Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
Agora estou nervosa, não estou pensando direito, ultrapassando todos os limites, você me intoxica. Assim como nicotina, heroína, morfina. De repente, estou viciada e você é tudo que preciso, tudo que preciso. Sim, você é tudo que eu preciso. (...) E eu poderia tentar fugir, mas seria inútil, a culpa é sua. Apenas uma dose de você e eu soube que eu nunca seria a mesma.
Neverbethe shame - Camila Cabello
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Chegamos ao prédio onde Damon mora dez minutos depois. Minhas pernas tremem quando salto da moto e minhas mãos quase vacilam quando entrego o capacete a ele.
Para a minha sorte, ele não correu tanto. Acho que percebeu que eu estava com medo e diminuiu a velocidade, caso contrário, provavelmente eu teria desmaiado.
Isso é uma das coisas que mais odeio em mim, o fato de não conseguir superar o acidente. Todas as vezes que eu preciso usar algum veículo, uma crise de ansiedade me ataca. Minha garganta se fecha, meu corpo todo automaticamente começa a tremer e eu entro em pânico. É como se subir em qualquer coisa com rodas significasse a morte para mim. Por mais que eu saiba que coisas ruins nem sempre acontecem, meu cérebro não parece assimilar isso.
Fecho os olhos e respiro fundo, tentando me acalmar. Quando minhas pálpebras se abrem novamente, pego Damon me observando enquanto pendura o capacete na moto.
- Nonsabia que tinha tanto medo de motos. - disse, enquanto vinha até mim - Por que non disse nada?
Dei de ombros, sinalizando que não era nada demais.
- Não adiantaria, você mesmo disse que eu só tinha duas opções. - o lembrei - Você sempre faz o que quer.
Digo a verdade. Desde que nos conhecemos Damon tem feito escolhas por mim, fez isso na noite da festa, me proibindo de ir embora de sua casa. Fez isso no dia seguinte quando decidiu fazer justiça com as próprias mãos, sem nem mesmo me perguntar se eu queria ir até a polícia e fazer isso de forma legal. Hoje, sei que foram formas de me proteger, mas não diminui o fato dele sempre conseguir o que quer, por bem ou por mal e isso é irritante.
O francês para na minha frente, levanto meu rosto para encará-lo e pela expressão em seu rosto, ele parece chateado de verdade.
- É isso o que pensa de mim, chéri? Acha que eu teria te obrigado a subir naquela moto se tivesse deixado claro seus medos?
Dou de ombros mais uma vez.
- Bom, você sempre me obriga a fazer coisas que não quero. - respondo , fazendo referência ao nosso beijo.
