Irresistível

861 65 3
                                    

POV Amy

Quando meus lábios tocaram os de Rafaella meu corpo ardeu em chamas. Seus lábios eram macios e doces, como eu imaginei que fossem. O beijo foi singelo, delicado de início. Foram segundos mágicos, até que finalmente descolei minha boca da dela. Seu rosto estava rosado, e seus olhos verdes olharam os meus receosos do que viria depois. Minhas mãos ainda prendiam a porta e meu quadril ainda segurava seu corpo contra o meu.

- Bianca, não... Não faz isso, eu... Eu não quero me machucar.

- Acha que quero fazer isso?

- Não quer, mas, é o que vai acabar fazendo cedo ou tarde.

As palavras de Rafaella me fizeram voltar a razão por um instante. Ela estava certa. Eu era complicada demais para não a machucar. Cedo ou tarde, ia acabar fazendo isso. Afastei meu quadril do dela, mas mantive as mãos na porta, com receio de que ela fosse embora. Tirei apenas a mão esquerda e apoiei-a no seu rosto.

- Por favor, não se afaste de mim. Disse com a voz quase que suplicante.

- Se eu não fizer isso, não acha que vamos nos machucar? Machucar outras pessoas?

- Vamos nos machucar se ficarmos longe também. Podíamos tentar achar um caminho, em que isso não fosse necessário.

- Não sei se esse caminho existe mais Bia. Acho que já perdemos ele.

- Por favor, Rafa. Não vou deixar você ir embora assim!

- Eu preciso pensar, colocar minha cabeça no lugar, e ainda por cima esse beijo... Eu... não posso ficar aqui tão perto de você sem...

- Sem o que?

Encarei Rafaella aproximando meu rosto do dela. Nossas respirações estavam ofegantes e involuntariamente meu quadril encostou no dela novamente.
Tirei a mão que estava na porta e segurei sua cintura. Ela fechou os olhos em resposta. Coloquei minhas pernas entre as dela e fechei os olhos para beijá-la, sem me preocupar com nada.

- Mana você está aí?

Era Ana! Droga! Rafaella tentou me empurrar e fugir mais eu pressionei seu corpo contra a porta.

- Sai comigo?

- O que? Está doida? Me solta logo antes que sua irmã nos veja!

- Solto, se sair comigo!

O som dos passos de Ana começaram a ressoar nos degraus da escada e era apenas questão de segundos para ela ver a cena. Eu estava absolutamente nervosa, mas minha mente não me obedecia. Meu corpo estava com vontade própria e ele queria uma resposta de Rafaella .

- Ok eu saio, agora me solta pelo amor de Deus!
Sorri e soltei Rafaella. Andamos rapidamente para o sofá e sentamos. Ana apareceu na sala e deu um enorme sorriso quando viu Isabel.

- Rafa, que surpresa!

- Bom dia Ana! Rafaella levantou-se e foi ao encontro de Ana, elas trocaram beijos no rosto em seguida.

- O que faz aqui tão cedo? Ana estava com sua roupa de ginástica. Ela tinha o hábito de correr pela manhã.

- Vim apenas acertar algumas coisas importantes com sua irmã, mas já estava de saída.

- Nem vai tomar café com a gente?

- Você pode ficar Rafaella. Disse tentando convencê-la.

- Não, obrigada eu realmente preciso ir. Um outro dia talvez? Ela sorriu para Ana, que retribuiu o sorriso. Fiquei extremamente incomodada.

- Claro, com prazer! Ana respondeu com um sorriso bobo e eu pulei do sofá louca para dar uma tapa na pirralha.

- Eu te acompanho até a porta Rafaella.
Saímos corredor a fora e enquanto o elevador subia, ficamos em silêncio absoluto. De vez em quando, nossos olhares se cruzaram e voltávamos a olhar para frente em seguida. Quando o elevador finalmente chegou, Rafaella moveu-se em direção a ele.

- Até mais, Bia.

Segurei seu braço e ela virou-se para mim, mas segurou o elevador com a outra mão.

- Te pego as oito. Pode ser?

- Ahn!?

- Para sairmos... lembra?

- Você estava falando sério?

- E eu sou mulher de bricar? Arqueei uma sobrancelha, irritada com a insinuação dela. Ela percebeu que mexeu comigo e deu aquele sorriso de canto de boca que irritam a gente. É, ela também sabia dar um.

- Que tipo de roupa eu uso?

- Nada formal, o que tiver vontade.

- Até mais tarde Bianca.

Soltando meu braço, Rafaella entrou no elevador. Enquanto a porta fechada, nossos olhos se encararam uma última vez.

Quando o elevador fechou e ela se foi, fiquei ali pensando o que eu estava fazendo e aonde estava me metendo. Ninguém havia conseguido me desestabilizar assim. A única pessoa que me fazia colocar a emoção a frente era Ana.

Antes de abrir a porta da sala, lembrei-me do olhar que minha irmã caçula depositou em Rafaella. Senti um arrepio gélido na espinha. Era um sorriso que tinha alegria e... Desejo??

"Não, não podia ser! " Pensei antes de voltar a racionalidade de sempre.

CAMINHOS DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora