Primeiro encontro

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Pov Levi Ackerman

   Ao finalmente entender o motivo de sua pressa saí de casa e tranquei a porta, corri o mais rápido possível ao endereço citado na reportagem.

   Quando finalmente cheguei ao local o vi encostado em seu Impala olhando a fumaça preta que saía de dentro de uma janela do quinto andar daquele prédio. Sem dizer nada apenas me aproximei e segurei sua mão tentando confortá-lo.

   Após o fogo ter cessado e o caos ter por fim terminado eu o acompanhei até o apartamento, para ver se havia algo que pudesse ser recuperado.

   Quando entramos praticamente tudo foi consumido pelo fogo, tudo por um simples fogão ligado... O único cômodo que não fora tão prejudicado foi seu quarto.

   Onde você vai dormir hoje? — perguntei quebrando o silêncio.

   — Em um hotel...

   — E depois? Para onde vai?

   — Não sei...

   Droga, me sinto de certa forma culpado pelo o que aconteceu, afinal fui eu que chamei ele para minha casa para montar uma cama estúpida! Eu sou tão idiota...

   — Você... Pode dormir na minha casa, só até terminar a reforma...

   — Não vou incomodar? — hesitou.

   — Não, claro que não, eu também me sinto culpado pelo o que aconteceu então...

   — Você não teve culpa, eu que fui descuidado!

   — Ok... Então, vamos logo antes que eu mude de idéia!

   Ouvi ele dar uma leve risada e se aproximou de mim me dando um beijo na testa, senti todo meu rosto queimar e meu coração bater como louco em meu peito, apenas me virei saindo na frente dele tentando inutilmente acalmar meu coração.

***

   Fazem três dias que Erwin se mudou pra cá, nossa convivência é ótima, talvez porque não nos vemos com tanta frequência durante o dia, apenas a noite, no começo da manhã e durante o almoço, a noite quando chego ele vai trabalhar e na manhã ele já está em casa preparando o café, depois vai dormir enquanto eu me arrumo para trabalhar.

   Hoje é sábado e nenhum de nós trabalha, mesmo sendo sábado estou acordado às 5:00 da manhã esperando Erwin chegar enquanto tomo chá e acaricio o pelo escuro do Gato, que dorme confortável em meu colo, maldita insônia.

   Para dizer a verdade eu não sei exatamente porquê estou esperando por ele, é estranho já que nunca esperei ninguém antes...

   — Parece até que somos casados... — ri pensando alto, mas logo me repreendi por isso, que coisa ridícula!

   — Acho que estou ficando louco Gato — ouvi ele ronronar.

   Ouvi a porta sendo aberta e o Gato logo se levantou de meu colo correndo em direção a mesma, miando para Erwin pedindo seu carinho e atenção, gato ingrato.

   — Bom dia Gato! — falou se abaixando para lhe dar carinho, revirei os olhos.

   — Bom dia Levi! — se aproximou me dando um beijo na testa, corei.

   — Bom dia. — gaguejei, desviando o olhar.

   Esse velho... Me beijando na testa como... Como se... Ah! Apenas esqueça Levi! Isso não é nada demais, estou agindo como um adolescente idiota e apaixonado.

   — Já tomou café? — perguntou, me olhando.

   — Estava te esperando para tomarmos juntos.

   — Oh, obrigado — sorriu sem graça.

   Ele sentou-se á mesa e comemos em silêncio, quando me retirei da mesa para terminar o livro que estou lendo ele segura minha mão me fazendo parar no lugar, corei.

   — E-eu queria... V-você gostaria... Você quer sair comigo hoje?! — disse se enrolando pelo nervosismo.

   Fiquei um tempo encarando sua mão segurando a minha e processando tudo, ele percebeu e me soltou ficando mais nervoso ainda, e confesso que fiquei um pouco decepcionado por ele ter retirado sua mão.

   — Claro! — respondi tentando não parecer tão nervoso, ou transparecer meu surto interno.

***

  Quando ele me convidou não disse onde me levaria e agora estamos em seu belíssimo Impala em uma estrada vazia, estou me sentindo totalmente nervoso, o que se faz em um encontro? Isso sequer é um encontro?!

   Depois de um tempo ele finalmente parou e estacionou o carro em um lugar com uma belíssima vista do pôr do sol, clichê.

   — Esse lugar é bem deserto, pretende me matar e esconder meu corpo aqui? — brinquei para amenizar um pouco o clima, ouvi ele rir baixo.

   — Talvez, eu poderia até ficar com o Gato para mim — revirei os olhos e ri baixo.

   — Isso é bem clichê não acha? Não que eu esteja reclamando.

   — Eu gosto de clichês.

   Ficamos um tempo apreciando a vista e percebi ele aproximar sua mão lentamente da minha, mesmo envergonhado entrelacei nossos dedos e virei o rosto para o outro lado, me sinto um adolescente bobo e apaixonado.

   — Levi, eu... — fez uma pausa, fechou os olhos e respirou fundo.

   — Eu... Eu quero... Não, eu... — se enrolou nas palavras mais uma vez, isso já está tirando minha paciência.

   — Fala porra!

   — Eu gosto de você! - disse de uma vez.

   Ok, agora eu realmente entrei em colapso. O que eu faço? Eu gosto dele? Eu poderia sair daqui correndo e me enterrar em um canto qualquer?

   — Olha, não precisa responder agora ok? Não se sinta pressionado ou algo do tipo, apenas... Saiba que eu gosto de você.

   — E-eu não sei... — respirei fundo antes de continuar.

   Vamos Levi! Você não é uma criança! Aja como um adulto e o responda corretamente!

   — Eu não sei exatamente o que sinto por você, então eu gostaria que você me desse um tempo...

   — Tudo bem, o fato de você estar ciente do que eu sinto e eu poder estar ao seu lado é suficiente para mim — sorriu.

   Me aproximei dele acariciando seu rosto e o beijando lentamente aproveitando o gosto doce de seus lábios macios e admirando o tom de azul dos seus olhos, que me deixam fascinado...
    

♡︎Continua♡︎
 

𝑆𝑜́ 𝑢𝑚𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora