Entorpecida

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volteiiii,
vocês nem viram que eu sumi, foi rapidinho, como pedido de desculpa, um cap com uma declaração um pouco inesperada kkkk
vcs verão
BOA LEITURA

POV BIANCA

Entorpecida.
Eu estava entorpecida por Rafaella. Tão entorpecida a ponto de estar largando meu trabalho no meio do dia para leva-la a um motel. Não pensei se era certo ou errado, apenas deixei que meu coração me guiasse sem pensar no que isso realmente representava. Nós não conversamos no caminho. Não era preciso. Eu não disse a ela que íamos num motel, mas ela sabia. Ela queria. Ela queria tanto quanto eu. Eu pude ver isso nas suas pupilas dilatadas e na sua expressão. Tudo que eu fiz foi segurar meu desejo enquanto dirigia, mesmo sentindo meu corpo em brasa quando Rafaella repousou a mão sobre a minha coxa e deixou-a ali, parada, enquanto minhas mãos alternavam entre a marcha e o volante ligeiramente soadas.

O que estava acontecendo comigo afinal? Quando foi que Rafaella invadiu-me de tal forma que eu não tinha mais controle nenhum de meu corpo? Minha mente tentava, mais não sabia explicar o efeito que ela tinha sobre mim. Eu me sentia drogada, viciada no seu toque e no seu cheiro, a ponto de me sentir extremamente aliviada ao entrar no motel. E a maior ironia nisso tudo é que eu nunca gostei de motéis. Devo ter ido apenas uma ou duas vezes em toda minha vida. Mas a essa altura do campeonato eu queria que o mundo se acabasse, desde que eu morresse devorando ela. Sim, era isso que eu queria. Não havia como não admitir para mim mesma ou para ela.

Pedi a suíte mais luxuosa. Rafaella olhava para baixo, com o rosto corado, mordendo o canto dos lábios enquanto a atendente falava comigo. Ela estava envergonhada por aquilo e eu não podia culpá-la. O sol estava radiante, eram dez e meia da manhã e mesmo os vidros fumês de meu carro não impediriam que seu rosto fosse visto se alguém passasse ali perto. Era lindo como ela ficava corada com qualquer coisa, das mais banais às mais constrangedoras. Eu amava isso nela. Sim, eu amava isso nela. Me permiti pensar nessa palavra sem ligar no peso que ela tinha. Eu queria que minha racionalidade fosse para o raio que a parta. Eu estava pouco ligando para isso. Tudo que eu queria era a boca de Rafaella na minha.

Entrei com o carro na garagem e saímos em seguida, ainda em completo silêncio. Rafaella estava acanhada e andava mais devagar do que eu. A porta da garagem se fechou nos deixando isoladas naquela enorme suíte. Poderíamos nos devorar ali, na garagem mesmo, se quiséssemos, mas eu não faria isso. Eu queria que aquela manhã fosse perfeita. Estendi minha mão para ela, que me olhou meio perplexa. Seus olhos piscaram seguidamente como se ela tentasse assimilar aquilo tudo. Sorri para ela e suas bochechas coraram imediatamente. Ela segurou minha mão e entrelacei nossos dedos quando senti o choque do contato percorrer meu corpo. Comecei a andar em direção a entrada da suíte e ela me acompanhava. Senti quando ela apertou minha mão um pouco mais, como se quisesse ter certeza daquilo tudo. Eu retribuí o aperto enquanto subíamos os três degraus que levavam à porta.

A suíte era a mais luxuosa que havia e o motel, claro era o mais sofisticado de Ipanema. Eu sabia porque Dani já havia ido e me disse maravilhas sobre o lugar. Ao abrir a porta dei de cara com uma parede de vidro, que se estendia de uma ponta a outra do quarto, nos dando a belíssima visão do mar. A cama era enorme, coberta por lençóis belíssimos. Os espelhos do teto tinham controle remoto e você podia ofuscá-los se quisesse. Eu preferia assim porque uma das coisas que eu não gostava nos motéis eram os benditos espelhos no teto. O quarto estava perfumado por um incenso maravilhoso com fragrância de flores. O banheiro era enorme e todo de mármore. Tinha uma grande banheira de hidromassagem, sauna seca e a vapor. De frente para a cama, havia uma pequena pista de dança e uma sala de jantar. Um bar com diversos drinks ficava logo a frente. A piscina redonda ficava logo atrás da varanda. Ao abrir a porta de vidro, bastava descer dois degraus e andar mais dois passos à frente, para terminarmos dentro da piscina onde podíamos ver o mar e a cidade de dentro dela, ao mesmo tempo em que o vidro do parapeito ao seu redor não permitia que as pessoas nos vissem. Era lindo, aconchegante e perfeito. Não parecia um motel, parecia mais um hotel de luxo. Eu quis que fosse assim porque tive medo que Rafaella se sentisse mal de alguma forma. Ela era delicada como uma flor e merecia todo cuidado do mundo. Não queria que ela pensasse que minha fuga insana era apenas por sexo, porque não era só isso. Eu queria apenas fugir do mundo com ela ao meu lado.

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