Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
Estou aguentando tudo isso Aguentando tudo por nós Estou fazendo tudo isso por amor All for us — Labrinth e Zendaya.
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Calço meus patins e os amarro fortemente, tendo a certeza de que não vão me atrapalhar no gelo. Tudo o que não quero é fazer alguma burrada que deixe o treinador puto, o homem simplesmente tem estado uma pilha de nervos durante a semana toda e tenho certeza de que se cometermos um pequeno deslize, Sullivan vai nos matar e não estou usando eufemismos.
O fato é que falta apenas um dia para que enfrentemos os KillersDucks, o time de hóquei da universidade vizinha. Eles não tem esse nome atoa, são tão bons quanto a gente e a rivalidade entre os dois times existe a séculos, somos como Batman × Coringa, inimigos clássicos. Nós vencemos durante muitos anos mas no ano passado algo aconteceu e perdemos. E a possibilidade de perdermos este ano também tem deixado todos nós nervosos. O jogo é importante e temos a obrigação de vencer porque se o ganharmos, vamos para o Frozen Four e poderemos ter a chance de trazer mais uma taça para casa.
Por isso, temos treinado três vezes por dia, todos os dias da semana. E ainda temos que arranjar tempo para a academia e para assistir às aulas, já que se não tivermos às notas, imediatamente somos colocados para fora do gelo. Tem sido mais do que estressante e mal consigo dormir, minha cabeça só consegue pensar nas jogadas que temos ensaiado.
— Puta merda, os caras são bons mesmo — Devon exclama ao meu lado, o time todo está amontoado nos bancos localizados entre os armários, assistindo a um jogo da temporada passada que só nos deixa ainda mais aterrorizados.
Nosso time é composto, em sua maioria, por calouros. Os veteranos se formaram no ano passado e outros foram chamados para times grandes, o que significa que só conhecemos o time adversário em teoria e nunca estivemos com eles no gelo de verdade.
— É — Dylan concorda, parecendo desanimado enquanto vê um dos jogadores driblando um dos nossos com facilidade.
Solto um grunhido, desistindo de assistir aquela idiotice. Tudo bem, os caras são quase que impossíveis de barrar no gelo e são rápidos e habilidosos, mas a negatividade não vai ajudar em nada. Por isso me levanto, aproveitando que todos estão reunidos para incentivá-los. Não sou um cara de discursos, mas eu meio que me transformo quando estou no gelo, a adrenalina me deixa falante.
— Tudo bem, eles podem até ser bons— começo e todos tiram o olho da tela para me encarar — Mas porra, somos os Snakes! — as palavras saem da minha boca com convicção e murmúrios de aprovação enchem o vestiário — Nós os vencemos por vinte anos seguidos e tenho certeza de que eles estão se cagando de medo porque sabem que somos muito melhores que eles! — pego o celular da mão de Devon e começo a apontar as falhas que os jogadores cometem, em vez de suas forças — Olha como esse cara cai como um patinho na nossa jogada de ataque, ele non é rápido o bastante para acompanhar quando trocamos o disco entre nós. Eles também vivem com a perna aberta demais e são mais lentos que a gente. Então, vamos entrar na porra daquele gelo amanhã e darmos o nosso melhor e vencê-los na casa deles!
