Vícios e culpas

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Pov Levi Ackerman

   Três dias depois do ocorrido com o Sr. Smith Erwin tem voltado a fumar, um vício que ele havia largado a tempos mas veio a tona depois deste reencontro nada agradável. Ele fuma no mínimo 5 cigarros por dia ultimamente, eu tentei esconder ou jogar fora, mas isso apenas piorava a situação, já que ele sempre saía para comprar mais e mais cigarros.

   Erwin, preciso falar com você. — chemei sua atenção.

   Ele estava fumando perto da janela, o olhar vazio, o tempo estava nublado e eu apenas o observava enquanto o Gato dormia eu meu colo. Ele apagou o cigarro quando me ouviu chamar, veio em minha direção se sentando ao meu lado.

   — Sim, pacotinho de chá?

   — Erwin você precisa parar de usar essas coisas, só está te fazendo mal. — segurei suas mãos, fitando suas orbes azuis.

   — Eu sei, mas me ajuda, me ajuda a criar coragem para encarar meu pai...

   — Você não precisa ir sozinho, você sabe.

   — Não, eu preciso sim. — franziu as sobrancelhas soltando suas mãos das minhas.

   — Por que? — insisti.

   — Eu preciso! Não insista! — gritou, me assustando.

   Senti uma sensação ruim na garganta, os olhos lacrimejando embaçando levemente minha visão, o aperto em meu coração foi o pior de tudo. Ele não confia em mim? Ele apenas se levantou do sofá e voltou ao lugar de antes, acendendo outro cigarro.

   A noite deitamos com uma certa distância, as costas viradas para o outro. Não consegui dormir, pensando na "discussão" que tivemos mais cedo, me levantei da cama silenciosamente e preparei um chá, me sentei no sofá e mesmo no escuro consegui achar o Gato e Elvis para me fazerem companhia.

   Eu não entendo porquê Erwin agiu daquele jeito, ele nunca levantou a voz para mim, nem para ninguém. Ele sempre fora tão gentil, desde o começo do nosso relacionamento até agora, eu simplesmente não entendo...

***

   Acordei ao sentir um leve cheiro de café e chá misturados, como todas as manhãs, a diferença é que agora eu acordei no sofá e Erwin não está com o seu bom humor matinal de sempre.

   — Por que dormiu no sofá? — perguntou, estava de costas para mim.

   — Bom dia. — me levantei indo escovar os dentes.

   Ao sair do banheiro vi que Erwin arrumava uma pequena mochila em cima da nossa cama, estava colocando algumas peças de roupa e um pouco de dinheiro.

   — Pra que isso? — perguntei, me aproximando.

   — Vou ficar fora por um ou dois dias. — disse de forma fria.

   — Eu vou com você.

   — Não, não vai. — saiu, fui atrás dele até o Impala que estava do lado de fora.

   — Erwin me diz pra onde você vai! — me ignorou.

   — Erwin! — agarrei seu pulso enquanto ele abria a porta do carro.

𝑆𝑜́ 𝑢𝑚𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora