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Mas você me encontrou quando eu estava quebrado
Me colocou de volta, me deu vida
Como uma flor no concreto
Tão lindo e raro
Você me deu esperança quando eu estava vazio
Me acompanhou através do fogo, você estava lá
(...)
Você é o Sol para a Lua
Você é meu oceano pintado de azul
Você, eu sou nada sem você
Você é a luz no escuro
Você é a flecha no meu coração
Você, eu sou nada sem você
You — Lany

)Você é o Sol para a LuaVocê é meu oceano pintado de azulVocê, eu sou nada sem vocêVocê é a luz no escuroVocê é a flecha no meu coraçãoVocê, eu sou nada sem você You — Lany

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Minha cabeça dói, a simples tentativa de abrir os olhos me faz ter vontade de gritar. Minhas pálpebras se abrem com dificuldade e minhas íris ardem intensivamente no momento em que a luminosidade entra em contato com elas. Tudo parece branco demais.

Onde estou?

Engulo em seco, sentindo minha garganta dolorida. É como se tivessem cortado  minha carne, a dor misturada a sensação de sede não é nada boa.

Tento me levantar mas meu corpo parece não querer se mover, sinto como se eu pesasse toneladas, a sensação é de estar bem no meio de uma paralisia do sono. Caio de volta em algo macio.

— Água — murmuro, para mim mesmo. Tentando fazer com que meu cérebro acorde e entenda o que eu preciso.

— O quê? — ouço uma voz ao longe dizer, e não é difícil reconhecer o tom sonolento de Dylan — Cacete, ele acordou!

Ouço o som de passos e dois rostos pairam sobre mim alguns segundos depois. Reconheço os cabelos longos e loiros de Dylan e as tranças vermelhas de Sky.

— Você está bem? — Dylan pergunta.

Skyller o encara.

— Temos que chamar um médico.

Pisco. Médico? Por que chamariam um médico?

Esfrego minha palma contra o rosto, tentando tirar a névoa que encobre minha visão. Quando abro os olhos novamente, ainda estou zonzo, mas consigo ver o tom branco e verde das paredes. Há uma janela no lado esquerdo do quarto e à frente da cama em que estou, há poltronas, uma televisão e uma mesa carregada de itens de café. Reconheço onde estou, é a merda de um hospital.

E então tudo vem a minha mente, o jeito como abusei dos comprimidos, a sensação de estar perdendo o ar, minhas pernas perdendo as forças antes que eu conseguisse chegar ao meu celular para pedir ajuda.

Uma overdose, constato. Engulo em seco, sentindo o medo arranhar minha pele. Eu sempre soube que em algum momento os comprimidos me matariam, eu sempre soube que a overdose era o único destino que eu teria.  Mas acho que não estava tão preparado para a morte quanto eu pensava porque agora, que me dou conta de que quase morri, sinto uma sensação horrível em meu peito.

Liza. Minha mente me leva diretamente para a mulher que eu amo. Cacete, ela deve estar tão assustada agora.

Não era desse jeito que eu queria que ela descobrisse sobre meu vício. Eu gostaria de ter tido coragem o suficiente para olhá-la nos olhos e dizer a verdade, mas quando o assunto é Liza, eu me torno um covarde. Porque a simples possibilidade de perdê-la me apavora, e sou egoísta o suficiente para fazer qualquer coisa para mantê-la ao meu lado, isso inclui omitir algo que provavelmente a assustaria.

DAMON | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora