O Plano - Parte 2

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Estão preparadas??
Boa leitura :)

POV NARRADOR
Em uma boate badalada da Lapa, Gizelly adentrou nervosa. A escuta minúscula e transparente em seu ouvido direito, a micro câmera colada em um dos botões brancos de sua camisa social. O ambiente barulhento tinha duas faces. Uma oculta aos charlatões do crime e outra comum aos usuários padrões. A divisão, pouco conhecida, era adentrada através de um corredor atrás do palco principal, onde um homem negro e robusto de quase dois metros de altura, vestido com um terno preto e uma arma na cintura vigiava a enorme porta de ferro maciço. As pernas de Gizelly tremiam mais do que ela gostaria. O pensamento de que ela estaria presa em uma fortaleza e provavelmente seria facilmente morta se algo desse errado a atormentava. Era um risco alto, mas o filho Miguel valia qualquer esforço.
Seria mais fácil apenas aceitar o dinheiro de Sônia e do desconhecido chefe, mas sua consciência a impedia de pegar o caminho fácil. Ela tinha uma dívida impagável com Rafaella e um sentimento de culpa que a corroía por anos. Ela precisava fazer as coisas certas dessa vez. Amenizar um pouco da dor que ela causou com seus atos impensados. Ela queria que no futuro o filho tivesse orgulho dela e suas atitudes do passado não eram motivo de orgulho nem para ela mesma.
O rosto da criança ecoava em sua mente, conforme ela cortava as pessoas que dançavam loucamente na boate, bebendo e dançando música eletrônica como se não houvesse amanhã. O endereço do encontro só fora enviado ao seu celular pela manhã. A única regra era que ela estivesse sozinha. Ela esteve com a Agente Marcela, Bianca e Rafaella e todas as outras envolvidas para definir o que fariam. Havia o risco de que ela pudesse ser apagada esta noite. Sua existência valiosa apenas para o filho varrida do universo como poeira. Agente Marcela foi direta, dizendo que o histórico de Guilherme por assassinato e as falcatruas que Sônia estava envolvida eram motivos suficientes para que ela temesse esse encontro. No entanto, ela não recuou. Em um momento em particular com Bianca e Rafaella , fez Bianca prometer que se ela morresse seu acordo seria cumprido. Bianca e Rafaella estavam desconfortáveis. Gizelly sabia que elas estavam receosas e pensaram até em desistir de tudo. No entanto, com a polícia envolvida não era possível mais voltar atrás. Elas teriam que ir até o fim. Gizelly iria até o fim por seu filho.

"Gizelly, a partir de agora é com você. Nós precisamos ser seus olhos e seus ouvidos. Estaremos por perto. Boa Sorte"

A mulher ouviu o som da agente em seu ouvido e suspirou quando parou a poucos passos do assustador segurança. O homem alto e negro a encarou com olhos cortantes, analisando sua figura desconhecida como quem analisa um inseto. Ela o encarou altiva, não transparecendo o temor dentro de si. Pensou em seu menino mais uma vez antes de começar o plano.

- Quero entrar!

- Qual a senha? A voz grossa e forte do homem sobressaiu-se a qualquer barulho ao redor.

- Black weapon!

Ele a revistou, encarou uma última vez e abriu a porta de ferro rangido atrás dele. "Estamos dentro. Bom trabalho Gizelly"

*Flash back ON*

"Esteja no Clube Six, as 23h. Procure uma porta de ferro atrás do palco. Vá sozinha e não tente gracinhas. Senha: Black Weapons"

O celular de Gizelly apitou e ela o apresentou imediatamente a agente. Rafaella e Bianca estavam perto da policial e leram a mensagem em silêncio. As mulheres se encararam enquanto Marcela ordenou que a agente de operações Tainá vasculhasse tudo sobre o local. Elas descobriram que a boate servia de fachada para um mundo clandestino. Não se sabia ao certo o que haveria atrás da porta citada, mas elas sabiam que estariam na fortaleza do inimigo.

- O que vamos fazer agora? Bia perguntou aflita. Rafaella estava abraçada a cintura da namorada. Os olhos verdes dela fitavam Gizelly de vez em quando tentando decifrar o que a mulher estaria pensando.

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora