Cinco anos depois

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Pov Levi Ackerman

   Acordei ao sentir os raios solares tocarem meu rosto, esfreguei os olhos tentando me acostumar com a súbita claridade, olhei para o lado e vi Erwin sentado na cama encostado a cabeceira segurando um livro nas mãos, com seu óculos de leitura. Apoiei meu rosto em minha mão para admirá-lo, essa é a visão que tenho todas as manhãs, definitivamente não preciso de mais nada. Suspirei, o que acabou chamando sua atenção.

   — Bom dia, meu pacotinho de chá. — sorriu.

   — Bom dia querido. — sorri de volta. — Por que está acordado tão cedo? É feriado.

   — Eu tive um sonho estranho hoje, mas foi bonito. — retirou o óculos fechando o livro. — Me lembrou o livro O morro dos ventos uivantes, então decidi ler novamente.

   — Como foi seu sonho? — perguntei curioso.

   — Não me lembro direito, apenas que vivíamos no século XIX, eu era floricultor e você um pintor.

   — Parece romântico. Eu um pintor, hein? Bom, eu gosto de artistas como Picasso e Van Gogh...

   — Bom gosto amor. Mas enfim, foi apenas um sonho. Ainda vamos visitar seus tios hoje? — perguntou mudando de assunto.

   — Claro.

   Me levantei indo fazer minha higiene matinal, enquanto isso já senti o cheiro de chá e café misturados, ao sair do banheiro vi o Gato e Elvis dormindo juntos e serenos em meio aos lençóis da cama, eles não perdem uma oportunidade de se apossar da cama. Ao chegar a cozinha me deparei com Erwin, totalmente nu, de costas para mim preparando café, meu chá já estava sobre a mesa.

   — Você precisa parar com essa mania de andar pelado pela casa. — disse tomando um gole de chá e observando seu corpo.

   — Pelo seu olhar você não desaprova essa mania. — falou em tom de brincadeira, rindo.

   — Realmente.

   Ele se aproximou de mim lentamente, tentei não desviar meus olhos de seu rosto, e me deu um selinho. Logo ele sumiu pelo corredor que dava para o quarto indo vestir algo. Já fazem cinco anos que namoramos e seus hábitos nunca mudam, comecei a ouvir jazz ecoando pela casa inteira, logo Erwin voltou enquanto cantarolava feliz usando um roupão.

   Nós decidimos nos mudar para uma casa maior a três anos, não faz muito tempo acabamos de pagá-la e mesmo que seja um pouco longe da minha loja consegui me adaptar bem a vida aqui com Erwin. Quanto a nossas antigas moradias, nós alugamos ambas como uma renda extra; e agora moramos mais perto de meus tios, são apenas alguns minutos de carro embora estejamos longe de Hange e Moblit.

   Quanto a esses dois, eles se casaram a 3 anos atrás assim que descobriram a gravidez de Hange. Hoje em dia meu sobrinho tem 2 anos de idade, quando ele nasceu foi nomeado como Ariel "Não sei se é menina, menino, menine, sereia ou sabão em pó" palavras da própria Hange. Quando Ariel nasceu Moblit desmaiou e Erwin ficou fascinado pelo pequeno, era de se esperar visto que ele adora crianças e tem o sonho de ser papai. Me lembro como ontem o dia em que Hange bateu em minha porta com um teste de gravidez nas mãos.

Três anos atrás

   Estava sentado no sofá ouvindo "Everybody loves somebody - Dean Martin", a convivência fez com que eu pegasse os mesmos gostos de Erwin, enquanto o Gato e Elvis brincavam distraídos ao meu lado. De repente ouvi a campainha tocar, me levantei rapidamente na esperança de que fosse Erwin do outro lado, mas era Hange.

   — O que houve...? — perguntei cauteloso visto que seu rosto mantinha uma expressão preocupada.

   — Eu acho que estou grávida. — disse de uma vez, sem rodeios.

   A observei boquiaberto passar pela porta e se sentar no sofá com as mãos juntas no rosto, o olhar vazio. Tranquei a porta e me sentei ao seu lado erguendo o Gato em meu colo começando a acariciá-lo, Elvis logo veio atrás se juntando, o que me acalmou um pouco.

   — Tem certeza? Já fez o teste? — perguntei.

   — Não tive coragem...

   — Por isso veio aqui?

   — Sim. Eu não sei o que fazer... — sua voz estava embargada.

   — Hange, olha pra mim. — me aproximei segurando sua mão e a abraçando. — O corpo é seu, você decide se vai continuar essa gravidez caso ela exista, não se sinta pressionanda a ter um filho quando você não está preparada para criar um.

   — Tudo bem, obrigada. — suspirou, se levantando. — Eu vou fazer esse teste.

   Esperei ansioso Hange sair do banheiro, depois de 5 minutos, que pareceram horas, ela apareceu com o teste marcando positivo. O Gato se deitou no colo dela assim que a mesma se sentou no sofá, começando uma "massagem" na sua barriga.

   — Vai falar com Moblit? — perguntei cortando o silêncio, ela começou a acariciar o Gato antes de responder.

   — Vou, eu ainda tenho tempo para pensar se vou continuar esta gravidez ou não, e quando decidir vou contá-lo a minha decisão.

   — Lembre-se, o corpo é seu e cabe apenas a você decidir o que vai fazer. — a olhei sério.

   — Eu vou me lembrar de suas palavras, obrigada Levi. — me abraçou sorrindo.

Atualmente

   — Está pensando no que, meu pacotinho de chá? — fui tirado de meus devaneios por Erwin.

   — Nada demais, apenas estava me lembrando quando Ariel nasceu e quando Hange me contou da gravidez. — sorri.

   — Vamos ir ver Ariel esse final de semana?! — pediu animado, como uma criança.

   — Vamos, mas hoje é dia de visitarmos nossos tios. — lhe dei um selinho, vendo-o assentir com a cabeça.

   Erwin adora Ariel, quando os dois se juntam ele esquece completamente que tem 47 anos e se porta como se tivesse 7, é fofo. Como hoje é feriado decidimos ir visitar tio Kenny e tio Uri, aproveitando que agora moramos perto uns dos outros, Erwin é claro ama ir visitá-los, agora ele é parte da família.

   Depois de nos arrumarmos e alimentar os gatos fomos rumo a casa dos tios, no Impala é claro. Erwin cantava animado ao volante, ansioso para ter altas conversas com Kenny sobre carros velhos e música, e para dividir receitas com tio Uri. Mas infelizmente quando chegamos, não havia ninguém em casa, apenas um bilhete pendurado na porta que dizia:

"Pequeno homem e ervilha, sentimos muito por não ter avisado antes mas hoje decidimos aproveitar o feriado sozinhos na praia, espero que entendam. Eu gostaria de avisar por telefone mas não sei mexer nessas tecnologias de vocês mais jovens. ( ╹▽╹ )"

   — Que pena... — disse um pouco entristecido.

   — Por que não seguimos o exemplo deles e passamos o dia só eu e você, o que acha amor? — perguntei tentando animá-lo.

   — Lógico que eu quero pacotinho de chá! — me abraçou feliz.

♡︎Continua♡︎

N/a: Demorei mas voltei! \(ϋ)/

𝑆𝑜́ 𝑢𝑚𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora