Caminhos Do Amor

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Hey Rabias,
Vocês estão prontas para o cap final?
Boa leitura :)

POV NARRADOR
Último capítulo....

A manhã do último dia do ano havia finalmente começado para Bianca. E fora tudo tão intenso em sua vida, tantas coisas haviam acontecido, que parecia inacreditável que coubessem tantos eventos e sentimentos em apenas doze meses. Ela estava com seu velho moletom cinza largo, uma regata branca e os cabelos presos em um rabo de cavalo, enquanto sentava-se no banco da cozinha e degustava do seu tão amado cappuccino. Algumas coisas, neste último ano, não haviam mudado. Cappuccino continuava sendo seu café favorito, mas vira e mexe ela o substituía por suco de laranja. Seu trabalho continuava sendo uma grande paixão, mas não mais sua única. Continuava amando ficar em casa aos fins de semana, no entanto, não sozinha. Agora uma sessão de maratonas na Netflix não era a mesma coisa sem uma loira com perfume doce agarrada ao seu corpo.
A vida havia se transformado de um jeito bom e os hábitos antigos, de uma forma inusitada ficaram mais prazerosos desde que o amor derrubou todos os muros em seu coração. O amor realmente transforma, pensou Bianca. Ainda assim, talvez por ser o último dia do ano e tendermos a naturalmente fazer reflexões, Bia conversava com seus próprios pensamentos, pensando que ainda haviam muitas coisas para acontecer na sua vida. Ela sentia que tudo que estava vivendo, apesar de intenso e incrivelmente assustador as vezes, era apenas o início do caminho. Ela não se preocupava em ter que percorrê-lo, mas tinha certeza que invariavelmente novos obstáculos surgiriam.

Sentiu um beijo carinhoso na testa e seus olhos automaticamente fecharam enquanto ainda tomava um gole de seu café. Repousou o copo sobre a bancada e abriu automaticamente os braços para acolher sua irmã caçula. Bianca tinha saudade do abraço de Ana. A menina esteve fora em uma viagem com amigos logo após o Natal e só havia chegado na madrugada anterior. Ana beijou a testa da irmã, sentindo instantaneamente a tensão no corpo da morena. Elas se reconheciam de uma forma estranha até. Ana aprendeu, mesmo que na inocência, a ler o corpo e os olhos da irmã. Ela era capaz de dizer tudo sobre o estado de espírito dela apenas por olhá-la ou abraça-la. Era a tal ligação única e admirável das irmãs Andrade. Não eram gêmeas por nascimento, mas possuíam uma sincronia de almas inegável.

– Ei... bom dia. Disse fazendo cafuné na mais velha. Bia apertou-a ainda mais contra si, suspirando e murmurando um bom dia abafado no torso de Ana. – Minha cunhadinha ainda está dormindo? Ana perguntou já imaginando o motivo da inquietude da irmã.

– Ela não dormiu aqui... nós meio que tivemos nossa primeira briga séria ontem. A voz melancólica de Bianca fez o coração da ruiva se apertar.

– Meu casal perfeito brigando?! Me lembre de não viajar mais por favor. Bia riu fraco, dando uma tapinha nas costas da caçula. – Quer conversar sobre?

Separaram o abraço e Ana sentou-se ao lado da irmã, depositando cappuccino no seu copo e pegando uma torrada com geleia e queijo minas.

– Ela estava muito tensa ontem. Disse que era apenas TPM, mas eu a conheço. Sei que não é apenas isso.... Desde que ela recebeu aquela carta tem uma tensão dentro dela que parece só crescer. Ela estava se irritando com tudo, até mesmo com a música que tocava no rádio. E depois de um tempo eu simplesmente tentei fazer ela assumir. Eu queria que ela assumisse que o problema era seu passado e não uma tensão menstrual, mas ela...

– Ela explodiu e foi embora. Ana concluiu e a mais velha assentiu tomando outro gole de café.

-Não consegui dormir à noite inteira. Foi horrível ver ela ir embora.... Estou me sentindo egoísta sabe? Ela nunca me pressionou para dizer sobre os meus traumas e eu deveria ter mais paciência. Deveria esperar ela estar pronta para falar sobre o que realmente sente com a carta do irmão. Argh! Eu sou uma péssima namorada!
Bianca exclamou batendo na bancada da cozinha com toda frustação que carregava. Sentia-se impotente por não conseguir arrancar o sofrimento de sua mulher e egoísta por tentar fazê-la falar antes que se sentisse bem o bastante. Resumindo, sentia-se péssima.

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora