Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
Querida, você me deixa preocupado. (...) Ninguém jamais se importou comigo tanto quanto você se importa. Scary Love — Theneighbourhood.
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Minhas pernas parecem ser feitas de Pudim enquanto corro até Damon, e elas cedem, me fazendo cair de joelhos no exato momento em que chego perto o bastante de Damon para tocá-lo.
— Onde...O que...? — minha boca solta palavras desconexas enquanto minhas mãos tocam seu rosto, seus braços, cada parte do seu corpo a procura de ferimentos.
— Aqui. — ele diz com dificuldade, sua voz soando mais como um gemido.
Fico estática, tentando controlar a respiração enquanto o assisto enrolar a camisa para cima, me dando a visão do que realmente causa sua dor. Quando vejo, inspiro o ar e o prendo, piscando diversas vezes na tentativa de entender se estou realmente vendo a coisa certa ou se é só minha mente em pânico me fazendo ver coisas.
Me levanto para acender a luz e quando percebo que a situação é bem pior do que a minha visão me permitiu enxergar no escuro, levo a mão ao couro cabeludo, segurando dois tufos do meu cabelo em um punho. Damon está sangrando, muito. Ele tem um corte enorme abaixo de seu peitoral esquerdo e outro próximo ao umbigo na lateral direita. Os dois ferimentos escorrem sangue o bastante para que seu corpo inteiro esteja sujo com o líquido rubro. Mas como se não bastasse as facadas, existem talhos enormes em seu rosto, um por cima das sobrancelhas e outro em sua boca, provavelmente abertos por socos ou chutes. E um de seus olhos está inchado o bastante para que ele não consiga abrir mais que uma fresta.
— Liz. — meu nome ressoa como um pedido e volto meu olhar para Damon, enquanto sinto lágrimas quentes molharem meu rosto.
— Que merda fizeram com você? — as palavras mal saem como um sussurro fraco.
Balanço a cabeça, afastando o desespero e dando lugar a urgência da situação. Ajoelho ao lado de Damon novamente, pensando o que devo fazer primeiro.
— Temos que estancar o sangramento. — digo, mais para mim do que para ele — Se apoie em mim, vou te ajudar a ir até a cama.
Ele assentiu e respirei fundo, colocando um de seus braços sobre o meu pescoço e dando um grande impulso com meus joelhos para sustentar o seu peso. Considerando que Damon é maior que eu e muito mais pesado, o pequeno trajeto foi complicado para mim mas foi bem mais para ele, seus gemidos de dor não poderiam passar despercebidos por mim, nem mesmo se eu quisesse.
O sentei na beirada da cama e não perdi tempo ao ajudá-lo a tirar sua camisa. Meus olhos analisaram seu corpo e eu tive de prender o ar mais uma vez só ver os círculos roxos presentes ali. Suspirei, afastando o medo.
Quem faria uma coisa dessas com ele? E por quê?
— Vou usá-la para precionar, tá bom? — ele balançou a cabeça positivamente — Vai doer.
