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Uma batida na porta
É vingança?
Mas para quem é?
Oh, querida, me diga
Há sangue no chão
É seu? É seu, é seu?
Bonnie and ClydeDuch Melrose feat. Harry Was Were

Me sento na varanda do apartamento, acendendo um cigarro enquanto meus olhos admiram a cidade

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Me sento na varanda do apartamento, acendendo um cigarro enquanto meus olhos admiram a cidade. Só passei três dias em Dijon mas algo me diz que eu adoraria morar aqui, cercado por uma vizinhança silenciosa e acolhedora, com o cheiro de croissant e massas pairando no ar durante toda a manhã.

Eu adoraria criar meus filhos aqui, se Liza desejar ter alguns pequenos comigo. Apesar de ter deixado a França a muito tempo, o país ainda se parece com um lar para mim e não há nada aqui que eu não goste.

— Você é um péssimo amigo se quer saber, só ficamos sabendo das coisas que aconteceram porque a Liza nos atualizou. Sério, achei que nossos anos de amizade serviriam de alguma coisa!

Reviro os olhos, soprando a fumaça tóxica para fora do meu corpo enquanto Dylan reclama pelo outro lado da linha. Estive tão entretido com a minha família que acabei me esquecendo de atualizá-lo sobre as novidades da minha vida. Agora, estou pagando o preço por isso.

— Eu já pedi desculpas. Foram muitas emoções nos últimos dias.

Do outro lado da linha, ele bufa. Ainda parece inconformado mas dá o braço a torcer, desistindo de insistir no assunto.

— Irei te perdoar porque essa é uma situação complicada. Mas agora, quero saber tudo!

— Tudo bem.

Faço um resumo de tudo o que aconteceu nas últimas quarenta e oito horas. Falo sobre Emma, sobre Caleb e como ele chegou ao mundo. Falo sobre a situação em que eles têm vivido e sobre o sacrifício que minha mãe tem feito para conseguir colocar comida na mesa. Meu amigo ouve tudo com atenção sem dizer uma palavra e ao final, suspira pesadamente e não preciso ver seu rosto para saber que ele provavelmente está com uma expressão preocupada agora.

— Cacete, a situação é mais complicada do que pensávamos. Eu gostaria de picar aquele desgraçado em mil pedaços! — o ouço murmurar palavrões — Vamos matar o desgraçado, certo?

Não deixo de notar utiliza o verbo "vamos", no plural. Porque ele é o tipo de amigo que sujaria suas mãos por mim sem nem pensar duas vezes. Mesmo assim, eu nunca o colocaria em uma situação dessas, ele mal sobreviveu aos dois anos na prisão. Dessa vez, não ganharíamos nenhum tipo de perdão por sermos menores e provavelmente seríamos condenados a pena de morte. E eu nunca ficaria em paz sabendo que sou responsável pela morte do meu melhor amigo.

Non sei — solto o ar pelos lábios, sentindo um peso em meus ombros por ter de lidar com toda essa situação caótica — Pensei em pedir para que Antoine, o investigador que nos ajudou a achar minha mãe, procure por ele também. Ele non saberia que estou atrás dele e eu o pegaria de surpresa. Estaria morto antes de perceber.

DAMON | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora