Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
Pai, por favor Há sangue por toda essa cama O diabo está no espelho Ele está me encarando RUNRUNRUN — Duch melrose
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Sinto o chão abaixo de mim desabar. Meu corpo inteiro treme, as batidas do meu coração me deixam surdo. Meus olhos vão de Liza até Richard, meu cérebro entrando em pânico.
Estava tudo certo, não estava?
Tudo estava sobre controle.
Que porra aconteceu?
— Me solta seu desgraçado! — Liza grita, lágrimas grossas rolando por seu rosto.
Ela tenta afastar sua mão, mas tudo o que consegue é deixá-lo ainda mais irritado. Richard a segura com mais força, e ela grita de dor.
Pisco, queimado em ódio e medo. Como tudo desandou assim?
É como se eu estivesse assistindo a porra do meu mundo inteiro ruir, e acho que realmente é o que estou vendo. A mulher que eu mais amo está de joelhos sobre a mira de uma arma. Ele vai matá-la, vai matar toda a minha família e me obrigar a assistir.
— Solta ela, Richard — ordeno, meu tom de voz soando tão sombrio quanto o dele — Liza não tem nada a ver com isso.
Ele gargalha, o som me causa arrepios.
Olho para Liza, seus olhos brilham em desolação, ela perdeu as esperanças e essa constatação me atinge como um soco no estômago.
Em meio ao surto de Richard, movo meus lábios, dizendo “vamos ficar bem”, sem som algum. Mas Liz não assente, não me diz que sim, não confirma minhas palavras. Liz apenas me encara de volta e sei que ela está se despedindo. Ela move os lábios, “Vamos nos encontrar de novo”.
Só percebo que estou chorando agora, quando mal consigo ver o que está a minha frente. Não, não vou permitir que ele tire a única coisa boa que já aconteceu em minha vida. Não posso permitir que ele arranque nossos sonhos, nosso futuro, nossas chances de sermos felizes.
Caralho, ele não tem a porra desse direito.
— Você está ficando louco, não íamos fazer nada — tento me justificar, colocar a culpa em suas paranoias.
— Mesmo, filho? — ele puxa Liza pelos cabelos, fazendo-a gemer de dor enquanto a obriga ficar de pé — Liza, me diga que merda é aquela na mão dele?
Sarcasmo pinga de sua voz. E só então me lembro que estou com a porra do bisturi nas mãos.
Nem tive a inteligência de escondê-lo.
Caralho.
— Não é o que você está pensando…
— Diga, caralho! — seu grito me faz ficar em silêncio — Que porra o seu namoradinho tem nas mãos?
