Ferida Aberta

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oii gente, vou explicar agora o passado da rafaela ok
BOA LEITURA


POV RAFAELLA– 3 ANOS ATRÁS

Era o dia mais feliz da minha vida. Havia saído cedo do escritório para pegar Gizelly em casa. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Finalmente a gente tentaria a primeira inseminação artificial depois de muita procura e nenhuma decisão.

Enquanto arrumava minhas coisas, pensei na minha esposa. Gizelly era meu grande amor. Eu amava tudo nela. Seus cabelos castanhos escuros enrolados e longos, seus olhos cor de mel, seu corpo cheio de curvas e seu jeito doce e meigo de ser. Nunca pensei que seria tão feliz e nem que um dia realmente me casaria. Meus pais amavam ela. Era engraçado porque eles sempre a defendiam ao invés de me defender em qualquer desacordo familiar. As reuniões do almoço eram sempre boas, e Gi era a queridinha da família. Não havia quem não amasse ela ou a quisesse por perto.

Hoje seria um dia que esperamos por longos 12 meses. Desde que meu irmão voltara da Europa concordando com nossa proposta. Ainda lembro quando ele chegou ao aeroporto e corri para os braços dele. Quanta saudade eu sentia depois de quatro anos sem vê-lo. Renato sempre foi muito mais que um irmão caçula para mim. Ele era meu melhor amigo, meu confidente. Era a pessoa mais importante do mundo para mim e ainda não conhecia minha esposa. Quando nos casamos, Gi e eu, ele estava trabalhando na Europa se voluntariando como médico. Era o sonho dele e não pode abrir mão disso para estar comigo, mas mandei inúmeras fotos e vídeos e ele ficou o mais presente que pode.

Quando ele voltou eu fiquei extremamente feliz. Sabia que seria apenas por um ano e meio, mas era o bastante para matar as saudades. Ele e Gizelly tiveram uma afinidade instantânea e pareciam se conhecer a anos. Às vezes terminavam as frases um do outro nos jantares e todos achavam super engraçado. Confesso que senti ciúmes no início, mas depois me acostumei. Era bom ter meu irmão e minha esposa em sintonia.

Eu andava para o carro em direção a minha casa lembrando os últimos doze meses como se houvesse um flash vivo na memória, passando por meus olhos. Depois de muitas tentativas para procurar um doador, eu e Gi nunca tivemos realmente certeza sobre algum. Achávamos muito estranho que alguém que nunca vimos pudesse formar o DNA do nosso filho. A gente queria conhecer a pessoa, saber quem ele era. Saber se era alguém realmente bom. E nesse impasse passamos longos anos adiando o projeto ou rejeitando doadores.
Um dia eu estava contado a ela histórias de infância minha e do Tato. Nós sempre fomos muito ligados um no outro e sempre estudamos no mesmo colégio. Eu era apenas três anos mais velha que meu irmão e muitas vezes ficamos até na mesma classe. Nos chamavam de dupla Kalimann. Gi ria de todas as aventuras que a gente teve. Estávamos sentadas no sofá, ela sentada no meu colo, os braços pelo meu pescoço e o som gostoso da gargalhada dela inundava meus ouvidos.

– Tá brincado que você fez ele beijar a bunda do treinador amor? Ela ria sem parar.

– Ah se fiz! Aposta é aposta!

– E o que o treinador fez? Ela me olhou curiosa ainda rindo.

– Ele pegou Tato pelas orelhas e foi dando tapas no pescoço dele até a direção – Ri – Ele pegou detenção e ainda foi chamado de beija bunda pelo colégio todo por um mês.

– Meu Deus, você é horrível! Ela ria.

– Não sou nada! Uma vez ele me fez mostrar os peitos para secretária do diretor, porque apostei que ele não ficava com uma menina que eu gostava e ele ficou.

– E você mostrou sua louca?

– Claro! Aposta é aposta ué!

– E aí?

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora