e a minha casa.
Aos treze, alguns garotos da escola me apresentaram Xanax e eu agradeço a eles, aquele ano foi horrível e eu não sei se aguentaria se a droga não estivesse correndo na minha corrente sanguínea.
Aos catorze eu meti a porra de uma bala na cabeça do meu problema. Acho que eu deveria ter sentido algo mas não senti, não fiquei triste e nem senti remorso, apenas me sentei ao lado do corpo dele e assisti o sangue se esvair por completo. Mamãe chegou e tentou ajudar, acho que nunca vou esquecer do olhar de pânico dela ao me encarar.
A polícia chegou cinco minutos depois e eles me algemaram antes que eu pudesse dar um último abraço na mulher que me gerou.
Dois meses depois eu fui levado ao julgamento, condenado a quatro anos, me classificaram como um assassino frio e acho que não deram mais porque eu ainda era uma criança. Eu queria ter dito meus motivos, dito o porquê de eu tê-lo matado. Mas eu só conseguia tremer de medo. Eu era um garoto de catorze anos que só queria salvar a família. Quando passei pela minha mãe, antes de passar pela porta de metal da saída, ela disse que me amava. Nunca mais a vi.
