Passado

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Pov Levi Ackerman

   — Eu suponho que ela tenha te contado que nos conhecemos a anos, certo? — perguntou.

   — Sim. — assenti me aproximando, curioso.

   — Ela não deve ter contado os detalhes, mas nós nos conhecemos desde os 5 anos de idade.

   Arregalei os olhos surpreso, como o Erwin era aos 5 anos? Não gosto de admitir mas agora estou com um pouco de inveja de Rosemary, eu gostaria de ter conhecido meu namorado aos 5 anos de idade...

   — Enfim, o nosso casamento foi arranjado, é meio clichê mas eu vou explicar melhor. Nossos pais sempre foram muito amigos, e acharam que seria uma boa idéia juntar as famílias mas, como pode ver, não deu muito certo.

   Era só o que faltava, que merda é essa de casamento arranjado?! A cada dia que passa eu me convenço mais de que estou em um romance clichê de merda.

   — Vocês não se gostavam e se casaram porque um bando de velhos, com todo respeito, decidiu isso?

   — Não é bem assim, eu amava Rosemary, de verdade. — suspirou antes de continuar. — Ela foi a única a me apoiar quando descobri minha bissexualidade, antes de esposa ela é e sempre foi minha amiga.

   — Entendi...

   — Quando nos casamos tínhamos 29 anos, na época estávamos de acordo e felizes com isso. Passamos 8 anos juntos, tudo parecia bem mas eu percebi que não a amava de verdade, pelo menos não tanto quanto eu pensava, e com ela acontecia o mesmo...

   — E vocês se separaram por isso?

   — Por isso e por outras coisas também. — suspirou novamente, fazendo uma pausa. — Como você sabe, ela é modelo então ela quase não parava em casa, na época ela estava no auge da carreira então quase não tinha tempo para nada que não envolvesse trabalho. Então claro que nós ficaríamos cada vez mais distantes.

   — E então?

   — Além da distância entre nós eu descobri que Rosemary me traía. — arregalei os olhos, surpreso.

   — Espera, mas como assi-

  — Deixe eu terminar. — me interrompeu. — Quando ela me contou isso eu não senti nada, não fiquei com raiva ou de coração partido e foi ali que percebi que não a amava de verdade. Quando ela me confessou sua infidelidade ela me disse que estava me traindo com o fotógrafo que trabalhava com ela, estava apaixonada por ele mas ele era um canalha nojento, mas quando ela descobriu isso era tarde demais...

   Ele parou um pouco, como se estivesse relembrando tudo que passou e eu pude ver raiva em seu olhar.

   — Ela estava grávida. — continuou. — Primeiro ela contou para aquele filho da puta, mas logo depois ele fugiu. Rosemary estava acabada, não parava de chorar pela dor de um coração partido e pela culpa por ter me traído.

    — E onde está o filho dela? — perguntei e seu olhar mudou de raiva para tristeza.

   — Ela teve um aborto espontâneo, depois do 3° mês de gestação... Nós tínhamos decidido cuidar da criança, mesmo não nos amando queríamos cuidar dela como se fosse fruto do nosso amor, que na verdade nunca sequer existiu, mas mesmo assim...

𝑆𝑜́ 𝑢𝑚𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora