O Plano - Parte 1

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Hey Rabias, mais um capítulo pra vocês
Boa Leitura

POV NARRADOR

O barulho dos saltos pretos era a única coisa que se podia ouvir no corredor silencioso da empresa dos Velasques. A elegante mulher vestida em um terno cinza risca de giz, cabelos longos negros e leve maquiagem, caminhava segura de si. Estar ali era de longe a última coisa que ela queria. O lugar fazia seu estômago literalmente embrulhar. Não por ser feio ou mau cheiroso, mas pelo tipo de pessoas mesquinhas que o comandavam.
O rol claro e muito abstrato onde entrou, em nada remetia a pessoa que ela veria a poucos minutos. De certo, se a sala de espera fosse como a dona da empresa, ninguém se sentiria bem ali. Afinal, Sônia Velasquez era a criatura mais horrenda e brega que seus olhos já tinham visto.
- A Senhora Velasquez está a sua espera Senhorita Andrade.

A elegante, jovem e nada feliz secretaria avisou com pouco ânimo. Bianca precisou apenas de alguns momentos para entender o quanto a mulher detestava trabalhar ali. Se ela tivesse um troféu em suas mãos ou o poder para canonizar alguém a secretária de sua ex-sogra certamente seria a pessoa perfeita. Um ser humano que aguente a bruxa todos os dias da semana merece no mínimo ser canonizado.

Bianca puxou o blazer mais para baixo e respirou fundo. Não seria nada fácil encarar a mulher controlando a vontade que teria de estrangular seu pescoço pela tentativa de separá-la de Isabel. No entanto, se havia uma coisa que Bianca Andrade sabia fazer era disfarçar suas emoções por detrás de um par de olhos marrons semelhantes a pedras de gelos. E, obviamente, usaria isso ao seu favor. Sônia não poderia sequer imaginar que Bianca sabia de sua aliança com Gizelly, ou tudo estaria perdido.

"Ok, Bianca , você já sabe o que precisa fazer" A voz soou em seu ouvido no mesmo instante em que a morena adentrava a sala da megera.
Sônia estava sentava em sua cadeira, altiva e cheia de si. Os olhos de Bianca piscaram repetidas vezes assim que a avistou, tentando desesperadamente acostumar-se com o reflexo forte das extravagantes cores das vestimentas da mulher – como sempre nada harmoniosas - que agrediam seus olhos. O terno amarelo ouro estava abotoado, por baixo uma camisa roxa de tom forte. A calça de pele de zebra e um sapato laranja horrendo completavam o visual. A cara, esticada como sempre, parecia não ser mais capaz de expressar qualquer tipo de emoção. O cabelo curto e louro, sustentado ao redor de seu rosto com no mínimo dois vidros de laque não deixavam dúvidas que ela estava diante da megera.
Os lábios grossos e cheios de botox de Sônia formaram um sorriso presunçoso, assim que Bianca parou em frente a sua mesa, o olhar gélido fixo na expressão esticada dela. Sônia pensou que só havia um motivo para a petulante da ex-nora estar na sua frente: ela tinha se rendido a chantagem.

- A que devo a honra querida nora? Apontou a cadeira para Bianca se sentar enquanto fazia o mesmo.

- Primeiro de tudo, não sou sua nora. E segundo, não precisamos fingir cordialidade alguma aqui. Não estou com paciência para isso.

- Hora, hora. Sempre hostil não é Bianca? Parece que esqueceu que não está numa condição favorável aqui. A mulher sorriu e Bia manteve a expressão firme, sem esboçar qualquer reação.

- As condições eu mesma faço Sônia.

- Será mesmo? Você está aqui não está?

- E o que te faz presumir que isso será favorável apenas para você?

- Ora, querida nora, você bem sabe que não tem muita alternativa não é mesmo? Está em minhas mãos o poder da informação.

Bianca riu por dentro. A mulher esbanjava autoconfiança, mas não tinha a menor ideia de que o jogo já estava sendo virado há muito tempo. Quanto maior a altura, maior a queda. E assim seria com Sônia e seu enorme ego.

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora