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Não é sua culpa eu estragar tudo
Não é sua culpa que eu não sou o que você precisa
Amor, anjos como você não podem voar para o inferno comigo
Angels Like You — Miley

Não é sua culpa eu estragar tudoNão é sua culpa que eu não sou o que você precisaAmor, anjos como você não podem voar para o inferno comigoAngels Like You — Miley

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Liza não mentiu sobre o horário em que Richard costuma a visitar. Mal terminamos de formular nosso pequeno plano e escutamos passos na escada. Liza murmura um "não o provoque" em tom de súplica e eu movo a cabeça em concordância, mesmo não acreditando muito em minha capacidade de mostrar respeito a um homem que nunca fez o mesmo por mim.

Porém, mesmo que ser gentil com o filho da puta apodreça uma parte de mim, preciso disso. Se quero sua confiança, terei que deixar de lado, por um momento, todas as merdas que me atormentaram por anos.

Minha família precisa disso, só assim vamos conseguir sair daqui com vida.

— Ele acordou Richard! — Liza anuncia, assim que o homem entra em seu campo de visão — Parece estar bem.

— Mesmo?! — ouço seus passos se apressando no corredor, sua perna ruim se arrastando. Tenho vontade de revirar os olhos diante de sua falsa preocupação.

Não digo nada quando ele surge à porta, apenas o observo secamente. Richard deve mesmo confiar em Liza pois não mantém mais sua arma em punho, e sim guardada no cós de sua calça. Ele abre um sorriso horrendo, e tenho vontade de vomitar quando ele caminha até mim e faz uma leve carícia em meu cabelo. Mesmo assim, forço meu corpo a continuar imóvel.

Você precisa da confiança dele para matá-lo, Liza precisa disso e sua família também. Repito a afirmações várias vezes e mesmo assim o asco não deixa minha garganta.

— Pelo jeito, você não é tão incopetente como eu pensava, hum? — refere-se a Liz em uma espécie de elogio — E você como está, filho? Ficamos realmente com medo de perder você.

Claro, porque se eu morresse você não poderia mais me torturar, isso é o que tenho vontade de dizer. Mas o olhar de súplica que Liz me lança me lembra de qual papel devo desenvolver aqui.

Limpo a garganta, obrigando minhas palavras a saírem sem nenhum vestígio de raiva.

— Estou bem — forço-me a ser educado — Agradeço pela preocupação e cuidados.

A vontade de vomitar me atinge pela segunda vez em menos de cinco minutos. Eu odeio este homem, e toda vez que olho para ele me lembro das vezes em que ele me tocou, nos momentos em que eu ouvia minha mãe gritar, nos dias que eu não conseguia me mover graças aos ferimentos que ele deixava em meu corpo. Fingir que está tudo bem rasga meu peito em tantos pedaços que mal consigo descrever.

Como eu pude ser tão estúpido? Eu nem mesmo pensei estar sendo seguido por Richard. Eu acreditei que minha família estava bem protegida nesta cidade, mas eu deveria imaginar que um homem como ele não desiste tão facilmente de seus objetivos doentios.

DAMON | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora