Ir para a faculdade não estava nos planos de Liza. Perder uma das pessoas mais importantes da sua vida também não. Arruinada pela dor do luto, Liza considerou a faculdade uma boa opção para fugir de toda a confusão em que sua vida se encontrava em s...
Mas você me encontrou quando eu estava quebrado Me colocou de volta, me deu vida Como uma flor no concreto Tão lindo e raro Você me deu esperança quando eu estava vazio Me acompanhou através do fogo, você estava lá (...) Você é o Sol para a Lua Você é meu oceano pintado de azul Você, eu sou nada sem você Você é a luz no escuro Você é a flecha no meu coração Você, eu sou nada sem você You — Lany
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Minha cabeça dói, a simples tentativa de abrir os olhos me faz ter vontade de gritar. Minhas pálpebras se abrem com dificuldade e minhas íris ardem intensivamente no momento em que a luminosidade entra em contato com elas. Tudo parece branco demais.
Onde estou?
Engulo em seco, sentindo minha garganta dolorida. É como se tivessem cortado minha carne, a dor misturada a sensação de sede não é nada boa.
Tento me levantar mas meu corpo parece não querer se mover, sinto como se eu pesasse toneladas, a sensação é de estar bem no meio de uma paralisia do sono. Caio de volta em algo macio.
— Água — murmuro, para mim mesmo. Tentando fazer com que meu cérebro acorde e entenda o que eu preciso.
— O quê? — ouço uma voz ao longe dizer, e não é difícil reconhecer o tom sonolento de Dylan — Cacete, ele acordou!
Ouço o som de passos e dois rostos pairam sobre mim alguns segundos depois. Reconheço os cabelos longos e loiros de Dylan e as tranças vermelhas de Sky.
— Você está bem? — Dylan pergunta.
Skyller o encara.
— Temos que chamar um médico.
Pisco. Médico? Por que chamariam um médico?
Esfrego minha palma contra o rosto, tentando tirar a névoa que encobre minha visão. Quando abro os olhos novamente, ainda estou zonzo, mas consigo ver o tom branco e verde das paredes. Há uma janela no lado esquerdo do quarto e à frente da cama em que estou, há poltronas, uma televisão e uma mesa carregada de itens de café. Reconheço onde estou, é a merda de um hospital.
E então tudo vem a minha mente, o jeito como abusei dos comprimidos, a sensação de estar perdendo o ar, minhas pernas perdendo as forças antes que eu conseguisse chegar ao meu celular para pedir ajuda.
Uma overdose, constato. Engulo em seco, sentindo o medo arranhar minha pele. Eu sempre soube que em algum momento os comprimidos me matariam, eu sempre soube que a overdose era o único destino que eu teria. Mas acho que não estava tão preparado para a morte quanto eu pensava porque agora, que me dou conta de que quase morri, sinto uma sensação horrível em meu peito.
Liza. Minha mente me leva diretamente para a mulher que eu amo. Cacete, ela deve estar tão assustada agora.
Não era desse jeito que eu queria que ela descobrisse sobre meu vício. Eu gostaria de ter tido coragem o suficiente para olhá-la nos olhos e dizer a verdade, mas quando o assunto é Liza, eu me torno um covarde. Porque a simples possibilidade de perdê-la me apavora, e sou egoísta o suficiente para fazer qualquer coisa para mantê-la ao meu lado, isso inclui omitir algo que provavelmente a assustaria.