Anjo ou Demônio

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oi gente, desculpem por esse sumidinha, mas estamos de volta com tudo
BOA LEITURA

Rafaella parecia um anjo, mas nessa altura do campeonato para mim era como um demônio que tirava minha racionalidade. Eu não estava pronta para encarar seus olhos esverdeados assim de perto tão cedo, mas não tinha escolha. Ela vestia um short jeans e uma blusa de alça vermelha, que deixava seus seios realçados. Quanto mais eu tentava entender toda essa atração que ela me fazia sentir, mas encontrava um total vazio como resposta, o que me deixava profundamente irritada.

Quando ela sentou percebi que me olhou de cima a baixo, o que me causou um arrepio na espinha. Meu corpo aqueceu como quando pensei nela durante a madrugada. Isso era muito perigoso porque agora ela estava ali na minha frente, ao alcance das minhas mãos... "Vamos Bianca, como Romeu lhe ensinou: Razão primeiro, emoção depois!". Apesar do desejo que senti, me concentrei em manter meus olhos frios, indecifráveis, como só eu e meu falecido pai sabíamos fazer.

- Bianca , precisamos conversar sobre ontem e...

- Rafaella, está tudo bem. Nada vai mudar entre nós. Quero que você organize meu casamento e continuamos como estávamos. Não se preocupe com isso... Minha voz era calma e singela, mas por dentro eu estava em ebulição.
Rafaella arqueou a sobrancelha espantada. Na certa, não estava entendendo nada. Ontem eu havia tido uma recaída e estava confusa e inquieta e hoje lá estava eu no modo "Bianca Ice" outra vez.

- Como tudo está? Ontem a gente quase se beijou Bianca! Eu sei que foi antiético e impulsivo da minha parte, mas você me disse que também queria e...

- Eu sei, eu disse, mas acho que nós duas nos deixamos levar por uma atração ou coisa assim. Nós sabemos que não pode ir além... Não sabemos?
Rafaella olhou dentro dos meus olhos tentando me decifrar. Seu cenho fechou e percebi a frustação no seu lindo rosto, por não ter conseguido. Deus, como ela era linda assim. Continuei olhando-a e dei um leve sorriso diante daquela expressão tão fofa, que me dava vontade de agarrá-la.

- Sim, claro - Limitou-se a dizer, respirou fundo e continuou – Mesmo assim prefiro não organizar mais seu casamento.

Amanhã mesmo vou enviar a você minha melhor organizadora, Katia. Ela já fez casamentos badaladíssimos e...
Não consegui terminar de ouvir o que ela dizia. Eu sabia que era o certo me afastar dela, mas não era o forte o bastante para isso. Meu pai certamente está me desaprovando agora, mas que se dane! Coloquei meu dedo indicador na boca de Rafaella e senti que era macia como eu achava que fosse. Então deixei meu olhar transparecer para ela o que eu sentia. Suas bochechas coraram imediatamente quando ela percebeu que estava me decifrando. Eu havia aprendido esse jogo com meu pai, extremamente útil para os negócios e muito mais útil no amor.

- Nem pense nisso... Se não for você, então nada feito.
Rafaella levantou irritada. Ela tinha atitude e eu adorava pessoas de atitude. Afinal, o
que eu ainda não adorava nela?

- Isso não é um jogo Bianca! Eu estou atraída por você, não posso mais organizar seu casamento! Entendeu isso ou será que preciso desenhar?
A mulher estava na minha frente com os olhos ardentes em brasa. Eu vi na hora que era um misto de desejo pelo meu toque em sua boca, com raiva pela minha frieza diante da situação. Tentei me manter séria, mas um sorriso se formou na minha boca, um daqueles de canto, que deixam a pessoa ainda mais irritada.

- Está rindo de que posso saber? Rafaella falou visivelmente alterada.

- Você fica ainda mais linda assim
irritadinha...
Rafaella arregalou os olhos, ela não esperava essa minha resposta e muito menos o tom que sedutor que eu usei. Seu rosto corou. Aproximei-me dela, ficando tão perto que pude sentir seu hálito quente. Percebi o quanto isso era perigoso para mim. Nesta distância eu perdia o controle do meu corpo. Minha pela aqueceu, as pernas bambearam e o coração acelerou descompassado. Só mais um passo e meu corpo venceria. Não haveria como resistir. Mas eu deveria?

- Não quero outra pessoa organizando meu casamento...

- Bianca eu já me decidi! Se você quiser reincidir o contrato eu vou entender. Caso não, a Katia vai ser supervisionada por mim, de perto. E sempre que você tiver dúvidas ou precisar de algo estarei à disposição. Vou te dar um tempo pra pensar sobre o assunto e quando se decidir me comunique. Bem, vou indo...
Rafaella virou em direção à porta e senti um leve desespero. Ela era decidida demais. Sabia que se não fizesse algo ela realmente iria embora. Mas se eu fizesse teria volta? Em minha mente meu pai sussurrava para que eu fosse forte como ele ensinou e tentei ouvi-lo o máximo que pude. Rafaella abriu a porta. Meu coração estava acelerado. "Que se dane Sr. Romeu! Eu sei me virar sozinha! Não sou mais uma garotinha"

- Rafaella, espera!
Ela virou e andei na direção dela. Meus olhos estavam novamente transparentes. Ela viu meu desejo como num flash e engoliu em seco.

- Bianca , eu já disse que...
Bati a porta com força e imprensei seu lindo corpo contra a madeira branca. Minhas duas mãos estavam espalmadas na porta, ao lado do seu rosto. Meu quadril pressionou o dela, para que não fugisse.

- E eu já disse que sem você, nada feito!

- Acha que pode me obrigar? Ela disse ofegante fitando minha boca.

- Não, mas posso te convencer....
Eu havia resolvido mudar de estratégia, em qualquer outra situação eu deixaria que minha 'presa' partisse ao menor sinal de que eu pudesse perder meu autocontrole. Mas Rafaella tinha uma magia diferente de tudo que eu já tinha visto. Ela era como um desafio. Se eu fosse um super heroí ela seria uma espécie de criptonita. E eu seria capaz de resistir a ela? Apesar de não ter essa resposta, tive confiança de que sim. Eu era capaz de viver isso e no fim, se não desse certo, ir embora sem lástimas ou remorsos. Eu era forte o bastante para isso.

- Não, não pode! Eu não volto atrás das minhas decisões Srt Andrade.

- Então temos um problemão porque eu também não volto atrás das minhas.

- E como vamos resolver? Perguntei na última tentativa de resistência.

- Que tal assim?

Bianca colou todo seu corpo no meu e senti uma ebulição percorrer-me por inteiro. Não tinha certeza se tudo isso era um jogo para ela, ou se eu realmente tinha o poder de desestabilizar sua estrutura emocional. Eu tentava decifrar quem era ela, e o porquê que era assim. Qual era o seu enigma afinal?
Mas quando ela colou sua boca na minha, e eu senti seu gosto doce, tudo mais pareceu apenas... irrelevante.

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora